Avaliação do tratamento clínico da doença de Graves

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Peixoto,Maria Claudia
Data de Publicação: 2005
Outros Autores: Coeli,Claudia Medina, Vaisman,Mário
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Arquivos Brasileiros de Endocrinologia & Metabologia (Online)
Texto Completo: http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0004-27302005000300013
Resumo: O tratamento da doença de Graves (DG) com drogas antitireoidianas (DAT) associa-se à remissão da doença em metade dos indivíduos tratados por no mínimo 6 meses, e o índice de recidiva é alto, variando de 60 a 80%. A presença de fatores prognósticos de sucesso do tratamento medicamentoso da DG é tema de discussão na literatura. Neste estudo avaliamos a incidência de remissão e recidiva em resposta ao tratamento clínico da DG com diferentes esquemas de tratamento com as duas DAT disponíveis no Brasil (propiltiouracil - PTU e metimazol - MMI), bem como determinar a presença de possíveis fatores preditivos de remissão e recidiva da doença e o perfil de efeitos colaterais. Revimos, no Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF), prontuários de todos os pacientes submetidos ao tratamento clínico da DG (sem história de tratamento prévio) por pelo menos 6 meses e seguidos após a suspensão da DAT por no mínimo 12 meses. Foram identificados 127 pacientes (idades de 18 a 88 anos; média 39,3±12,8), nos quais remissão da doença foi observada em 58 (45,7%) e recidiva em 31 deles (53,4%), num período médio de 14,5±16,1 meses. Sexo, idade e tempo de duração dos sintomas antes do tratamento clínico não interferiram significativamente sobre as taxas de remissão e recidiva, enquanto a presença de bócio >40 gramas, oftalmopatia de Graves (OG) e uso de doses diárias de DAT >600mg de PTU / 60mg de MMI influenciaram negativamente a taxa de remissão. Além disso, pacientes que apresentaram níveis de TSH <0,4µIU/mL entre 4 e 5 semanas após a suspensão da DAT apresentaram maior probabilidade cumulativa de recidiva da doença. Nossos resultados confirmam que a taxa de remissão em longo prazo da DG tratada com DAT é relativamente baixa. Concluímos que a combinação de oftalmopatia, bócio >40g e uso de dose diária de PTU >600mg ou MMI >60mg relacionou-se fortemente ã341; ausência de remissão da DG. Ademais, observamos que a dosagem de TSH entre 4 e 5 semanas após a suspensão da DAT parece ser uma ferramenta útil na determinação da chance de remissão ou recidiva da doença.
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