Aspectos psicológicos e controle glicêmico de um grupo de pacientes com Diabetes Mellitus tipo 1 em Minas Gerais

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Maia,Frederico F.R.
Data de Publicação: 2004
Outros Autores: Araújo,Levimar R.
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Arquivos Brasileiros de Endocrinologia & Metabologia (Online)
Texto Completo: http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0004-27302004000200009
Resumo: O perfil psicológico e o grau de aceitação do diabetes mellitus tipo 1 (DM1) parecem influênciar diretamente os níveis glicêmicos. Neste trabalho avaliou-se a influência do perfil psicológico nos níveis glicêmicos de pacientes com DM1. Foi realizada análise retrospectiva do cadastro dos participantes do projeto Diabetes Weekend (DW), colônia de fim de semana para DM 1 em Minas Gerais. Em 150 pacientes (66M/84F, 21,6±13,5 anos e duração de DM1 de 8,5±7,9 anos) foram estudados: esquema insulínico, forma de administração de insulina, dose diária de insulina e dose diária na colônia DW, perfil psicológico, glicemia capilar e passado de crise convulsiva, hipoglicemia grave ou cetoacidose (CAD). A glicemia foi monitorizada 4 vezes ao dia com glicosímetro digital. Quanto à forma como os pacientes estão lidando com a doença, 20,9% relataram estar muito bem (G1), 39,5%, bem (G2), 25,6% com dificuldade de controle glicêmico (G3), 9,3% tentando aceitar (G4) e 4,7% relataram estar "péssimos" em relação ao DM1. A glicemia capilar média (GCM, em mg/dl) foi significativamente menor no G1 (169,8; G2: 182,3; G3: 199,3; G4: 200,7). Não houve associação signficante com a história pregressa de CAD, hipoglicemias ou convulsão. A menor aceitação da doença esteve relacionada à duração do DM1 superior a 5 anos (p= 0,017) e à idade (p= 0,000). 13,9% dos pacientes relatam ter vergonha de dizer em público que são diabéticos. A GCM foi significativamente maior nesse grupo em relação aos que não têm vergonha de assumir a doença (246,2 vs. 178,1; p= 0,007). Nos 91 pacientes (60,4%) que relatam ter medo de "passar mal" em público a GCM foi significativamente maior (200,4 vs. 184,5; p= 0,014). A monitorização glicêmica sistemática demonstrou associação positiva entre as dificuldades de lidar com a doença (aspectos psicológicos) e pior controle glicêmico. É importante a abordagem psicológica e multidisciplinar do diabético na busca de um melhor controle metabólico, prevenção de complicações futuras e melhora da qualidade de vida desses indivíduos.
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