Petrografia, geocronologia e significado tectônico do Nefelina Sienito Brejinho: extremo noroeste da Província Borborema

Bibliographic Details
Main Author: Gorayeb,Paulo Sergio de Sousa
Publication Date: 2011
Other Authors: Barbosa,Rita de Cássia de Oliveira, Moura,Candido Augusto Veloso, Lemos,Ronaldo Lima
Format: Article
Language: por
Source: Brazilian Journal of Geology
Download full: http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2317-48892011000300390
Summary: Resumo: No extremo noroeste da Província Borborema foi identificado um maciço alcalino subsaturado, o Nefelina Sienito Brejinho (NSB), alojado em gnaisses do Paleoproterozoico do Complexo Granja. As investigações envolveram mapeamento de detalhe do corpo, acompanhado de análises petrográficas e geocronológicas, que permitiram reconstruir a sua história evolutiva. Foram identificadas cinco fácies petrográficas, com a sua distribuição cartográfica, associações mineralógicas presentes e análises texturais/estruturais sugerindo a atuação de processos de cristalização fracionada, com forte controle da ação da gravidade e imiscibilidade de líquidos na história da cristalização magmática do maciço. Os estudos geocronológicos realizados pelo método Rb-Sr em rocha total revelaram valor de 554 ± 11 Ma, interpretado como a idade mínima para cristalização e emplacement do NSB, no final do Neoproterozoico. No contexto tectônico, esse magmatismo alcalino pode ser relacionado ao evento extensional responsável pela implantação do Gráben Jaibaras e seus correlatos no oeste do Ceará, assim como à granitogênese da região, cujas idades situam-se no intervalo entre 530 e 590 Ma. Situação semelhante é reconhecida na borda norte da Bacia do Amazonas, com o Complexo Alcalino-Ultramáfico-Carbonatítico Maicuru (589 Ma) alojado no embasamento gnáissico paleoproterozoico do Cráton Amazônico. A situação geológica e temporal do NSB permite situá-lo posteriormente à tectônica transcorrente representada na área pela Zona de Cisalhamento Santa Rosa, uma ramificação do Lineamento Transbrasiliano, e anterior à Bacia do Parnaíba. Disso resulta que esse magmatismo alcalino pode ser interpretado como um importante registro da fase rifte que prenunciou a instalação dessa bacia no início do Paleozoico. A sua caracterização, até então sem similar na Província Borborema, abre novas perspectivas de pesquisa em todo o embasamento da Bacia do Parnaíba, tendo em vista a importância tectônica e metalogenética desse tipo de magmatismo.
id SBGEO-1_94d16dc6700ae407e1a76f9e16585033
oai_identifier_str oai:scielo:S2317-48892011000300390
network_acronym_str SBGEO-1
network_name_str Brazilian Journal of Geology
repository_id_str
spelling Petrografia, geocronologia e significado tectônico do Nefelina Sienito Brejinho: extremo noroeste da Província BorboremaNefelina Sienito Brejinhomagmatismo alcalinogeocronologia Rb-SrProvíncia BorboremaResumo: No extremo noroeste da Província Borborema foi identificado um maciço alcalino subsaturado, o Nefelina Sienito Brejinho (NSB), alojado em gnaisses do Paleoproterozoico do Complexo Granja. As investigações envolveram mapeamento de detalhe do corpo, acompanhado de análises petrográficas e geocronológicas, que permitiram reconstruir a sua história evolutiva. Foram identificadas cinco fácies petrográficas, com a sua distribuição cartográfica, associações mineralógicas presentes e análises texturais/estruturais sugerindo a atuação de processos de cristalização fracionada, com forte controle da ação da gravidade e imiscibilidade de líquidos na história da cristalização magmática do maciço. Os estudos geocronológicos realizados pelo método Rb-Sr em rocha total revelaram valor de 554 ± 11 Ma, interpretado como a idade mínima para cristalização e emplacement do NSB, no final do Neoproterozoico. No contexto tectônico, esse magmatismo alcalino pode ser relacionado ao evento extensional responsável pela implantação do Gráben Jaibaras e seus correlatos no oeste do Ceará, assim como à granitogênese da região, cujas idades situam-se no intervalo entre 530 e 590 Ma. Situação semelhante é reconhecida na borda norte da Bacia do Amazonas, com o Complexo Alcalino-Ultramáfico-Carbonatítico Maicuru (589 Ma) alojado no embasamento gnáissico paleoproterozoico do Cráton Amazônico. A situação geológica e temporal do NSB permite situá-lo posteriormente à tectônica transcorrente representada na área pela Zona de Cisalhamento Santa Rosa, uma ramificação do Lineamento Transbrasiliano, e anterior à Bacia do Parnaíba. Disso resulta que esse magmatismo alcalino pode ser interpretado como um importante registro da fase rifte que prenunciou a instalação dessa bacia no início do Paleozoico. A sua caracterização, até então sem similar na Província Borborema, abre novas perspectivas de pesquisa em todo o embasamento da Bacia do Parnaíba, tendo em vista a importância tectônica e metalogenética desse tipo de magmatismo.Sociedade Brasileira de Geologia2011-07-01info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersiontext/htmlhttp://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2317-48892011000300390Brazilian Journal of Geology v.41 n.3 2011reponame:Brazilian Journal of Geologyinstname:Sociedade Brasileira de Geologia (SBGEO)instacron:SBGEO10.25249/0375-7536.2011413390407info:eu-repo/semantics/openAccessGorayeb,Paulo Sergio de SousaBarbosa,Rita de Cássia de OliveiraMoura,Candido Augusto VelosoLemos,Ronaldo Limapor2018-04-18T00:00:00Zoai:scielo:S2317-48892011000300390Revistahttp://bjg.siteoficial.ws/index.htmhttps://old.scielo.br/oai/scielo-oai.phpsbgsede@sbgeo.org.br||claudio.riccomini@gmail.com2317-46922317-4692opendoar:2018-04-18T00:00Brazilian Journal of Geology - Sociedade Brasileira de Geologia (SBGEO)false
dc.title.none.fl_str_mv Petrografia, geocronologia e significado tectônico do Nefelina Sienito Brejinho: extremo noroeste da Província Borborema
title Petrografia, geocronologia e significado tectônico do Nefelina Sienito Brejinho: extremo noroeste da Província Borborema
spellingShingle Petrografia, geocronologia e significado tectônico do Nefelina Sienito Brejinho: extremo noroeste da Província Borborema
Gorayeb,Paulo Sergio de Sousa
Nefelina Sienito Brejinho
magmatismo alcalino
geocronologia Rb-Sr
Província Borborema
title_short Petrografia, geocronologia e significado tectônico do Nefelina Sienito Brejinho: extremo noroeste da Província Borborema
title_full Petrografia, geocronologia e significado tectônico do Nefelina Sienito Brejinho: extremo noroeste da Província Borborema
title_fullStr Petrografia, geocronologia e significado tectônico do Nefelina Sienito Brejinho: extremo noroeste da Província Borborema
title_full_unstemmed Petrografia, geocronologia e significado tectônico do Nefelina Sienito Brejinho: extremo noroeste da Província Borborema
title_sort Petrografia, geocronologia e significado tectônico do Nefelina Sienito Brejinho: extremo noroeste da Província Borborema
author Gorayeb,Paulo Sergio de Sousa
author_facet Gorayeb,Paulo Sergio de Sousa
Barbosa,Rita de Cássia de Oliveira
Moura,Candido Augusto Veloso
Lemos,Ronaldo Lima
author_role author
author2 Barbosa,Rita de Cássia de Oliveira
Moura,Candido Augusto Veloso
Lemos,Ronaldo Lima
author2_role author
author
author
dc.contributor.author.fl_str_mv Gorayeb,Paulo Sergio de Sousa
Barbosa,Rita de Cássia de Oliveira
Moura,Candido Augusto Veloso
Lemos,Ronaldo Lima
dc.subject.por.fl_str_mv Nefelina Sienito Brejinho
magmatismo alcalino
geocronologia Rb-Sr
Província Borborema
topic Nefelina Sienito Brejinho
magmatismo alcalino
geocronologia Rb-Sr
Província Borborema
description Resumo: No extremo noroeste da Província Borborema foi identificado um maciço alcalino subsaturado, o Nefelina Sienito Brejinho (NSB), alojado em gnaisses do Paleoproterozoico do Complexo Granja. As investigações envolveram mapeamento de detalhe do corpo, acompanhado de análises petrográficas e geocronológicas, que permitiram reconstruir a sua história evolutiva. Foram identificadas cinco fácies petrográficas, com a sua distribuição cartográfica, associações mineralógicas presentes e análises texturais/estruturais sugerindo a atuação de processos de cristalização fracionada, com forte controle da ação da gravidade e imiscibilidade de líquidos na história da cristalização magmática do maciço. Os estudos geocronológicos realizados pelo método Rb-Sr em rocha total revelaram valor de 554 ± 11 Ma, interpretado como a idade mínima para cristalização e emplacement do NSB, no final do Neoproterozoico. No contexto tectônico, esse magmatismo alcalino pode ser relacionado ao evento extensional responsável pela implantação do Gráben Jaibaras e seus correlatos no oeste do Ceará, assim como à granitogênese da região, cujas idades situam-se no intervalo entre 530 e 590 Ma. Situação semelhante é reconhecida na borda norte da Bacia do Amazonas, com o Complexo Alcalino-Ultramáfico-Carbonatítico Maicuru (589 Ma) alojado no embasamento gnáissico paleoproterozoico do Cráton Amazônico. A situação geológica e temporal do NSB permite situá-lo posteriormente à tectônica transcorrente representada na área pela Zona de Cisalhamento Santa Rosa, uma ramificação do Lineamento Transbrasiliano, e anterior à Bacia do Parnaíba. Disso resulta que esse magmatismo alcalino pode ser interpretado como um importante registro da fase rifte que prenunciou a instalação dessa bacia no início do Paleozoico. A sua caracterização, até então sem similar na Província Borborema, abre novas perspectivas de pesquisa em todo o embasamento da Bacia do Parnaíba, tendo em vista a importância tectônica e metalogenética desse tipo de magmatismo.
publishDate 2011
dc.date.none.fl_str_mv 2011-07-01
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2317-48892011000300390
url http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2317-48892011000300390
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv 10.25249/0375-7536.2011413390407
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv text/html
dc.publisher.none.fl_str_mv Sociedade Brasileira de Geologia
publisher.none.fl_str_mv Sociedade Brasileira de Geologia
dc.source.none.fl_str_mv Brazilian Journal of Geology v.41 n.3 2011
reponame:Brazilian Journal of Geology
instname:Sociedade Brasileira de Geologia (SBGEO)
instacron:SBGEO
instname_str Sociedade Brasileira de Geologia (SBGEO)
instacron_str SBGEO
institution SBGEO
reponame_str Brazilian Journal of Geology
collection Brazilian Journal of Geology
repository.name.fl_str_mv Brazilian Journal of Geology - Sociedade Brasileira de Geologia (SBGEO)
repository.mail.fl_str_mv sbgsede@sbgeo.org.br||claudio.riccomini@gmail.com
_version_ 1752122397969874944