Avaliação muito tardia do uso de stents farmacológicos para tratamento de pacientes com lesões em enxertos de veia safena: experiência de uma década do Registro DESIRE

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Bernardi,Bruno Palmieri
Data de Publicação: 2013
Outros Autores: Sousa,Amanda G. M. R., Costa Jr.,J. Ribamar, Moreira,Adriana, Costa,Ricardo A. da, Cano,Manuel, Maldonado,Galo, Campos Neto,Cantídio, Egito,Enilton, Romano,Edson, Pavanello,Ricardo, Sousa,J. Eduardo
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Revista Brasileira de Cardiologia Invasiva (Online)
Texto Completo: http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2179-83972013000200006
Resumo: INTRODUÇÃO: A intervenção coronária percutânea (ICP) em pontes de safena ainda representa um desafio à cardiologia intervencionista, pelas complicações agudas e pela escassez de dados referentes à efetividade tardia dos stents farmacológicos (SFs). MÉTODOS: Entre maio de 2002 e janeiro de 2013, pacientes submetidos a ICP com SF no Hospital do Coração foram incluídos no Registro DESIRE. Avaliamos os resultados de pacientes submetidos a ICP em pontes de safena (grupo 1), que foram comparados aos submetidos a ICP em vasos nativos (grupo 2). RESULTADOS: De um total de 4.655 pacientes, 311 foram incluídos no grupo 1 e 4.344, no grupo 2. O grupo 1 contou com pacientes mais idosos (68,4 ± 9,7 anos vs. 64 ± 11,2 anos; P < 0,01), com mais pacientes do sexo masculino (87,1% vs. 76,7%; P < 0,01) e com maior incidência de comorbidades. Angina instável foi a apresentação clínica mais frequente nesse grupo. Pacientes do grupo 1 receberam stents de maior calibre (3,18 ± 1,11 mm vs. 2,86 ± 0,43 mm; P < 0,01) e foram submetidos menos frequentemente a pré-dilatação (36,3% vs. 50,7%; P < 0,01) e a pós-dilatação (38,3% vs. 58,4%; P < 0,01). Apresentaram mais infarto agudo do miocárdio não-fatal na fase hospitalar (11,3% vs. 4,1%; P < 0,01) e mais eventos cardiovasculares adversos maiores na fase tardia (32,8% vs. 13,9%; P < 0,01), à custa de óbito cardíaco (7,7% vs. 3,2%; P = 0,02) e de revascularização da lesão-alvo (9% vs. 4,3%; P < 0,01). Trombose definitiva do stent foi mais frequente no grupo 1 (3,5% vs. 1%; P < 0,01). CONCLUSÕES: A despeito do inquestionável benefício dos SFs nos resultados tardios de ICP em pacientes complexos, o tratamento de pacientes com lesões em pontes de safena ainda permanece um desafio, com resultados agudos e tardios menos favoráveis que os de pacientes com lesões em vasos nativos.
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