Valvotomia mitral percutânea: da primeira à terceira dilatação

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Gomes,Nísia Lyra
Data de Publicação: 2009
Outros Autores: Esteves,Vinícius B. C., Braga,Sérgio Luiz N., Ramos,Auristela I. O., Esteves,Fernanda A., Paes,Ângela T., Maldonado,Mercedes, Meneghelo,Zilda Machado, Esteves,César A.
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Revista Brasileira de Cardiologia Invasiva (Online)
Texto Completo: http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2179-83972009000200007
Resumo: INTRODUÇÃO: As causas de reestenose pós-valvotomia mitral percutânea dependem principalmente das características da população submetida à técnica. O objetivo deste trabalho foi comparar os resultados imediatos e tardios dos pacientes submetidos a dois ou mais procedimentos de valvotomia mitral percutânea (VMP) a um grupo de pacientes submetidos apenas a uma dilatação para o tratamento da estenose mitral grave. MÉTODO: Os pacientes foram divididos em dois grupos: o grupo A incluiu 90 pacientes submetidos a uma primeira VMP e que, em decorrência de reestenose ecocardiográfica e clínica, foram encaminhados a uma segunda intervenção, e 9 pacientes que, pelo mesmo motivo, foram submetidos a um terceiro procedimento; e grupo B, composto de 90 pacientes selecionados por amostra aleatória simples submetidos a apenas uma dilatação, todas com sucesso. As variáveis ecocardiográficas analisadas para comparação dos resultados dentro do mesmo grupo e entre os grupos A e B foram a área valvar mitral (AVM), os gradientes diastólicos máximo (GDM) e médio (GDm), o diâmetro do átrio esquerdo e a incidência de reestenose. RESULTADOS: Nos pacientes do grupo A, a primeira dilatação foi realizada com sucesso em 87 (96,7%) pacientes. Comparativamente, a média das áreas valvares após a primeira dilatação dos pacientes que compõem o grupo A foi menor que a dos pacientes do grupo B (1,97 ± 0,17 cm² vs. 2,10 ± 0,33 cm²; P = 0,011). Em ambos os grupos, não se observou diferença estatisticamente significante, pré e imediatamente após o primeiro procedimento, na redução da média do GDM e do GDm e na média dos diâmetros do átrio esquerdo. Nos pacientes do grupo A, após a segunda valvotomia, os critérios de sucesso foram alcançados em 77 (85,5%) pacientes. A média das áreas valvares, nessa oportunidade, foi menor que após a primeira intervenção (1,83 ± 0,28 cm² vs. 1,97 ± 0,17 cm²; P < 0,005). Ainda dentro desse mesmo grupo, observou-se queda significativa do GDM e do GDm quando comparados os valores após o primeiro e o segundo procedimentos. Uma terceira dilatação foi realizada com 100% de sucesso nos 9 pacientes do grupo A. Resultados semelhantes aos anteriores foram obtidos na comparação das mesmas variáveis após a segunda e a terceira dilatações. O tempo médio para o aparecimento da reestenose ecocardiográfica entre a primeira, a segunda e a terceira dilatações foi de 54,12 meses, 25,23 meses e 29,30 meses, respectivamente. CONCLUSÃO: A obtenção de áreas valvares e o tempo para o aparecimento da reestenose significativamente menores imediatamente após uma segunda ou terceira valvotomias mitrais percutâneas, quando comparadas à primeira, não devem ser fatores para contraindicação do procedimento. Apesar de menores, as AVMs obtidas após uma segunda ou terceira intervenção enquadram-se, na maioria dos casos, dentro dos parâmetros de sucesso do procedimento, justificando assim sua indicação em casos selecionados.
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