Análise de um ciclone semi-estacionário na costa sul do Brasil associado a bloqueio atmosférico

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Reboita,Michelle Simões
Data de Publicação: 2009
Outros Autores: Iwabe,Clara Miho Narukawa, Rocha,Rosmeri Porfírio Da, Ambrizzi,Tércio
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Revista Brasileira de Meteorologia (Online)
Texto Completo: http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-77862009000400004
Resumo: Na primeira semana de maio de 2008, durante quatro dias, um ciclone em superfície permaneceu semi-estacionário na costa da região sul do Brasil. Este sistema foi responsável por chuvas e ventos fortes no Rio Grande do Sul e Santa Catarina, os quais causaram muitos danos (queda de árvores, enchentes e desabamentos). O objetivo deste trabalho é avaliar o processo de formação e entender os mecanismos responsáveis pelo lento deslocamento do ciclone, já que a maioria dos ciclones nesta região possui deslocamento mais rápido. A equação de desenvolvimento de Sutcliffe mostrou que a advecção de vorticidade absoluta ciclônica na média troposfera e a advecção de ar quente na camada entre 1000-500 hPa foram mecanismos importantes para a ciclogênese. Neste período, o intenso aquecimento diabático também contribuiu para a ciclogênese, à medida que se contrapôs ao intenso resfriamento adiabático devido aos movimentos verticais ascendentes. A advecção de vorticidade absoluta ciclônica que favoreceu a ciclogênese esteve associada a um Vórtice Ciclônico em Altos Níveis (VCAN), que se formou numa região de anomalia de vorticidade potencial. O VCAN se manteve semi-estacionário e compôs o setor norte de um bloqueio do tipo dipolo. Tal bloqueio intensificou um anticiclone em superfície, situado a sul/leste do ciclone, o que contribuiu para o ciclone se manter semi-estacionário. O movimento atípico e lento do ciclone para sul, e em alguns períodos para sudoeste, esteve associado com advecções de vorticidade absoluta ciclônica na média troposfera e de ar quente no seu setor sul. Somente quando o bloqueio em níveis médios e a anomalia de vorticidade potencial em níveis médios/altos se enfraqueceram, o ciclone em superfície se afastou da costa sul do Brasil.
id SBMET-1_ed36862eaee2aa84a120e6441a973fa8
oai_identifier_str oai:scielo:S0102-77862009000400004
network_acronym_str SBMET-1
network_name_str Revista Brasileira de Meteorologia (Online)
repository_id_str
spelling Análise de um ciclone semi-estacionário na costa sul do Brasil associado a bloqueio atmosféricociclogêneseVCANcosta sul do BrasilNa primeira semana de maio de 2008, durante quatro dias, um ciclone em superfície permaneceu semi-estacionário na costa da região sul do Brasil. Este sistema foi responsável por chuvas e ventos fortes no Rio Grande do Sul e Santa Catarina, os quais causaram muitos danos (queda de árvores, enchentes e desabamentos). O objetivo deste trabalho é avaliar o processo de formação e entender os mecanismos responsáveis pelo lento deslocamento do ciclone, já que a maioria dos ciclones nesta região possui deslocamento mais rápido. A equação de desenvolvimento de Sutcliffe mostrou que a advecção de vorticidade absoluta ciclônica na média troposfera e a advecção de ar quente na camada entre 1000-500 hPa foram mecanismos importantes para a ciclogênese. Neste período, o intenso aquecimento diabático também contribuiu para a ciclogênese, à medida que se contrapôs ao intenso resfriamento adiabático devido aos movimentos verticais ascendentes. A advecção de vorticidade absoluta ciclônica que favoreceu a ciclogênese esteve associada a um Vórtice Ciclônico em Altos Níveis (VCAN), que se formou numa região de anomalia de vorticidade potencial. O VCAN se manteve semi-estacionário e compôs o setor norte de um bloqueio do tipo dipolo. Tal bloqueio intensificou um anticiclone em superfície, situado a sul/leste do ciclone, o que contribuiu para o ciclone se manter semi-estacionário. O movimento atípico e lento do ciclone para sul, e em alguns períodos para sudoeste, esteve associado com advecções de vorticidade absoluta ciclônica na média troposfera e de ar quente no seu setor sul. Somente quando o bloqueio em níveis médios e a anomalia de vorticidade potencial em níveis médios/altos se enfraqueceram, o ciclone em superfície se afastou da costa sul do Brasil.Sociedade Brasileira de Meteorologia2009-12-01info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersiontext/htmlhttp://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-77862009000400004Revista Brasileira de Meteorologia v.24 n.4 2009reponame:Revista Brasileira de Meteorologia (Online)instname:Sociedade Brasileira de Meteorologia (SBMET)instacron:SBMET10.1590/S0102-77862009000400004info:eu-repo/semantics/openAccessReboita,Michelle SimõesIwabe,Clara Miho NarukawaRocha,Rosmeri Porfírio DaAmbrizzi,Térciopor2010-03-23T00:00:00Zoai:scielo:S0102-77862009000400004Revistahttp://www.rbmet.org.br/port/index.phpONGhttps://old.scielo.br/oai/scielo-oai.php||rbmet@rbmet.org.br1982-43510102-7786opendoar:2010-03-23T00:00Revista Brasileira de Meteorologia (Online) - Sociedade Brasileira de Meteorologia (SBMET)false
dc.title.none.fl_str_mv Análise de um ciclone semi-estacionário na costa sul do Brasil associado a bloqueio atmosférico
title Análise de um ciclone semi-estacionário na costa sul do Brasil associado a bloqueio atmosférico
spellingShingle Análise de um ciclone semi-estacionário na costa sul do Brasil associado a bloqueio atmosférico
Reboita,Michelle Simões
ciclogênese
VCAN
costa sul do Brasil
title_short Análise de um ciclone semi-estacionário na costa sul do Brasil associado a bloqueio atmosférico
title_full Análise de um ciclone semi-estacionário na costa sul do Brasil associado a bloqueio atmosférico
title_fullStr Análise de um ciclone semi-estacionário na costa sul do Brasil associado a bloqueio atmosférico
title_full_unstemmed Análise de um ciclone semi-estacionário na costa sul do Brasil associado a bloqueio atmosférico
title_sort Análise de um ciclone semi-estacionário na costa sul do Brasil associado a bloqueio atmosférico
author Reboita,Michelle Simões
author_facet Reboita,Michelle Simões
Iwabe,Clara Miho Narukawa
Rocha,Rosmeri Porfírio Da
Ambrizzi,Tércio
author_role author
author2 Iwabe,Clara Miho Narukawa
Rocha,Rosmeri Porfírio Da
Ambrizzi,Tércio
author2_role author
author
author
dc.contributor.author.fl_str_mv Reboita,Michelle Simões
Iwabe,Clara Miho Narukawa
Rocha,Rosmeri Porfírio Da
Ambrizzi,Tércio
dc.subject.por.fl_str_mv ciclogênese
VCAN
costa sul do Brasil
topic ciclogênese
VCAN
costa sul do Brasil
description Na primeira semana de maio de 2008, durante quatro dias, um ciclone em superfície permaneceu semi-estacionário na costa da região sul do Brasil. Este sistema foi responsável por chuvas e ventos fortes no Rio Grande do Sul e Santa Catarina, os quais causaram muitos danos (queda de árvores, enchentes e desabamentos). O objetivo deste trabalho é avaliar o processo de formação e entender os mecanismos responsáveis pelo lento deslocamento do ciclone, já que a maioria dos ciclones nesta região possui deslocamento mais rápido. A equação de desenvolvimento de Sutcliffe mostrou que a advecção de vorticidade absoluta ciclônica na média troposfera e a advecção de ar quente na camada entre 1000-500 hPa foram mecanismos importantes para a ciclogênese. Neste período, o intenso aquecimento diabático também contribuiu para a ciclogênese, à medida que se contrapôs ao intenso resfriamento adiabático devido aos movimentos verticais ascendentes. A advecção de vorticidade absoluta ciclônica que favoreceu a ciclogênese esteve associada a um Vórtice Ciclônico em Altos Níveis (VCAN), que se formou numa região de anomalia de vorticidade potencial. O VCAN se manteve semi-estacionário e compôs o setor norte de um bloqueio do tipo dipolo. Tal bloqueio intensificou um anticiclone em superfície, situado a sul/leste do ciclone, o que contribuiu para o ciclone se manter semi-estacionário. O movimento atípico e lento do ciclone para sul, e em alguns períodos para sudoeste, esteve associado com advecções de vorticidade absoluta ciclônica na média troposfera e de ar quente no seu setor sul. Somente quando o bloqueio em níveis médios e a anomalia de vorticidade potencial em níveis médios/altos se enfraqueceram, o ciclone em superfície se afastou da costa sul do Brasil.
publishDate 2009
dc.date.none.fl_str_mv 2009-12-01
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-77862009000400004
url http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-77862009000400004
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv 10.1590/S0102-77862009000400004
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv text/html
dc.publisher.none.fl_str_mv Sociedade Brasileira de Meteorologia
publisher.none.fl_str_mv Sociedade Brasileira de Meteorologia
dc.source.none.fl_str_mv Revista Brasileira de Meteorologia v.24 n.4 2009
reponame:Revista Brasileira de Meteorologia (Online)
instname:Sociedade Brasileira de Meteorologia (SBMET)
instacron:SBMET
instname_str Sociedade Brasileira de Meteorologia (SBMET)
instacron_str SBMET
institution SBMET
reponame_str Revista Brasileira de Meteorologia (Online)
collection Revista Brasileira de Meteorologia (Online)
repository.name.fl_str_mv Revista Brasileira de Meteorologia (Online) - Sociedade Brasileira de Meteorologia (SBMET)
repository.mail.fl_str_mv ||rbmet@rbmet.org.br
_version_ 1752122083902488576