Concepções de saúde, doença e cura entre os Madema e Nyungwe de Moçambique
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2012 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Revista Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (Online) |
Texto Completo: | https://www.rbmfc.org.br/rbmfc/article/view/570 |
Resumo: | Introdução: Este trabalho visa apresentar as concepções de saúde, doença e cura presentes no universo cultural do povo Madema e Nyungwe de Moçambique, como concepções que tem uma profunda relação com o sistema cultural. Entender as etiologias relacionadas à doença é necessário para entender o sentido do modelo terapêutico presente entre esses povos e a articulação dos modos de produção de saúde. O que é saúde? O que é estar doente? Quando é que a cura acontece? Esses são alguns questionamentos a serem levados em conta quando o tema é a tríade (saúde, doença e cura) no contexto africano moçambicano. Dado que o modelo exegético local sobre a doença segue parâmetros socioculturais, para a nossa pesquisa interessa uma analise do fenômeno “duplo vinculo”, isto é, a busca do sentido da doença e concomitantemente a busca pela cura, tanto na biomedicina assim como na etnomedicina. Para a nossa analise importa entender a hipótese de que se trata de dois sistemas de saúde, isto é, a medicina dos sentidos e o sistema biomédico. No quotidiano Madema e Nyungwe, quando o assunto é doença na família, as pessoas fazem de tudo para trazer de volta a saúde, mesmo que isso implique num duplo vinculo. Método: O presente trabalho é resultado de uma pesquisa de campo feita em Moçambique, que permite uma leitura das representações de saúde e de praticas de cura tradicionais, que coexistem na sociedade moçambicana ao lado da biomedicina. Trata-se de perceber que num país onde a população viveu 16 anos de guerra civil, sem assistência bimedico-hopitalar para todos, a população com os seus conhecimentos botânicos tradicionais conseguiu inúmeras vezes combater as doenças. Quando chegava o serviço medico convencional, havia agregação, articulação e complementação e não rejeição. Como o entendimento das concepções nativas de saúde, doença e cura podem contribuir para um serviço publico de saúde que dialoga com a tradição? Ou seja, como entender o impacto da cultura no sistema médico como um sistema cultural? |
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