Paniculite chagásica pós-transplante renal: relato de caso
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2016 |
Outros Autores: | , , , , , , |
Tipo de documento: | Relatório |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Jornal Brasileiro de Nefrologia |
Texto Completo: | http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-28002016000100127 |
Resumo: | Resumo A doença de Chagas acarreta grande morbimortalidade, por parasitemia aguda ou por lesões cardíacas, digestivas, cutâneas ou neurológicas crônicas. Os países latino-americanos apresentam a maioria das pessoas infectadas ou em risco. Pacientes transplantados em uso de imunossupressores podem desenvolver formas graves da doença, muitas vezes fatais. As drogas disponíveis para o tratamento causam frequentemente efeitos colaterais graves. Uma paciente de 59 anos, com insuficiência renal crônica avançada e sorologia positiva para doença de Chagas, mas sem qualquer manifestação clínica dessa patologia, recebeu transplante renal de doador cadáver e apresentou três meses depois paniculite na coxa, tendo a biópsia das lesões mostrado formas amastigotas de Trypanosoma cruzi. Foi tratada com benzonidazol, observando-se o desaparecimento das lesões, mas a droga teve que ser suspensa por pancitopenia grave. Simultaneamente, apresentou infecção por E. faecalis e por citomegalovírus, tratadas com vancomicina e ganciclovir. Manteve-se depois muito bem clinicamente, sem novas lesões cutâneas e com boa função do enxerto. Um ano e três meses após o transplante, foi submetida à cirurgia de urgência por aneurisma dissecante da aorta. Evoluiu com choque irreversível e óbito no pós-operatório imediato. Não foi possível estabelecer ou afastar alguma relação entre as lesões aórticas e a tripanossomíase. A doença de Chagas deve ser lembrada no diagnóstico diferencial de várias situações clínicas em pacientes transplantados, principalmente em zonas endêmicas. Pode haver resposta clínica à medicação, mas são possíveis para-efeitos graves com as drogas utilizadas. O tratamento ou a profilaxia ainda aguardam por opções mais efetivas e melhor toleradas. |
id |
SBN-1_345a37c504f383dc9d858d3bf8694395 |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:scielo:S0101-28002016000100127 |
network_acronym_str |
SBN-1 |
network_name_str |
Jornal Brasileiro de Nefrologia |
repository_id_str |
|
spelling |
Paniculite chagásica pós-transplante renal: relato de casodoença de Chagasimunossupressorestransplante de rimResumo A doença de Chagas acarreta grande morbimortalidade, por parasitemia aguda ou por lesões cardíacas, digestivas, cutâneas ou neurológicas crônicas. Os países latino-americanos apresentam a maioria das pessoas infectadas ou em risco. Pacientes transplantados em uso de imunossupressores podem desenvolver formas graves da doença, muitas vezes fatais. As drogas disponíveis para o tratamento causam frequentemente efeitos colaterais graves. Uma paciente de 59 anos, com insuficiência renal crônica avançada e sorologia positiva para doença de Chagas, mas sem qualquer manifestação clínica dessa patologia, recebeu transplante renal de doador cadáver e apresentou três meses depois paniculite na coxa, tendo a biópsia das lesões mostrado formas amastigotas de Trypanosoma cruzi. Foi tratada com benzonidazol, observando-se o desaparecimento das lesões, mas a droga teve que ser suspensa por pancitopenia grave. Simultaneamente, apresentou infecção por E. faecalis e por citomegalovírus, tratadas com vancomicina e ganciclovir. Manteve-se depois muito bem clinicamente, sem novas lesões cutâneas e com boa função do enxerto. Um ano e três meses após o transplante, foi submetida à cirurgia de urgência por aneurisma dissecante da aorta. Evoluiu com choque irreversível e óbito no pós-operatório imediato. Não foi possível estabelecer ou afastar alguma relação entre as lesões aórticas e a tripanossomíase. A doença de Chagas deve ser lembrada no diagnóstico diferencial de várias situações clínicas em pacientes transplantados, principalmente em zonas endêmicas. Pode haver resposta clínica à medicação, mas são possíveis para-efeitos graves com as drogas utilizadas. O tratamento ou a profilaxia ainda aguardam por opções mais efetivas e melhor toleradas.Sociedade Brasileira de Nefrologia2016-03-01info:eu-repo/semantics/reportinfo:eu-repo/semantics/publishedVersiontext/htmlhttp://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-28002016000100127Brazilian Journal of Nephrology v.38 n.1 2016reponame:Jornal Brasileiro de Nefrologiainstname:Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN)instacron:SBN10.5935/0101-2800.20160018info:eu-repo/semantics/openAccessCampos,Fábio Prestes dePansard,Henry MorArantes,Luiz CláudioRodrigues,Arnaldo TeixeiraDaubermann,Melissa FalsterAzambuja,Marcos FelipeArgenta,Laércio CassolSilva,Luiz Alberto Michet dapor2016-07-11T00:00:00Zoai:scielo:S0101-28002016000100127Revistahttp://www.bjn.org.br/ONGhttps://old.scielo.br/oai/scielo-oai.php||jbn@sbn.org.br2175-82390101-2800opendoar:2016-07-11T00:00Jornal Brasileiro de Nefrologia - Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN)false |
dc.title.none.fl_str_mv |
Paniculite chagásica pós-transplante renal: relato de caso |
title |
Paniculite chagásica pós-transplante renal: relato de caso |
spellingShingle |
Paniculite chagásica pós-transplante renal: relato de caso Campos,Fábio Prestes de doença de Chagas imunossupressores transplante de rim |
title_short |
Paniculite chagásica pós-transplante renal: relato de caso |
title_full |
Paniculite chagásica pós-transplante renal: relato de caso |
title_fullStr |
Paniculite chagásica pós-transplante renal: relato de caso |
title_full_unstemmed |
Paniculite chagásica pós-transplante renal: relato de caso |
title_sort |
Paniculite chagásica pós-transplante renal: relato de caso |
author |
Campos,Fábio Prestes de |
author_facet |
Campos,Fábio Prestes de Pansard,Henry Mor Arantes,Luiz Cláudio Rodrigues,Arnaldo Teixeira Daubermann,Melissa Falster Azambuja,Marcos Felipe Argenta,Laércio Cassol Silva,Luiz Alberto Michet da |
author_role |
author |
author2 |
Pansard,Henry Mor Arantes,Luiz Cláudio Rodrigues,Arnaldo Teixeira Daubermann,Melissa Falster Azambuja,Marcos Felipe Argenta,Laércio Cassol Silva,Luiz Alberto Michet da |
author2_role |
author author author author author author author |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Campos,Fábio Prestes de Pansard,Henry Mor Arantes,Luiz Cláudio Rodrigues,Arnaldo Teixeira Daubermann,Melissa Falster Azambuja,Marcos Felipe Argenta,Laércio Cassol Silva,Luiz Alberto Michet da |
dc.subject.por.fl_str_mv |
doença de Chagas imunossupressores transplante de rim |
topic |
doença de Chagas imunossupressores transplante de rim |
description |
Resumo A doença de Chagas acarreta grande morbimortalidade, por parasitemia aguda ou por lesões cardíacas, digestivas, cutâneas ou neurológicas crônicas. Os países latino-americanos apresentam a maioria das pessoas infectadas ou em risco. Pacientes transplantados em uso de imunossupressores podem desenvolver formas graves da doença, muitas vezes fatais. As drogas disponíveis para o tratamento causam frequentemente efeitos colaterais graves. Uma paciente de 59 anos, com insuficiência renal crônica avançada e sorologia positiva para doença de Chagas, mas sem qualquer manifestação clínica dessa patologia, recebeu transplante renal de doador cadáver e apresentou três meses depois paniculite na coxa, tendo a biópsia das lesões mostrado formas amastigotas de Trypanosoma cruzi. Foi tratada com benzonidazol, observando-se o desaparecimento das lesões, mas a droga teve que ser suspensa por pancitopenia grave. Simultaneamente, apresentou infecção por E. faecalis e por citomegalovírus, tratadas com vancomicina e ganciclovir. Manteve-se depois muito bem clinicamente, sem novas lesões cutâneas e com boa função do enxerto. Um ano e três meses após o transplante, foi submetida à cirurgia de urgência por aneurisma dissecante da aorta. Evoluiu com choque irreversível e óbito no pós-operatório imediato. Não foi possível estabelecer ou afastar alguma relação entre as lesões aórticas e a tripanossomíase. A doença de Chagas deve ser lembrada no diagnóstico diferencial de várias situações clínicas em pacientes transplantados, principalmente em zonas endêmicas. Pode haver resposta clínica à medicação, mas são possíveis para-efeitos graves com as drogas utilizadas. O tratamento ou a profilaxia ainda aguardam por opções mais efetivas e melhor toleradas. |
publishDate |
2016 |
dc.date.none.fl_str_mv |
2016-03-01 |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/report |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
format |
report |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-28002016000100127 |
url |
http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-28002016000100127 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.relation.none.fl_str_mv |
10.5935/0101-2800.20160018 |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
text/html |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
Sociedade Brasileira de Nefrologia |
publisher.none.fl_str_mv |
Sociedade Brasileira de Nefrologia |
dc.source.none.fl_str_mv |
Brazilian Journal of Nephrology v.38 n.1 2016 reponame:Jornal Brasileiro de Nefrologia instname:Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN) instacron:SBN |
instname_str |
Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN) |
instacron_str |
SBN |
institution |
SBN |
reponame_str |
Jornal Brasileiro de Nefrologia |
collection |
Jornal Brasileiro de Nefrologia |
repository.name.fl_str_mv |
Jornal Brasileiro de Nefrologia - Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN) |
repository.mail.fl_str_mv |
||jbn@sbn.org.br |
_version_ |
1752122064136830976 |