Fatores de risco, aspectos clínicos e laboratoriais da asma em crianças

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Moraes,Líllian S.L.
Data de Publicação: 2001
Outros Autores: Barros,Marta D., Takano,Olga A., Assami,Newva M.C.
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Jornal de Pediatria (Online)
Texto Completo: http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0021-75572001000600006
Resumo: OBJETIVO: avaliar os aspectos clínicos, laboratoriais, e os fatores de risco associados à asma em crianças atendidas no Ambulatório de Pediatria, do Hospital Universitário Júlio Müller. Método: estudo de caso-controle, incluindo 59 crianças asmáticas (casos) e 104 não-asmáticas (controles). Os seguintes fatores foram considerados para análise de risco: escolaridade dos pais, exposição aos alérgenos domiciliares, tabagismo passivo, aleitamento materno, renda e antecedentes familiares alérgicos. Foram coletadas amostras de sangue para hemograma e dosagem de IgE total e específica para alérgenos. Realizou-se teste cutâneo de hipersensibilidade imediata pelo método de puntura para os seguintes alérgenos: ácaros, animais, fungos e baratas com controles positivo (histamina) e negativo (solução fisiológica).Um modelo de regressão logística foi usado para calcular odds ratio (OR) e intervalo de confiança (IC) 95% ajustado para outros fatores de risco e confundidores. RESULTADOS: dentre os fatores de risco estudados, sexo, baixa escolaridade, baixa renda, tempo de aleitamento materno e tabagismo passivo não estiveram associados à ocorrência de asma. A exposição aos alérgenos foi semelhante nos dois grupos, a não ser pela maior freqüência de animais nos domicílios dos controles (c²=16,9; P < 0,05). Rinite paterna foi o único antecedente familiar associado à asma (OR=3,33; IC 95%:1,03-11,17; P < 0,05). As crianças asmáticas apresentaram maior freqüência de positividade do teste cutâneo que os controles, principalmente para ácaros: Dermatophagoides pteronyssinus (69,5%), Dermatophagoides farinae (59,3%) e Blomia tropicalis (59,3%); baratas: Periplaneta americana (59,3%) e gato: Felis domesticus (37,3%); com OR variando de 11,2-21,0; p < 0,05. Eosinofilia e níveis séricos de IgE total foram mais elevados no grupo de asmáticos (p < 0,05). A positividade do teste de IgE específica para Dermatophagoides pteronyssinus e Blomia tropicalis foi maior nos casos em relação aos controles (P < 0,05). A análise multivariada mostrou que sensibilização às baratas (OR=9,26, 95%IC:2,59-33,4), animais (OR=3,93, 95%IC:1,05-14,67) e ácaros (OR=3,74, 95%IC:1,18-11,8) foram os mais importantes fatores de risco para asma. CONCLUSÕES: a sensibilização aos alérgenos domiciliares, principalmente ácaros, barata e animais mostrou uma forte associação com asma neste estudo.
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