Acurácia, utilidade e complicações da monitorização subcutânea contínua da glicose (CGMS) em pacientes pediátricos com diabetes tipo 1

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Maia,Frederico F. R.
Data de Publicação: 2005
Outros Autores: Araújo,Levimar R.
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Jornal de Pediatria (Online)
Texto Completo: http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0021-75572005000500006
Resumo: OBJETIVO: Avaliar a acurácia, utilidade e complicações da monitorização subcutânea contínua da glicemia em crianças e adolescentes com diabetes melito tipo 1 (DM1). MÉTODOS: Foram estudados retrospectivamente 16 pacientes (16,12±4,41 anos), submetidos à monitorização subcutânea contínua da glicemia (Medtronic; Northridge, CA, EUA) por 72 horas. Foram analisados os valores de glicemia capilar média e pelo sensor monitorização subcutânea contínua da glicemia; excursões glicêmicas (monitorização subcutânea contínua da glicemia versus. glicemia capilar); hiperglicemia pós-prandial (< 140 mg/dl); hipoglicemia noturna assintomática; complicações (trauma, infecção local, desconexão) e conduta terapêutica após a monitorização subcutânea contínua da glicemia. Os níveis de A1c foram determinados antes e 3 meses após a monitorização subcutânea contínua da glicemia. RESULTADOS: A glicemia capilar média durante a monitorização subcutânea contínua da glicemia foi de 214,3±66,5 mg/dl vs. 207,6±54,6 detectada pelo sensor, com correlação significante (p = 0,001). O coeficiente de correlação e erro médio absoluto foram de 0,86±0,21 e mediana de 12,6%, respectivamente. A monitorização subcutânea contínua da glicemia mostrou-se mais eficaz na detecção de excursões glicêmicas (p = 0,04; W = 74) em relação à glicemia capilar em ponta de dedo. A hiperglicemia pós-prandial foi identificada em 60% dos pacientes com DM1, com mediana de 157 mg/dl (< 140 mg/dl). A hipoglicemia noturna assintomática foi detectada em 46,7% dos casos. A avaliação dos níveis de A1c em oito (50%) pacientes, antes e após 3 meses da monitorização subcutânea contínua da glicemia, mostrou redução significante da A1c (8,18±1,5 vs. 7,28±1,3; p = 0,034) nesse grupo de pacientes. A mudança de conduta terapêutica foi instituída em 100% das crianças e adolescentes. Não houve complicações durante o exame em 93,7% dos casos. CONCLUSÕES: A monitorização subcutânea contínua da glicemia mostrou-se método seguro, bem tolerado, com alta acurácia nos valores glicêmicos detectados, com baixo índice de complicações. Esse método mostrou-se eficaz na detecção de excursões glicêmicas, hiperglicemia pós-prandial, na promoção de mudanças terapêuticas com redução importante da A1c em crianças e adolescentes diabéticos. A eficácia desse método na identificação da hipoglicemia assintomática ainda mostra-se indefinida na literatura.
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