Condutas usuais entre os reumatologistas brasileiros: levantamento nacional

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Medeiros,Marta M. C.
Data de Publicação: 2006
Outros Autores: Ferraz,Marcos Bosi, Vilar,Maria José Pereira, Santiago,Mittermayer Barreto, Xavier,Ricardo Machado, Levy,Roger Abramino, Ciconelli,Rozana Mesquita, Kowalski,Sérgio Candido
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Revista Brasileira de Reumatologia (Online)
Texto Completo: http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0482-50042006000200002
Resumo: OBJETIVO: avaliar condutas tomadas pelos reumatologistas de todo Brasil frente a situações clínicas comuns na prática do dia-a-dia. MÉTODO: cenários clínicos fictícios sobre várias doenças reumáticas foram montados, com perguntas objetivas acerca do tratamento. Os questionários foram enviados aos 831 sócios com títulos de especialistas pela Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR), com envelope selado para envio das respostas. RESULTADOS: a taxa média de devolução dos questionários foi de apenas 21,4%. A média de idade (DP) dos reumatologistas respondedores foi de 42,7 anos (DP=11,7), com tempo médio de formados de 19,8 anos (DP=10,1). No cenário clínico sobre artrite reumatóide (AR) de início recente em atividade, a maioria dos colegas (84,7%) tratava inicialmente o paciente com prednisona ou prednisolona. As drogas modificadoras da doença mais escolhidas foram metotrexato (84,2%) e cloroquina (63,8%). Quatro médicos (2,8%) escolheram os agentes biológicos (infliximabe e etanercepte) como droga de primeira escolha no tratamento inicial da doença. A profilaxia para osteoporose induzida pelo corticóide com suplementação de cálcio e vitamina D só foi orientada por 61,2% e 46,5% dos reumatologistas, respectivamente. No cenário clínico de um paciente com lúpus eritematoso sistêmico (LES), a grande maioria dos colegas optou pelo tratamento com corticóide oral (93,7%), cloroquina (92,5%) e fotoproteção (93,7%). Na presença de nefrite lúpica caracterizada com preservação da função renal e níveis pressóricos normais, a conduta mais escolhida foi pulsoterapia de corticóide (47,7%) ou prednisona oral em altas doses. Pulsoterapia de ciclofosfamida foi escolhida por 34,6% dos reumatologistas. No cenário sobre lombalgia aguda mecânico-postural, sem sinais de alarme, 55,4% dos colegas não solicitavam nenhum exame na abordagem inicial e as drogas mais escolhidas para o tratamento foram: antiinflamatórios não-hormonais (AINHs) (89,3%), relaxante muscular (72,9%), fisioterapia (33,3%). O repouso no leito foi orientado por 31,6% dos especialistas. Num caso de lombalgia crônica com raio X recente mostrando espondilolistese grau 1 e discoartrose, 39,6% dos reumatologistas não solicitavam nenhum exame adicional, enquanto 26,2% e 24,4% solicitavam tomografia computadorizada (TC) e ressonância nuclear magnética (RNM), respectivamente. As condutas mais indicadas nesse caso foram: fisioterapia (75,1%), relaxante muscular (48,5%), RPG (45,6%), exercícios físicos (41%), AINH seletivo da Cox-2 (40,5%), amitriptilina (35,3%), analgésicos opióides (34,7%). Outros cenários de artrose de joelho e ombro doloroso foram apresentados. CONCLUSÕES: a baixa taxa de devolução dos questionários pode refletir uma prática ainda não-incorporada na nossa cultura. O perfil dos reumatologistas respondedores é muito semelhante entre as regiões. A maioria das condutas escolhidas está de acordo com as melhores evidências disponíveis, refletindo uma homogeneidade de abordagem terapêutica entre os reumatologistas. Embora este estudo traga importantes dados sobre a prática reumatológica, pode não ser representativo da população de reumatologistas brasileiros, tendo em vista o baixo percentual de respondedores.
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