Estratégia trófica dos linguados Citharichthys spilopterus Günther e Symphurus tessellatus (Quoy & Gaimard) (Actinopterygii, Pleuronectiformes) na Baía de Sepetiba, Rio de Janeiro, Brasil

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Guedes,Ana Paula Penha
Data de Publicação: 2004
Outros Autores: Araújo,Francisco Gerson, Azevedo,Márcia Cristina Costa de
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Revista Brasileira de Zoologia (Online)
Texto Completo: http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-81752004000400020
Resumo: O objetivo deste estudo foi determinar as mudanças espaciais e ontogenéticas na dieta dos linguados Citharichthys spilopterus Günther, 1862 e Symphurus tessellatus (Quoy &amp; Gaimard, 1824) na Baía de Sepetiba. A área de estudos foi dividida em três zonas (interna, central e externa), onde foram realizados arrastos de fundo diurnos no período entre outubro/1998 a setembro/1999. C. spilopterus apresentou os maiores Índices de Importância Relativa (IIR) para Mysidacea (0.3359) e Amphipoda (0.0805), enquanto S. tessellatus apresentou maiores IIR para Amphipoda (0.7515) e Polychaeta (0.2586). A elevada porcentagem (67,61%) de estômagos vazios em S. tessellatus sugere atividade alimentar noturna. Os espécimes de menor tamanho (CT < 115 mm) de C. spilopterus alimentaram-se de Mysi-dacea na três zonas e os maiores (CT > 115 mm) de Polychaeta na zona interna, Gobiidae na central e Decapoda na externa. Os menores espécimes (CT < 155 mm) de S. tessellatus alimentaram-se principalmente de Amphipoda e os maiores (CT > 155 mm) de Polychaeta na zona interna, e de Amphipoda e Polychaeta na zona externa. Citharichthys spilopterus apresentou maior tamanho de boca e olho, e se alimentou de organismos associados à coluna da água próxima, tendendo a uma dieta mais especialista quando comparado com S. tessellatus que se alimentou de organismos sobre fundo. Apesar das duas espécies terem se alimentado basicamente de Crustacea, apresentaram baixa sobreposição alimentar com 0,1972, provavelmente podendo ser esta a estratégia de separação trófica desenvolvida para permitir a coexistência destas duas espécies relacionadas na Baía.
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