Variação fenotípica e reconstrução de caracteres ancestrais no gênero Cereus Mill. (Cactaceae)
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Data de Publicação: | 2021 |
Tipo de documento: | Trabalho de conclusão de curso |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFSCAR |
Texto Completo: | https://repositorio.ufscar.br/handle/ufscar/15147 |
Resumo: | O gênero Cereus Mill. (Cactaceae) é amplamente distribuído pela América do Sul e possui 26 espécies reconhecidas (além de seis subespécies), subdivididas em quatro subgêneros: Cereus, Oblongicarpi, Ebneria e Mirabella. Em termos filogenéticos, o gênero possui ao menos cinco linhagens principais (A-E). Neste trabalho investigamos a variação fenotípica nas espécies de Cereus. As hipóteses de trabalho são: 1) as transições fenotípicas ao longo da filogenia podem estar ligadas à diversificação do gênero nos ambientes secos da América do Sul e 2) existe variação fenotípica suficiente para discriminar espécies de diferentes clados e/ou subgêneros. Para testar essas hipóteses, foi triada a variação para 54 caracteres fenotípicos a partir da literatura para todas as espécies de Cereus e dois grupos externos. Para testar a hipótese 1, foi realizada uma reconstrução de caracteres ancestrais. Para essa reconstrução, foi utilizado o software MESQUITE v.3.61 sob os algoritmos de Máxima Parcimônia e Máxima Verossimilhança (Mk1), para os táxons com posicionamento filogenético definido (20 espécies). Para testar a hipótese 2, foram realizadas análises discriminantes usando os softwares RStudio, STATISTICA e PAST. Dentre as 54 características amostradas, 11 apresentaram mudança de estado significativa na filogenia, sendo elas: tipo de raíz (clado D, 99,9%), aréolas da flor (clado D, 99,9%), brácteas da flor (clado D, 99,9%), ramificação (clados B, 58,2%; D, 98,2%; e as duas subespécies de C. fernambucensis Lemaire/Ritter, 58,4% e 60,4%), margens das costelas (clados A2, 88,1%; B, 59%; e as duas subespécies de C. jamacaru De Candolle/Ritter, 87,2%), madeira (clado D, 47,9% cada sp), posição dos segmentos externos do perianto (clado A + B, 88,9%), dispersores (duas subespécies de C. jamacaru mais C. pierre-braunianus E. Esteves Pereira, 96,2%), deiscência (clado D, 99,6%), restos do perianto (ramo que compreende os clados A + B + C + C. fricii Backeberg, 77,8%), e número mínimo de espinhos radiais (clado C, 84%; as duas subespécies de C. jamacaru, 81,6%). As mudanças de estado para o clado D parecem ter relação com mitigação dos efeitos da transpiração e irradiação solar, além disso, as características de costelas podem estar interligadas ao ambiente seco além de atuar no controle térmico promovido pelo sombreamento destas. As raízes tuberosas possivelmente são associadas com estoque de água e amido e ainda podem funcionar como órgãos de propagação vegetativa em plantas que ocorrem em ambientes adversos. As análises multivariadas revelaram que o subgênero Mirabella mostrou-se muito distinto dos outros três subgêneros. A explicação adaptacionista é viável, mas não uma conclusão deste trabalho, tendo em vista outros processos que poderiam levar às mesmas observações presentes. |
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As hipóteses de trabalho são: 1) as transições fenotípicas ao longo da filogenia podem estar ligadas à diversificação do gênero nos ambientes secos da América do Sul e 2) existe variação fenotípica suficiente para discriminar espécies de diferentes clados e/ou subgêneros. Para testar essas hipóteses, foi triada a variação para 54 caracteres fenotípicos a partir da literatura para todas as espécies de Cereus e dois grupos externos. Para testar a hipótese 1, foi realizada uma reconstrução de caracteres ancestrais. Para essa reconstrução, foi utilizado o software MESQUITE v.3.61 sob os algoritmos de Máxima Parcimônia e Máxima Verossimilhança (Mk1), para os táxons com posicionamento filogenético definido (20 espécies). Para testar a hipótese 2, foram realizadas análises discriminantes usando os softwares RStudio, STATISTICA e PAST. Dentre as 54 características amostradas, 11 apresentaram mudança de estado significativa na filogenia, sendo elas: tipo de raíz (clado D, 99,9%), aréolas da flor (clado D, 99,9%), brácteas da flor (clado D, 99,9%), ramificação (clados B, 58,2%; D, 98,2%; e as duas subespécies de C. fernambucensis Lemaire/Ritter, 58,4% e 60,4%), margens das costelas (clados A2, 88,1%; B, 59%; e as duas subespécies de C. jamacaru De Candolle/Ritter, 87,2%), madeira (clado D, 47,9% cada sp), posição dos segmentos externos do perianto (clado A + B, 88,9%), dispersores (duas subespécies de C. jamacaru mais C. pierre-braunianus E. Esteves Pereira, 96,2%), deiscência (clado D, 99,6%), restos do perianto (ramo que compreende os clados A + B + C + C. fricii Backeberg, 77,8%), e número mínimo de espinhos radiais (clado C, 84%; as duas subespécies de C. jamacaru, 81,6%). As mudanças de estado para o clado D parecem ter relação com mitigação dos efeitos da transpiração e irradiação solar, além disso, as características de costelas podem estar interligadas ao ambiente seco além de atuar no controle térmico promovido pelo sombreamento destas. As raízes tuberosas possivelmente são associadas com estoque de água e amido e ainda podem funcionar como órgãos de propagação vegetativa em plantas que ocorrem em ambientes adversos. As análises multivariadas revelaram que o subgênero Mirabella mostrou-se muito distinto dos outros três subgêneros. A explicação adaptacionista é viável, mas não uma conclusão deste trabalho, tendo em vista outros processos que poderiam levar às mesmas observações presentes.The genus Cereus Mill. (Cactaceae) is widely distributed throughout South America and has 26 recognized species (in addition to six subspecies), subdivided into four subgenera: Cereus, Oblongicarpi, Ebneria and Mirabella. In phylogenetic terms, the genus has at least five main lineages (A-E). In this work we investigate the phenotypic variation in Cereus species. The hypotheses are: 1) the phenotypic transitions along the phylogeny may be linked to the genus diversification in dry environments in South America and 2) there is enough phenotypic variation to discriminate species of different clades and/or subgenera. To test these hypotheses, the variation for 54 phenotypic characters was screened from the literature for all Cereus species and two external groups. To test hypothesis 1, a ancestral state reconstruction was performed. For this reconstruction, the software MESQUITE v.3.61 was used under the algorithms of Maximum Parsimony and Maximum Likelihood (Mk1), for taxa with defined phylogenetic position (20 species). To test hypothesis 2, discriminant analysis were performed using RStudio, STATISTICA and PAST software. Among the 54 characteristics sampled, 11 showed a significant change of state in the phylogeny, namely: root type (clade D, 99.9%), flower areolas (clade D, 99.9%), flower bracts (clade D , 99.9%), branches (clades B, 58.2%; D, 98.2%; and the two subspecies of C. fernambucensis Lemaire/Ritter, 58.4% and 60.4%), rib margins (clades A2, 88.1%; B, 59%; and the two subspecies of C. jamacaru De Candolle/Ritter, 87.2%), wood (clade D, 47.9% each sp), position of the outer segments perianth (clade A + B, 88.9%), dispersers (two subspecies of C. jamacaru plus C. pierre-braunianus E. Esteves Pereira, 96.2%), dehiscence (clade D, 99.6%), perianth remains (branches comprising clades A + B + C + C. fricii Backeberg, 77.8%), and minimal number of radial spines (clade C, 84%; the two subspecies of C. jamacaru, 81.6 %). State changes for clade D seem to be related to mitigation of the effects of transpiration and solar irradiation, in addition, rib characteristics may be linked to the dry environment, and to acting in the thermal control promoted by their shading. Tuberous roots are possibly associated with water and starch storage and can even function as vegetative propagation organs in plants that occur in adverse environments. Multivariate analyzes revealed that the Mirabella subgenus was very different from the other three subgenres. The adaptationist explanation is viable, but not a conclusion of this work, considering other processes that could lead to the same present observations.Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq)129068/2020-9porUniversidade Federal de São CarlosCâmpus SorocabaCiências Biológicas - CB-SoUFSCarAttribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazilhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/info:eu-repo/semantics/openAccessReconstrução de caracteres ancestraisAnálise discriminanteCIENCIAS BIOLOGICAS::BOTANICA::FITOGEOGRAFIAAncestral state reconstructionDiscrminant analysisVariação fenotípica e reconstrução de caracteres ancestrais no gênero Cereus Mill. (Cactaceae)Phenotipic variation and ancestral character reconstruction of genus Cereus Mill (Cactaceae)info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bachelorThesis600600113580e0-2b80-434c-a159-2c27777048a0reponame:Repositório Institucional da UFSCARinstname:Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR)instacron:UFSCARORIGINALYanoIM_TCC_2021.pdfYanoIM_TCC_2021.pdfapplication/pdf3764507https://repositorio.ufscar.br/bitstream/ufscar/15147/1/YanoIM_TCC_2021.pdf824e6d0524764c9e5c4d67e5c8958fc5MD51CC-LICENSElicense_rdflicense_rdfapplication/rdf+xml; charset=utf-8811https://repositorio.ufscar.br/bitstream/ufscar/15147/2/license_rdfe39d27027a6cc9cb039ad269a5db8e34MD52TEXTYanoIM_TCC_2021.pdf.txtYanoIM_TCC_2021.pdf.txtExtracted texttext/plain119575https://repositorio.ufscar.br/bitstream/ufscar/15147/3/YanoIM_TCC_2021.pdf.txt9a3524a7dd891daf3313fa17d9ff5465MD53THUMBNAILYanoIM_TCC_2021.pdf.jpgYanoIM_TCC_2021.pdf.jpgIM Thumbnailimage/jpeg7969https://repositorio.ufscar.br/bitstream/ufscar/15147/4/YanoIM_TCC_2021.pdf.jpg9de1a4c7d06e7cd95e0c0fbdfec8310cMD54ufscar/151472023-09-18 18:32:20.969oai:repositorio.ufscar.br:ufscar/15147Repositório InstitucionalPUBhttps://repositorio.ufscar.br/oai/requestopendoar:43222023-09-18T18:32:20Repositório Institucional da UFSCAR - Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR)false |
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