DE CASINHOLOS, MALOCAS E MARGINAIS: AS CLASSES PERIGOSAS E SUAS INCÔMODAS MORADIAS NA PORTO ALEGRE DE 1955 A 1975
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Data de Publicação: | 2020 |
Outros Autores: | |
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Título da fonte: | Boletim Geográfico do Rio Grande do Sul (Online) |
Texto Completo: | https://revistas.planejamento.rs.gov.br/index.php/boletim-geografico-rs/article/view/4393 |
Resumo: | O artigo analisa como foi construído o imaginário social e cultural em torno dos processos de urbanização e de segregação espacial, sobretudo no que se relaciona às moradias de classes populares na cidade de Porto Alegre, entre meados dos anos cinquenta e anos setenta, período de intensa urbanização na capital gaúcha. O objetivo é identificar quais eram as percepções que as narrativas da imprensa então revelavam sobre a questão urbana, e compreender como o imaginário sobre a moradia popular influenciava, nessa época, a formatação de políticas públicas na cidade. Metodologicamente, as reflexões e a análise desenvolvidas neste artigo tiveram como principal fonte de pesquisa as edições do jornal Correio do Povo – principal jornal da cidade, nessa época – publicadas entre janeiro de 1955 e dezembro de 1975. Embora o levantamento e análise de dados estejam restritos à cidade de Porto Alegre - RS, entende-se que a construção do imaginário social que ali ocorreu é representativa do que ocorreu e ainda ocorre nos processos de urbanização e de segregação nas demais cidades brasileiras. A construção do imaginário em torno das moradias populares opera um processo de estigmatização de seus moradores. E esta estigmatização é produzida em dois aspectos: por um lado, parte da população é visível como um problema de ordem social e moral. Por outro lado, é invisível na formulação de políticas para a solução deste problema. Assim, os moradores de “vilas de malocas” são, ao mesmo tempo, visíveis e invisibilizados. O artigo evidencia o papel da mídia na construção do imaginário social sobre a urbanização desigual e a centralidade da moradia no debate sobre a questão urbana – algo ainda muito presente, nos dias atuais. |
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DE CASINHOLOS, MALOCAS E MARGINAIS: AS CLASSES PERIGOSAS E SUAS INCÔMODAS MORADIAS NA PORTO ALEGRE DE 1955 A 1975Ciências Humanas; Geografia; SociologiaO artigo analisa como foi construído o imaginário social e cultural em torno dos processos de urbanização e de segregação espacial, sobretudo no que se relaciona às moradias de classes populares na cidade de Porto Alegre, entre meados dos anos cinquenta e anos setenta, período de intensa urbanização na capital gaúcha. O objetivo é identificar quais eram as percepções que as narrativas da imprensa então revelavam sobre a questão urbana, e compreender como o imaginário sobre a moradia popular influenciava, nessa época, a formatação de políticas públicas na cidade. Metodologicamente, as reflexões e a análise desenvolvidas neste artigo tiveram como principal fonte de pesquisa as edições do jornal Correio do Povo – principal jornal da cidade, nessa época – publicadas entre janeiro de 1955 e dezembro de 1975. Embora o levantamento e análise de dados estejam restritos à cidade de Porto Alegre - RS, entende-se que a construção do imaginário social que ali ocorreu é representativa do que ocorreu e ainda ocorre nos processos de urbanização e de segregação nas demais cidades brasileiras. A construção do imaginário em torno das moradias populares opera um processo de estigmatização de seus moradores. E esta estigmatização é produzida em dois aspectos: por um lado, parte da população é visível como um problema de ordem social e moral. Por outro lado, é invisível na formulação de políticas para a solução deste problema. Assim, os moradores de “vilas de malocas” são, ao mesmo tempo, visíveis e invisibilizados. O artigo evidencia o papel da mídia na construção do imaginário social sobre a urbanização desigual e a centralidade da moradia no debate sobre a questão urbana – algo ainda muito presente, nos dias atuais.Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão - RSCoordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES) - Código de Financiamento 001.Stephanou, LuisSilveira, Rogério Leandro Lima da2020-09-11info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttps://revistas.planejamento.rs.gov.br/index.php/boletim-geografico-rs/article/view/4393Boletim Geográfico do Rio Grande do Sul; n. 35 (2020): Boletim Geográfico do Rio Grande do Sul; 91-1142446-72510520-4062reponame:Boletim Geográfico do Rio Grande do Sul (Online)instname:Secretaria de Planejamento, Orçamento e Gestão do Estado do Rio Grande do Sul (SEPLAGRS)instacron:SEPLAGRSporhttps://revistas.planejamento.rs.gov.br/index.php/boletim-geografico-rs/article/view/4393/4101Porto Alegre; Rio Grande do SulHistóricaEstudo de casoDireitos autorais 2020 Luis Stephanou, Rogério Leandro Lima da Silveirahttp://creativecommons.org/licenses/by/4.0info:eu-repo/semantics/openAccess2020-09-11T14:59:48Zoai:ojs.fee:article/4393Revistahttps://revistas.planejamento.rs.gov.br/index.php/boletim-geografico-rsPUBhttps://revistas.planejamento.rs.gov.br/index.php/boletim-geografico-rs/oaiboletimgeograficors@gmail.com || boletim-geografico@planejamento.rs.gov.br2446-72510520-4062opendoar:2020-09-11T14:59:48Boletim Geográfico do Rio Grande do Sul (Online) - Secretaria de Planejamento, Orçamento e Gestão do Estado do Rio Grande do Sul (SEPLAGRS)false |
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