Paisagens Vividas, Trabalhadas, Truncadas. Iconografia da Periferia Urbana no Cinema Ibérico da Austeridade
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2020 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Rebeca (São Paulo) |
Texto Completo: | https://rebeca.socine.org.br/1/article/view/595 |
Resumo: | Este artigo tenciona analisar a presença recorrente de dois elementos iconográficos ligados à Grande Recessão nas representações cinematográficas das periferias urbanas ibéricas. Estes dois elementos são as fábricas fechadas e as obras abandonadas, dois signos da crise recente no sector industrial e na construção civil que têm aparecido em muitos filmesdo cinema ibérico da austeridade, como 'Cavalo Dinheiro' (Pedro Costa, 2014), 'As Mil e Uma Noites' (Miguel Gomes, 2015), 'São Jorge' (Marco Martins, 2016) e 'A Fábrica de Nada' (Pedro Pinho, 2017) em Portugal; ou 'Cinco metros cuadrados' (Max Lemcke, 2011), 'Casas para todos' (Gereon Wetzeld, 2013), 'Os Fenómenos' (Alfonso Zarauza, 2014) e 'Bricks' (Quentin Ravelli, 2017) em Espanha. Estes motivos visuais introduzem uma nova temporalidade na paisagem: o tempo da incerteza, da desorientação e da nostalgia por um futuro que já não vai acontecer. Existe, no entanto, uma diferença substancial na abordagem desta iconografia a cada lado da fronteira ibérica: as fábricas sem atividade têm sido filmadas pelos cineastas portugueses com um olhar saudosista, enquanto as obras abandonadas foram retratadas pelos realizadores espanhóis com um olhar catastrofista. A análise comparativa da omnipresença destes dois motivos visuais no cinema ibérico da austeridade pode ajudar-nos agora a perceber a origem e o sentido de alguns discursos recentes sobre o espaço urbano que têm sido desenvolvidos nestes países durante os anos da Grande Recessão (2008-2014). |
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