Humor e psicose em esquizofrenia: explorando fronteiras diagnósticas com o Inventário de Critérios Operacionais para Doenças Psicóticas (OPCRIT) e o caso John Nash

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Martins,Cristiane Damacarena
Data de Publicação: 2004
Outros Autores: Gil,Alexei, Abreu,Paulo Silva Belmonte de, Lobato,Maria Inês
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Revista de Psiquiatria do Rio Grande do Sul
Texto Completo: http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-81082004000200004
Resumo: INTRODUÇÃO: Utilizamos uma simulação diagnóstica no caso John Nash, Prêmio Nobel de Matemática de 1994 e descrito como portador de esquizofrenia, para apresentar o Inventário de Critérios Operacionais para Doenças Psicóticas (OPCRIT) e discutir as frágeis delimitações dos diagnósticos categóricos, bem como o uso de diagnósticos dimensionais em psiquiatria. MÉTODO: Baseados na biografia escrita por Sylvia Nasar e no filme Uma mente brilhante, os autores discutiram a sintomatologia e preencheram o OPCRIT. Devido à ausência inicial de consenso, repetiu-se a simulação mais duas vezes, modificando-se os itens que avaliam a presença de pensamentos acelerados (item 31), a ocorrência de aumento de sociabilidade (item 53) e o balanço entre sintomas psicóticos e de humor (item 52), a fim de verificar as repercussões dessas mudanças no diagnóstico. RESULTADOS: Os diagnósticos obtidos em duas simulações foram esquizofrenia (DSM-IV) e esquizofrenia indiferenciada (CID-10), corroborando o diagnóstico de John Nash em sua biografia. Outra simulação apresentou os diagnósticos de transtorno esquizoafetivo tipo bipolar (DSM-IV) e transtorno esquizoafetivo tipo maníaco (CID-10). Apenas a mudança do critério de proporcionalidade entre sintomas psicóticos e de humor (item 52) alterou o diagnóstico de esquizofrenia para transtorno esquizoafetivo. DISCUSSÃO: As fronteiras que separam os diagnósticos de esquizofrenia e transtorno esquizoafetivo são muito tênues, o que explica a freqüente dificuldade diagnóstica. CONCLUSÕES: Ressaltamos a importância do estudo detalhado do curso da doença, enfatizando o balanço entre sintomas psicóticos e de humor, para a definição diagnóstica dos transtornos psicóticos conforme as classificações atuais. Por fim, destacamos a importância dos diagnósticos dimensionais e a necessidade de mais estudos para a validação das categorias diagnósticas atuais.
id SPRGS-1_4a581fc6ba0a338dbb7c3a4eb8b57f61
oai_identifier_str oai:scielo:S0101-81082004000200004
network_acronym_str SPRGS-1
network_name_str Revista de Psiquiatria do Rio Grande do Sul
repository_id_str
spelling Humor e psicose em esquizofrenia: explorando fronteiras diagnósticas com o Inventário de Critérios Operacionais para Doenças Psicóticas (OPCRIT) e o caso John NashDiagnósticoesquizofreniaOPCRITtranstorno esquizoafetivoINTRODUÇÃO: Utilizamos uma simulação diagnóstica no caso John Nash, Prêmio Nobel de Matemática de 1994 e descrito como portador de esquizofrenia, para apresentar o Inventário de Critérios Operacionais para Doenças Psicóticas (OPCRIT) e discutir as frágeis delimitações dos diagnósticos categóricos, bem como o uso de diagnósticos dimensionais em psiquiatria. MÉTODO: Baseados na biografia escrita por Sylvia Nasar e no filme Uma mente brilhante, os autores discutiram a sintomatologia e preencheram o OPCRIT. Devido à ausência inicial de consenso, repetiu-se a simulação mais duas vezes, modificando-se os itens que avaliam a presença de pensamentos acelerados (item 31), a ocorrência de aumento de sociabilidade (item 53) e o balanço entre sintomas psicóticos e de humor (item 52), a fim de verificar as repercussões dessas mudanças no diagnóstico. RESULTADOS: Os diagnósticos obtidos em duas simulações foram esquizofrenia (DSM-IV) e esquizofrenia indiferenciada (CID-10), corroborando o diagnóstico de John Nash em sua biografia. Outra simulação apresentou os diagnósticos de transtorno esquizoafetivo tipo bipolar (DSM-IV) e transtorno esquizoafetivo tipo maníaco (CID-10). Apenas a mudança do critério de proporcionalidade entre sintomas psicóticos e de humor (item 52) alterou o diagnóstico de esquizofrenia para transtorno esquizoafetivo. DISCUSSÃO: As fronteiras que separam os diagnósticos de esquizofrenia e transtorno esquizoafetivo são muito tênues, o que explica a freqüente dificuldade diagnóstica. CONCLUSÕES: Ressaltamos a importância do estudo detalhado do curso da doença, enfatizando o balanço entre sintomas psicóticos e de humor, para a definição diagnóstica dos transtornos psicóticos conforme as classificações atuais. Por fim, destacamos a importância dos diagnósticos dimensionais e a necessidade de mais estudos para a validação das categorias diagnósticas atuais.Sociedade de Psiquiatria do Rio Grande do Sul2004-08-01info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersiontext/htmlhttp://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-81082004000200004Revista de Psiquiatria do Rio Grande do Sul v.26 n.2 2004reponame:Revista de Psiquiatria do Rio Grande do Sulinstname:Sociedade de Psiquiatria do Rio Grande do Sul (SPRGS)instacron:SPRGS10.1590/S0101-81082004000200004info:eu-repo/semantics/openAccessMartins,Cristiane DamacarenaGil,AlexeiAbreu,Paulo Silva Belmonte deLobato,Maria Inêspor2005-09-13T00:00:00Zoai:scielo:S0101-81082004000200004Revistahttp://www.scielo.br/rprssONGhttps://old.scielo.br/oai/scielo-oai.php||revista@aprs.org.br0101-81080101-8108opendoar:2005-09-13T00:00Revista de Psiquiatria do Rio Grande do Sul - Sociedade de Psiquiatria do Rio Grande do Sul (SPRGS)false
dc.title.none.fl_str_mv Humor e psicose em esquizofrenia: explorando fronteiras diagnósticas com o Inventário de Critérios Operacionais para Doenças Psicóticas (OPCRIT) e o caso John Nash
title Humor e psicose em esquizofrenia: explorando fronteiras diagnósticas com o Inventário de Critérios Operacionais para Doenças Psicóticas (OPCRIT) e o caso John Nash
spellingShingle Humor e psicose em esquizofrenia: explorando fronteiras diagnósticas com o Inventário de Critérios Operacionais para Doenças Psicóticas (OPCRIT) e o caso John Nash
Martins,Cristiane Damacarena
Diagnóstico
esquizofrenia
OPCRIT
transtorno esquizoafetivo
title_short Humor e psicose em esquizofrenia: explorando fronteiras diagnósticas com o Inventário de Critérios Operacionais para Doenças Psicóticas (OPCRIT) e o caso John Nash
title_full Humor e psicose em esquizofrenia: explorando fronteiras diagnósticas com o Inventário de Critérios Operacionais para Doenças Psicóticas (OPCRIT) e o caso John Nash
title_fullStr Humor e psicose em esquizofrenia: explorando fronteiras diagnósticas com o Inventário de Critérios Operacionais para Doenças Psicóticas (OPCRIT) e o caso John Nash
title_full_unstemmed Humor e psicose em esquizofrenia: explorando fronteiras diagnósticas com o Inventário de Critérios Operacionais para Doenças Psicóticas (OPCRIT) e o caso John Nash
title_sort Humor e psicose em esquizofrenia: explorando fronteiras diagnósticas com o Inventário de Critérios Operacionais para Doenças Psicóticas (OPCRIT) e o caso John Nash
author Martins,Cristiane Damacarena
author_facet Martins,Cristiane Damacarena
Gil,Alexei
Abreu,Paulo Silva Belmonte de
Lobato,Maria Inês
author_role author
author2 Gil,Alexei
Abreu,Paulo Silva Belmonte de
Lobato,Maria Inês
author2_role author
author
author
dc.contributor.author.fl_str_mv Martins,Cristiane Damacarena
Gil,Alexei
Abreu,Paulo Silva Belmonte de
Lobato,Maria Inês
dc.subject.por.fl_str_mv Diagnóstico
esquizofrenia
OPCRIT
transtorno esquizoafetivo
topic Diagnóstico
esquizofrenia
OPCRIT
transtorno esquizoafetivo
description INTRODUÇÃO: Utilizamos uma simulação diagnóstica no caso John Nash, Prêmio Nobel de Matemática de 1994 e descrito como portador de esquizofrenia, para apresentar o Inventário de Critérios Operacionais para Doenças Psicóticas (OPCRIT) e discutir as frágeis delimitações dos diagnósticos categóricos, bem como o uso de diagnósticos dimensionais em psiquiatria. MÉTODO: Baseados na biografia escrita por Sylvia Nasar e no filme Uma mente brilhante, os autores discutiram a sintomatologia e preencheram o OPCRIT. Devido à ausência inicial de consenso, repetiu-se a simulação mais duas vezes, modificando-se os itens que avaliam a presença de pensamentos acelerados (item 31), a ocorrência de aumento de sociabilidade (item 53) e o balanço entre sintomas psicóticos e de humor (item 52), a fim de verificar as repercussões dessas mudanças no diagnóstico. RESULTADOS: Os diagnósticos obtidos em duas simulações foram esquizofrenia (DSM-IV) e esquizofrenia indiferenciada (CID-10), corroborando o diagnóstico de John Nash em sua biografia. Outra simulação apresentou os diagnósticos de transtorno esquizoafetivo tipo bipolar (DSM-IV) e transtorno esquizoafetivo tipo maníaco (CID-10). Apenas a mudança do critério de proporcionalidade entre sintomas psicóticos e de humor (item 52) alterou o diagnóstico de esquizofrenia para transtorno esquizoafetivo. DISCUSSÃO: As fronteiras que separam os diagnósticos de esquizofrenia e transtorno esquizoafetivo são muito tênues, o que explica a freqüente dificuldade diagnóstica. CONCLUSÕES: Ressaltamos a importância do estudo detalhado do curso da doença, enfatizando o balanço entre sintomas psicóticos e de humor, para a definição diagnóstica dos transtornos psicóticos conforme as classificações atuais. Por fim, destacamos a importância dos diagnósticos dimensionais e a necessidade de mais estudos para a validação das categorias diagnósticas atuais.
publishDate 2004
dc.date.none.fl_str_mv 2004-08-01
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-81082004000200004
url http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-81082004000200004
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv 10.1590/S0101-81082004000200004
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv text/html
dc.publisher.none.fl_str_mv Sociedade de Psiquiatria do Rio Grande do Sul
publisher.none.fl_str_mv Sociedade de Psiquiatria do Rio Grande do Sul
dc.source.none.fl_str_mv Revista de Psiquiatria do Rio Grande do Sul v.26 n.2 2004
reponame:Revista de Psiquiatria do Rio Grande do Sul
instname:Sociedade de Psiquiatria do Rio Grande do Sul (SPRGS)
instacron:SPRGS
instname_str Sociedade de Psiquiatria do Rio Grande do Sul (SPRGS)
instacron_str SPRGS
institution SPRGS
reponame_str Revista de Psiquiatria do Rio Grande do Sul
collection Revista de Psiquiatria do Rio Grande do Sul
repository.name.fl_str_mv Revista de Psiquiatria do Rio Grande do Sul - Sociedade de Psiquiatria do Rio Grande do Sul (SPRGS)
repository.mail.fl_str_mv ||revista@aprs.org.br
_version_ 1754821040777723904