Elas que lutem: mulheres e os desafios de ocupar cargos de chefia

• Autor(a) principal: Medeiros, Caroline Evelin da Silva
• Data de Publicação: 2019
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UCB
• Texto Completo: https://repositorio.ucb.br:9443/jspui/handle/123456789/12372
• topic: CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::PSICOLOGIA; Psicologia; Mulheres nas organizações; Mulheres em cargo de chefia; Machismo nas organizações

O presente estudo pretendeu responder a indagação de como as relações baseadas no machismo, atravessa os vínculos hierárquicos no momento em que as mulheres ocupam cargos de liderança? Para tanto, definiu-se o objetivo geral de analisar como o machismo interfere no exercício das atividades laborais de mulheres em cargo de alta chefia, bem como os objetivos específicos de averiguar quais os maiores desafios enfrentados por estas mulheres; verificar os mecanismos de enfrentamento utilizados por elas para lidar com a disparidade de gênero que as encontram diariamente e investigar quais estratégias utilizadas pelas organizações para a promoção de igualdade de gênero. Desta maneira, a investigação consiste em uma pesquisa exploratória de cunho qualitativo, de forma que foram buscadas entrevistas na plataforma de compartilhamento de vídeo YouTube que se relacionam com a temática trabalhada e em seguida foi realizada a apuração de dados. Posteriormente, foi feita a exploração destes dados com base na Análise do Discurso. Nos resultados e discussão, foi possível vislumbrar que o fato em si de ser mulher já ocasiona impacto, pois, as mesmas, percebem que isso influencia diretamente ao momento que assumem a função de chefe e isso requer que as mesmas encontrem modos de enfrentamento para defrontar essas situações que as incomodam. Além disso, o ideal de mulher que perpassa a cultura atual, também impacta nas relações de trabalho de maneira negativa em variadas nuances, tendo em vista que mesmo a mulher tendo maior nível de escolaridade que o homem, por vezes, ela é classificada pela sua forma de apresentação física em detrimento a sua competência e expertise e esse preconceito se acentua principalmente em situações mais palpáveis como a de remuneração. Percebe-se que já houve avanços em relação a isso, mas essa é uma questão que se faz muito presente na vida profissional de mulheres contemporâneas. Com isto, é perceptível que as estratégias tomadas por estas mulheres para lidar com estas situações adversas não são necessariamente as mais saudáveis e eficazes, pois, ainda são de cunho precário e individual. Porém, é o que tem exercido efeito em curto prazo para estas mulheres, além de dizer muito, simbolicamente, como estas são vistas pela organização. Outro aspecto levado em consideração é o apoio externo que recebem em ambiente doméstico, esse suporte tem se demonstrado em situações muito pontuais e de maneira muito tímida pelo forte apego cultural dos papéis masculinos e femininos previamente constituídos. O reconhecimento é um fator que se demonstrou como algo empoderador para estas mulheres, tendo em vista que estas enfrentam muitas barreiras, de variadas nuances, e isto pode se demonstrar como um aspecto que dê solidez em relação a sua caminhada profissional, além dos benefícios já conhecidos que o reconhecimento proporciona. Por fim, é ressaltada a importância da participação das organizações neste processo, de modo que as mesmas precisam se manter alertas em relação a essa problemática de maneira crítica, pois, apesar dos avanços já percebidos, os resultados obtidos estão longe de serem satisfatórios e tem deixado resquícios que afetam o quadro funcional.