Adoecimento e readaptação funcional: estudo de caso em uma escola pública rural do Distrito Federal

• Autor(a) principal: Couto, Aline da Silva
• Data de Publicação: 2016
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UCB
• Texto Completo: https://repositorio.ucb.br:9443/jspui/handle/123456789/9282
• topic: CNPQ::CIENCIAS DA SAUDE::NUTRICAO; Psicodinâmica do trabalho; Readaptação funcional; Docência

A história da docência evidencia uma estreita e intensa relação entre prazer e sofrimento no trabalho. O cotidiano escolar está arraigado de violência, desrespeito ao outro, inclusive ao professor, situação que culmina com enorme desapontamento das idealizações construídas por parte desse profissional, reduzindo seu encantamento e prazer em ser docente. Contudo, apesar das estratégias criadas pelos profissionais no cotidiano escolar, o trabalho docente exige cada vez mais uma profunda capacidade física, emocional e psíquica, provocando consequências diretas em sua saúde. Desta afirmativa depreende-se a importância de se considerar o contexto do trabalho como fator primordial, pois a prática docente é mediada pela história de vida do professor, por sua formação e inserção profissional e pela cultura escolar. Portanto, qualquer que seja o projeto de atenção à saúde docente, faz-se necessário reconhecer suas vivências, angústias e sofrimentos. Nesta perspectiva foi possível investigar, através da pesquisa qualitativa, fundamentada na psicodinâmica do trabalho, os principais fatores que contribuíram para a inserção das docentes, no programa de readaptação funcional da Rede Pública de Ensino do Distrito Federal, bem como as vivências de sofrimento no ambiente de trabalho. Participaram da pesquisa, duas professoras, do Ensino Fundamental, anos finais da Secretaria de Educação do Distrito Federal - SEEDF. Quanto à discussão do material, optou - se pelo método de Análise de Conteúdo, proposta por Bardin. De acordo com os resultados encontrados nesta pesquisa, observou-se que os fatores de adoecimento em relação ao trabalho dos docentes, são impactados pelas relações sociais. As participantes apresentaram vivências diversificadas de sofrimento no trabalho. No entanto, o fator que se refere às relações interpessoais com os colegas foi predominante. Foi constatado que a forma de avaliação pericial utilizada atualmente pela SEEDF, não humaniza e não promove a diminuição do impacto sofrido pelo processo de readaptação funcional vivenciado pelos profissionais, percebe-se certo descaso e tratamento inadequado durante os procedimentos médicos de avaliação. É recomendado que sejam desenvolvidas medidas favoráveis de adaptação às condições de trabalho priorizando a saúde do professor.