Do cativeiro ao mar: escravos na Marinha de Guerra

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Nascimento,Álvaro Pereira do
Data de Publicação: 2000
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Estudos Afro-Asiáticos
Texto Completo: http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-546X2000000200005
Resumo: O artigo procura revelar que, ao longo do século XIX, a Marinha de Guerra Brasileira era um dos caminhos seguidos pelos escravos fugidos para alcançar a liberdade. Já existem algumas obras que tratam dos escravos emancipados para a guerra do Paraguai. Contudo, temos somente alguns poucos comentários na historiografia sobre os escravos não-emancipados - que fugiam e burlavam os aparato policial e de recrutamento militar ao longo do século XIX. Analisei os ofícios trocados entre o chefe de polícia da Corte e o encarregado do quartel general da Marinha, que revelaram as falhas do alistamento militar provocadas pela necessidade de homens para a Armada e pelo interesse do aparato policial em se livrar daqueles tidos como vadios, mendigos, menores, etc. Além disso, em momentos de guerra, crises políticas e revoltas, os escravos poderiam ter variadas interpretações da palavra liberdade. No processo de independência, na Sabinada, na guerra Paraguai e em outros momentos de crise, os escravos fugiram, enganaram recrutadores, assumiram seus postos no front em forças legalistas ou separatistas e alcançaram a liberdade. Todavia, essa mesma liberdade não estaria garantida, se eles não lutassem com unhas e dentes pela causa da guerra. O que revela um sentido político não ligado à Força Armada que participavam, mas aos seus próprios interesses.
id UCM-1_b50ca82f385dc1a19d1fe266ef4406d4
oai_identifier_str oai:scielo:S0101-546X2000000200005
network_acronym_str UCM-1
network_name_str Estudos Afro-Asiáticos
repository_id_str
spelling Do cativeiro ao mar: escravos na Marinha de Guerraescravosfugasalistamento militarMarinha de Guerramovimentos separatistasguerra do ParaguaiO artigo procura revelar que, ao longo do século XIX, a Marinha de Guerra Brasileira era um dos caminhos seguidos pelos escravos fugidos para alcançar a liberdade. Já existem algumas obras que tratam dos escravos emancipados para a guerra do Paraguai. Contudo, temos somente alguns poucos comentários na historiografia sobre os escravos não-emancipados - que fugiam e burlavam os aparato policial e de recrutamento militar ao longo do século XIX. Analisei os ofícios trocados entre o chefe de polícia da Corte e o encarregado do quartel general da Marinha, que revelaram as falhas do alistamento militar provocadas pela necessidade de homens para a Armada e pelo interesse do aparato policial em se livrar daqueles tidos como vadios, mendigos, menores, etc. Além disso, em momentos de guerra, crises políticas e revoltas, os escravos poderiam ter variadas interpretações da palavra liberdade. No processo de independência, na Sabinada, na guerra Paraguai e em outros momentos de crise, os escravos fugiram, enganaram recrutadores, assumiram seus postos no front em forças legalistas ou separatistas e alcançaram a liberdade. Todavia, essa mesma liberdade não estaria garantida, se eles não lutassem com unhas e dentes pela causa da guerra. O que revela um sentido político não ligado à Força Armada que participavam, mas aos seus próprios interesses.Universidade Cândido Mendes2000-12-01info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersiontext/htmlhttp://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-546X2000000200005Estudos Afro-Asiáticos n.38 2000reponame:Estudos Afro-Asiáticosinstname:Universidade Cândido Mendes (UCAM)instacron:UCM10.1590/S0101-546X2000000200005info:eu-repo/semantics/openAccessNascimento,Álvaro Pereira dopor2002-02-19T00:00:00Zoai:scielo:S0101-546X2000000200005Revistahttp://www.scielo.br/eaaONGhttps://old.scielo.br/oai/scielo-oai.phpceaa@candidomendes.edu.br||afro@candidomendes.edu.br1678-46500101-546Xopendoar:2002-02-19T00:00Estudos Afro-Asiáticos - Universidade Cândido Mendes (UCAM)false
dc.title.none.fl_str_mv Do cativeiro ao mar: escravos na Marinha de Guerra
title Do cativeiro ao mar: escravos na Marinha de Guerra
spellingShingle Do cativeiro ao mar: escravos na Marinha de Guerra
Nascimento,Álvaro Pereira do
escravos
fugas
alistamento militar
Marinha de Guerra
movimentos separatistas
guerra do Paraguai
title_short Do cativeiro ao mar: escravos na Marinha de Guerra
title_full Do cativeiro ao mar: escravos na Marinha de Guerra
title_fullStr Do cativeiro ao mar: escravos na Marinha de Guerra
title_full_unstemmed Do cativeiro ao mar: escravos na Marinha de Guerra
title_sort Do cativeiro ao mar: escravos na Marinha de Guerra
author Nascimento,Álvaro Pereira do
author_facet Nascimento,Álvaro Pereira do
author_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Nascimento,Álvaro Pereira do
dc.subject.por.fl_str_mv escravos
fugas
alistamento militar
Marinha de Guerra
movimentos separatistas
guerra do Paraguai
topic escravos
fugas
alistamento militar
Marinha de Guerra
movimentos separatistas
guerra do Paraguai
description O artigo procura revelar que, ao longo do século XIX, a Marinha de Guerra Brasileira era um dos caminhos seguidos pelos escravos fugidos para alcançar a liberdade. Já existem algumas obras que tratam dos escravos emancipados para a guerra do Paraguai. Contudo, temos somente alguns poucos comentários na historiografia sobre os escravos não-emancipados - que fugiam e burlavam os aparato policial e de recrutamento militar ao longo do século XIX. Analisei os ofícios trocados entre o chefe de polícia da Corte e o encarregado do quartel general da Marinha, que revelaram as falhas do alistamento militar provocadas pela necessidade de homens para a Armada e pelo interesse do aparato policial em se livrar daqueles tidos como vadios, mendigos, menores, etc. Além disso, em momentos de guerra, crises políticas e revoltas, os escravos poderiam ter variadas interpretações da palavra liberdade. No processo de independência, na Sabinada, na guerra Paraguai e em outros momentos de crise, os escravos fugiram, enganaram recrutadores, assumiram seus postos no front em forças legalistas ou separatistas e alcançaram a liberdade. Todavia, essa mesma liberdade não estaria garantida, se eles não lutassem com unhas e dentes pela causa da guerra. O que revela um sentido político não ligado à Força Armada que participavam, mas aos seus próprios interesses.
publishDate 2000
dc.date.none.fl_str_mv 2000-12-01
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-546X2000000200005
url http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-546X2000000200005
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv 10.1590/S0101-546X2000000200005
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv text/html
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade Cândido Mendes
publisher.none.fl_str_mv Universidade Cândido Mendes
dc.source.none.fl_str_mv Estudos Afro-Asiáticos n.38 2000
reponame:Estudos Afro-Asiáticos
instname:Universidade Cândido Mendes (UCAM)
instacron:UCM
instname_str Universidade Cândido Mendes (UCAM)
instacron_str UCM
institution UCM
reponame_str Estudos Afro-Asiáticos
collection Estudos Afro-Asiáticos
repository.name.fl_str_mv Estudos Afro-Asiáticos - Universidade Cândido Mendes (UCAM)
repository.mail.fl_str_mv ceaa@candidomendes.edu.br||afro@candidomendes.edu.br
_version_ 1754734627451305984