Ensaio sobre a Dubiedade em Heidegger, Heisenberg e Bohr
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2010 |
Outros Autores: | |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Synesis (Online) |
Texto Completo: | https://seer.ucp.br/seer/index.php/synesis/article/view/44 |
Resumo: | O recente afastamento radical das explicações tradicionais a respeito de fenômenos subatômicos tem levado cientistas e filósofos a ponderar com mais vagar se a renúncia à própria noção de determinismo e de conhecimento objetivo, tão cara para o cientificismo positivista, tratar-se-ia de mero expediente momentâneo e superável, ou mesmo, no dizer de Erwin Schrödinger, de “simples excentricidades filosóficas desesperadas em momento de grande crise”, ou se, pelo contrário, exigiria, na verdade, a revisão, revolucionária por também ser radical, de todos os pressupostos considerados até então como os mais fundamentais do próprio pensamento, o que inclui: o princípio da causalidade, da localidade, do terceiro excluído, da não-contradição e da identidade. A presente proposta visa acompanhar uma reflexão sobre os princípios quânticos da Incerteza de Heisenberg e da Complementaridade de Bohr, relacionando-os com a própria ontologia heideggeriana na medida em que estes dois últimos princípios se estabelecem, cada um a seu modo, como que perpassados pelo que Heidegger chamará de dubiedade insuperável de todo e qualquer perguntar original pelo Ser e, assim, procurando mostrar que o referido afastamento, muito distinto de mera excentricidade filosófica desesperada, se dá em virtude da conscientização contemporânea cada vez maior de que a incerteza e a probabilidade são aspectos inerentes à physis que como num jogo dúbio de mostrar e esconder incessante, exatamente como o “nunca dado desde sempre” heraclítico, impossibilita que qualquer conhecimento da realidade atômica possa ser considerado propriamente como objetivo, definitivo e isento, acenando na mesma direção da experiência e interpretação grega do Ser como fundamento oculto de nossa existência histórica. |
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