Percepção e conhecimento de médicos residentes em pediatria no Rio de Janeiro sobre comportamento suicida na infância e na adolescência
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2020 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Sociedade em Debate (Online) |
Texto Completo: | https://revistas.ucpel.edu.br/rsd/article/view/2712 |
Resumo: | A transição epidemiológica das últimas décadas no Brasil trouxe necessidade de adaptações para o cuidado de crianças e adolescentes. Essa Nova Pediatria tem as violências, as condições crônicas e complexas e a saúde mental como importantes questões em sua agenda, com destaque para o comportamento suicida pelo impacto clínico-epidemiológico e pelo tabu que representa, inclusive na formação pediátrica. O objeto desta pesquisa, desenvolvida durante o Mestrado em Saúde Coletiva, foi a relação dialógica dos médicos residentes (MR) em pediatria com o comportamento suicida, assim como a participação dos programas de residência médica (PRM) neste processo. Partiu-se de uma hipótese de que exista uma desconsideração ou inabilidade teórica e clínica dos MR por essa temática, dificultando a assistência integral ao público infantojuvenil. Objetivou-se compreender a percepção e o conhecimento de MR em pediatria sobre a morte e o comportamento suicida na infância e na adolescência, valorizando as experiências e vivências construídas nos PRM, a influência da cultura incluindo a mídia e as novas demandas da especialidade. Foi utilizado o método qualitativo, por meio da técnica de Grupos Focais (GF), a partir da qual 44 MR de cinco PRM no Rio de Janeiro participaram da pesquisa, aprovada por um Comitê de Ética e Pesquisa da FIOCRUZ (CAAE 833111518.0.00005269). Os diálogos evocados nos cinco GF realizados, gravados e transcritos, foram analisados, junto aos registros não verbais, a partir de três unidades de sentido elencadas e correlacionadas: O tabu do suicídio; Peculiaridades da assistência pediátrica: idealizações e conflitos; Lacunas formativas dos PRM em pediatria. Foi proposto o conceito de triplo tabu como uma tentativa de compreensão do suicídio de crianças e adolescentes pelos profissionais. Diante da constatação dos vazios curriculares sobre comportamento suicida na formação pediátrica, cinco pontos tornaram-se relevantes: (1) a baixa exposição sobre o tema; (2) o desinteresse discente; (3) o desconforto provocado pelo tema; (4) a organização dos PRM; (5) o ímpeto anatomopatológico. Como contrapartida ética, foi realizada uma atividade acadêmica e reflexiva subsequente para os integrantes de cada PRM envolvido, com discussões sobre esse fenômeno universal, complexo, multicausal e polissêmico, que é o suicídio. As proposições dos participantes e dos pesquisadores configuraram o objetivo estratégico da pesquisa, constituindo-se como uma potencial contribuição para a implantação e a consolidação de um novo currículo nacional para os PRM em pediatria, em vigor a partir de 2019. |
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