O discurso sociolingustico da fotografia : fotógrafo e fotografado construindo sentidos por meio da fotoetnotextografia na Ilha dos Marinheiros Pelotas
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2015 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações do UCpel |
Texto Completo: | http://tede.ucpel.edu.br:8080/jspui/handle/tede/525 |
Resumo: | A presente tese tem como objetivo compreender a produção de sentidos provenientes de fotografias como forma de reconhecimento e discurso social a partir do olhar do fotografado, em diálogo com o olhar do fotógrafo (produtor da foto). Portanto, parte-se não apenas dos registros do pesquisador, como também da percepção do sujeito pesquisado enquanto ator e autor de seu cotidiano. Para isso, desenvolveu-se uma metodologia denominada de Fotoetnotextografia que parte do reconhecimento da importância do uso da fotografia nas descrições de fenômenos sociais, tratando-a não com uma mera fonte de ilustração, mas como parte de conhecimento científico, fundamental e tão importante quanto o texto escrito para os trabalhos acadêmicos. Por meio da foto, acredita-se ser capaz de mostrar, construir discursos e análises consistentes nas pesquisas científicas. O referencial teórico é focado na percepção da imagem fotográfica como facilitadora da formação identitária do sujeito ocidental, partindo não apenas das premissas que a fotografia é uma indicadora de “verdades”, como também, de que ela oferece formas de observação diferenciadas de fenômenos capazes de atuar na formação do conhecimento e do discurso linguístico. A seguir, discute-se e problematiza-se as metodologias que utilizam as imagens fotográficas nestas narrativas sociolinguísticas científicas, como a etnografia e a fotoetnografia, apresentando-se, finalmente, a Fotoetnotextografia. Após esta etapa da pesquisa, descreve-se a localidade escolhida: a Ilha dos Marinheiros. A eleição se deve às características da população ilhéu: um povo que mantém suas tradições ainda pouco influenciadas pela crescente globalização das cidades continentais, capaz, então, de revelar uma cultura produtora de sentidos ímpares, centrada na constituição da família, no trabalho de pescadores e agricultores, na religiosidade e na produção de mitos e lendas que são passados de geração a geração. Desse modo, o sujeito pesquisado constrói a sua percepção de mundo por meio da fotografia e das “conversas” (entrevistas) desenvolvidas com o pesquisador. Conjuntamente, o pesquisador edifica a descrição imagética da população, apresentando as bases teóricas e técnicas da lida com as imagens. Por meio desta dupla linguagem, foi possível compreender como o ilhéu da Ilha dos Marinheiros se reconhece a partir da narrativa fotográfica de seus processos sociais. As implicações deste estudo revelam que, por meio da fotografia, os sujeitos encontram outras maneiras para falar sobre si e para manifestarem suas identidades, produzindo novos sentidos sociais. Também se percebeu a importância da conjugação de textos com imagens (no discurso acadêmico e com igual peso de importância) como fundamentais para a construção do conhecimento de culturas por meio da Fotoetnotextografia. Por fim, os resultados apontam para possíveis ressignificações produzidas pelo duplo diálogo narrado entre o olhar do fotografado e o olhar do fotógrafo, capazes de apontar a “força” da imagem fotográfica como discurso social em processos de comunicação e pesquisa. |
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O discurso sociolingustico da fotografia : fotógrafo e fotografado construindo sentidos por meio da fotoetnotextografia na Ilha dos Marinheiros Pelotasdiscurso sociolinguístico; fotografia; fotoetnotextografia; Ilha dos Marinheiros; identidade; linguagem visualLINGUISTICA::LINGUISTICA APLICADA##-552208380650306735##600A presente tese tem como objetivo compreender a produção de sentidos provenientes de fotografias como forma de reconhecimento e discurso social a partir do olhar do fotografado, em diálogo com o olhar do fotógrafo (produtor da foto). Portanto, parte-se não apenas dos registros do pesquisador, como também da percepção do sujeito pesquisado enquanto ator e autor de seu cotidiano. Para isso, desenvolveu-se uma metodologia denominada de Fotoetnotextografia que parte do reconhecimento da importância do uso da fotografia nas descrições de fenômenos sociais, tratando-a não com uma mera fonte de ilustração, mas como parte de conhecimento científico, fundamental e tão importante quanto o texto escrito para os trabalhos acadêmicos. Por meio da foto, acredita-se ser capaz de mostrar, construir discursos e análises consistentes nas pesquisas científicas. O referencial teórico é focado na percepção da imagem fotográfica como facilitadora da formação identitária do sujeito ocidental, partindo não apenas das premissas que a fotografia é uma indicadora de “verdades”, como também, de que ela oferece formas de observação diferenciadas de fenômenos capazes de atuar na formação do conhecimento e do discurso linguístico. A seguir, discute-se e problematiza-se as metodologias que utilizam as imagens fotográficas nestas narrativas sociolinguísticas científicas, como a etnografia e a fotoetnografia, apresentando-se, finalmente, a Fotoetnotextografia. Após esta etapa da pesquisa, descreve-se a localidade escolhida: a Ilha dos Marinheiros. A eleição se deve às características da população ilhéu: um povo que mantém suas tradições ainda pouco influenciadas pela crescente globalização das cidades continentais, capaz, então, de revelar uma cultura produtora de sentidos ímpares, centrada na constituição da família, no trabalho de pescadores e agricultores, na religiosidade e na produção de mitos e lendas que são passados de geração a geração. Desse modo, o sujeito pesquisado constrói a sua percepção de mundo por meio da fotografia e das “conversas” (entrevistas) desenvolvidas com o pesquisador. Conjuntamente, o pesquisador edifica a descrição imagética da população, apresentando as bases teóricas e técnicas da lida com as imagens. Por meio desta dupla linguagem, foi possível compreender como o ilhéu da Ilha dos Marinheiros se reconhece a partir da narrativa fotográfica de seus processos sociais. As implicações deste estudo revelam que, por meio da fotografia, os sujeitos encontram outras maneiras para falar sobre si e para manifestarem suas identidades, produzindo novos sentidos sociais. Também se percebeu a importância da conjugação de textos com imagens (no discurso acadêmico e com igual peso de importância) como fundamentais para a construção do conhecimento de culturas por meio da Fotoetnotextografia. Por fim, os resultados apontam para possíveis ressignificações produzidas pelo duplo diálogo narrado entre o olhar do fotografado e o olhar do fotógrafo, capazes de apontar a “força” da imagem fotográfica como discurso social em processos de comunicação e pesquisa.This thesis aims at comprehending the production of meaning through photography as a way to recognize oneself and as a way to build a social discourse through the eye of the subject photographed, in a dialogue with the photographer. Thus, we don't look only into the researcher's registers but also into the perceptions of the subject, one who is author and actor of its own everyday life. We present a methodology named "Photoethnotextography", which comes from the recognition of the usage of photography in the description of social phenomena not only as an illustration, but as part of scientific knowledge, as important as the written text for academic research. Through photos, we believe it is possible to show, build and analyze discourse in scientific researches. Our theoretical background is based on the perception of the photographed image as a way to build identity for the occidental subject, based not only on the idea that photography indicates "truth", but also, that it offers ways to observe phenomena which are capable of forming knowledge and linguistic discourse. Following this part, we discuss the methodologies that use images in sociolinguistic narratives like ethnography and photoethnography and finally, present the thesis of Photoetnotextography. After this discussion, we apply the method for Ilha dos Marinheiros (Mariner's Island), an island in Rio Grande do Sul, Brazil. We chose this island because of its population characteristics: They still keep their traditions, which are little influenced by globalization around them in the continent. Thus, the study is able to reveal a culture that produces different meanings, centered on family, on the work of fishermen and farmers, in religion and the production of myths and legends that are passed on generation through generation. This way, the researched subjects build their perception of the world through photography and "conversations" (interviews) with the researcher. Together, the research and the researched subjects build the imagery description of this population, presenting theoretical basis and technicalities of the images. Through this double language, it was possible to understand how the population of the Mariner's Island recognize themselves through the photographic narratives of their social process. The implications of this work reveal that through photography, people find new ways to talk about themselves and to show their identities, producing new social meaning. We also perceived the importance of using text and images (with equal importance and equal weight) in the academic discourse, in order to build knowledge about cultures through Photoetnotextography. Finally, our results point to possible resignifications produced by the method, allowing the strength of the photography as social discourse in communication and research.Universidade Catolica de PelotasCentro de Ciencias Sociais e Tecnologicas##-8792015687048519997##600BrasilUCPelPrograma de Pos-Graduacao em Letras##8902948520591898764##600Sobral , Adail Ubirajarahttp://lattes.cnpq.br/0397923948069690Bohn, Hilário Ináciohttp://lattes.cnpq.br/0157693202617991Assunção, Alexandre Vergíniohttp://lattes.cnpq.br/1426674469040108Turra, Cláudia Magnihttp://lattes.cnpq.br/8774264386533161Marroni, Fabiane Villelahttp://lattes.cnpq.br/0405454451123282Recuero, Carlos Leonardo Coelho2016-10-25T13:09:21Z2015-08-19info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfRecuero, Carlos Leonardo Coelho. O discurso sociolingustico da fotografia : fotógrafo e fotografado construindo sentidos por meio da fotoetnotextografia na Ilha dos Marinheiros Pelotas. 2015. 342 f. Tese( Programa de Pos-Graduacao em Letras) - Universidade Catolica de Pelotas, Pelotas.http://tede.ucpel.edu.br:8080/jspui/handle/tede/525porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações do UCpelinstname:Universidade Católica de Pelotas (UCPEL)instacron:UCPEL2020-09-29T21:40:08Zoai:tede.ucpel.edu.br:tede/525Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www2.ufpel.edu.br/tede/http://tede.ucpel.edu.br:8080/oai/requestbiblioteca@ucpel.edu.br||cristiane.chim@ucpel.tche.bropendoar:2020-09-29T21:40:08Biblioteca Digital de Teses e Dissertações do UCpel - Universidade Católica de Pelotas (UCPEL)false |
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A presente tese tem como objetivo compreender a produção de sentidos provenientes de fotografias como forma de reconhecimento e discurso social a partir do olhar do fotografado, em diálogo com o olhar do fotógrafo (produtor da foto). Portanto, parte-se não apenas dos registros do pesquisador, como também da percepção do sujeito pesquisado enquanto ator e autor de seu cotidiano. Para isso, desenvolveu-se uma metodologia denominada de Fotoetnotextografia que parte do reconhecimento da importância do uso da fotografia nas descrições de fenômenos sociais, tratando-a não com uma mera fonte de ilustração, mas como parte de conhecimento científico, fundamental e tão importante quanto o texto escrito para os trabalhos acadêmicos. Por meio da foto, acredita-se ser capaz de mostrar, construir discursos e análises consistentes nas pesquisas científicas. O referencial teórico é focado na percepção da imagem fotográfica como facilitadora da formação identitária do sujeito ocidental, partindo não apenas das premissas que a fotografia é uma indicadora de “verdades”, como também, de que ela oferece formas de observação diferenciadas de fenômenos capazes de atuar na formação do conhecimento e do discurso linguístico. A seguir, discute-se e problematiza-se as metodologias que utilizam as imagens fotográficas nestas narrativas sociolinguísticas científicas, como a etnografia e a fotoetnografia, apresentando-se, finalmente, a Fotoetnotextografia. Após esta etapa da pesquisa, descreve-se a localidade escolhida: a Ilha dos Marinheiros. A eleição se deve às características da população ilhéu: um povo que mantém suas tradições ainda pouco influenciadas pela crescente globalização das cidades continentais, capaz, então, de revelar uma cultura produtora de sentidos ímpares, centrada na constituição da família, no trabalho de pescadores e agricultores, na religiosidade e na produção de mitos e lendas que são passados de geração a geração. Desse modo, o sujeito pesquisado constrói a sua percepção de mundo por meio da fotografia e das “conversas” (entrevistas) desenvolvidas com o pesquisador. Conjuntamente, o pesquisador edifica a descrição imagética da população, apresentando as bases teóricas e técnicas da lida com as imagens. Por meio desta dupla linguagem, foi possível compreender como o ilhéu da Ilha dos Marinheiros se reconhece a partir da narrativa fotográfica de seus processos sociais. As implicações deste estudo revelam que, por meio da fotografia, os sujeitos encontram outras maneiras para falar sobre si e para manifestarem suas identidades, produzindo novos sentidos sociais. Também se percebeu a importância da conjugação de textos com imagens (no discurso acadêmico e com igual peso de importância) como fundamentais para a construção do conhecimento de culturas por meio da Fotoetnotextografia. Por fim, os resultados apontam para possíveis ressignificações produzidas pelo duplo diálogo narrado entre o olhar do fotografado e o olhar do fotógrafo, capazes de apontar a “força” da imagem fotográfica como discurso social em processos de comunicação e pesquisa. |
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