Mau controle glicêmico, qualidade de vida, resiliência e retinopatia diabética em pacientes diabéticos tipo 2 avaliados em clínica de referência no sul do Brasil
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2018 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações do UCpel |
Texto Completo: | http://tede.ucpel.edu.br:8080/jspui/handle/jspui/817 |
Resumo: | OBJETIVO: Avaliar mau controle glicêmico, qualidade de vida (QV), capacidade de resiliência e Retinopatia Diabética (RD) em uma amostra de pacientes diabéticos tipo 2 (DM2) que realizam acompanhamento em clínica de referência em cidade do sul do Brasil. MÉTODOS: O estudo foi realizado com 220 pacientes diabéticos tipo 2, avaliados no período de junho 2015 a outubro de 2017, que realizaram o exame padrão ouro para RD, angiorretinografia fluoresceínica (AGF), em município no sul do Brasil. Questionário autoaplicado contendo dados sociodemográficos, de saúde física e mental foi utilizado. A QV foi avaliada pelo WHOQOL–Breef, a resiliência pela Resilience Scale de Wagnild & Young e a presença de transtornos mentais comuns pelo SRQ20. Foram obtidos no prontuário dos pacientes dados sobre comorbidades, uso de medicações e níveis glicêmicos de até 30 dias antes da AGF. RESULTADOS: O mau controle glicêmico foi verificado em 22,3% dos pacientes e apresentou-se associado ao menor nível socioeconômico (p< 0,01 e IC 1,39- 8,46), à pior QV (p < 0,01 e IC 1,25-6,64) e RD leve (p < 0,01 e IC 1,51-13,45) e moderada (p < 0,01 e IC 1,01-7,91). A prevalência de RD foi de 73,3%, sendo 18,76% apresentaram RD leve e 81,24% RD moderada ou grave. Pacientes com RD Leve apresentaram níveis de glicemia de jejum em média 49,97 (p <0,01, IC -83,27; -16,67) mais elevados que aqueles sem RD e, em média 20,50 (p = 0,01 IC -50,60; -9,58) acima dos pacientes com RD moderada a grave. A capacidade de resiliência dos pacientes com RD moderada a grave foi em média 9,32 (p = 0,01, IC 2,05;16,59) acima dos que apresentam RD leve. Em relação a QV, domínio psicológico os pacientes com RD moderada a grave obtiveram médias 6,79 (p = 0,02, IC -0,72;12,85) pontos acima dos portadores de RD leve; no domínio social esse mesmo grupo apresentou médias 9,27 (p = 0,04, IC 0,21;18,33) vezes maior; e no WHOQOL total 6,33 (p = 0,02, IC 1,05;11,60) vezes também quando comparados aos com RD leve. CONCLUSÕES: Pacientes diabéticos tipo 2 com glicemia de jejum acima de 200 mg/dl tem grande chance de evoluir para um mau desfecho de quadro porque apresentam mais chance de ter complicações oftalmológicas e pior QV. Dessa forma, sendo a glicemia jejum uma medida simples, de baixo custo, e que usualmente todos os pacientes possuem, independentemente do nível de atenção em que são acompanhados, é capaz de indicar as chances que os pacientes com diagnóstico de DM 2 já estabelecido tem de evoluir negativamente. No presente estudo, pacientes com RD leve apresentaram piores níveis glicêmicos, pior capacidade de resiliência e QV quando comparados a pacientes com RD moderada a grave. A hiperglicemia crônica e a dificuldade de lidar com as limitações e mudanças da doença podem ter um papel importante na evolução das complicações. Dessa forma, é muito importante que os profissionais de saúde, seja em que nível estiverem, orientem seus pacientes para um bom manejo do DM, com controle glicêmico estrito e realização de práticas não medicamentosas. |
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Mau controle glicêmico, qualidade de vida, resiliência e retinopatia diabética em pacientes diabéticos tipo 2 avaliados em clínica de referência no sul do Brasildiabetes tipo 2; mau controle glicêmico; retinopatia diabética; qualidade de vida; capacidade de resiliênciatype 2 diabetes, poor glycemic control, diabetic retinopathy, quality of life, resilience capacity.CIENCIAS DA SAUDE::SAUDE COLETIVAOBJETIVO: Avaliar mau controle glicêmico, qualidade de vida (QV), capacidade de resiliência e Retinopatia Diabética (RD) em uma amostra de pacientes diabéticos tipo 2 (DM2) que realizam acompanhamento em clínica de referência em cidade do sul do Brasil. MÉTODOS: O estudo foi realizado com 220 pacientes diabéticos tipo 2, avaliados no período de junho 2015 a outubro de 2017, que realizaram o exame padrão ouro para RD, angiorretinografia fluoresceínica (AGF), em município no sul do Brasil. Questionário autoaplicado contendo dados sociodemográficos, de saúde física e mental foi utilizado. A QV foi avaliada pelo WHOQOL–Breef, a resiliência pela Resilience Scale de Wagnild & Young e a presença de transtornos mentais comuns pelo SRQ20. Foram obtidos no prontuário dos pacientes dados sobre comorbidades, uso de medicações e níveis glicêmicos de até 30 dias antes da AGF. RESULTADOS: O mau controle glicêmico foi verificado em 22,3% dos pacientes e apresentou-se associado ao menor nível socioeconômico (p< 0,01 e IC 1,39- 8,46), à pior QV (p < 0,01 e IC 1,25-6,64) e RD leve (p < 0,01 e IC 1,51-13,45) e moderada (p < 0,01 e IC 1,01-7,91). A prevalência de RD foi de 73,3%, sendo 18,76% apresentaram RD leve e 81,24% RD moderada ou grave. Pacientes com RD Leve apresentaram níveis de glicemia de jejum em média 49,97 (p <0,01, IC -83,27; -16,67) mais elevados que aqueles sem RD e, em média 20,50 (p = 0,01 IC -50,60; -9,58) acima dos pacientes com RD moderada a grave. A capacidade de resiliência dos pacientes com RD moderada a grave foi em média 9,32 (p = 0,01, IC 2,05;16,59) acima dos que apresentam RD leve. Em relação a QV, domínio psicológico os pacientes com RD moderada a grave obtiveram médias 6,79 (p = 0,02, IC -0,72;12,85) pontos acima dos portadores de RD leve; no domínio social esse mesmo grupo apresentou médias 9,27 (p = 0,04, IC 0,21;18,33) vezes maior; e no WHOQOL total 6,33 (p = 0,02, IC 1,05;11,60) vezes também quando comparados aos com RD leve. CONCLUSÕES: Pacientes diabéticos tipo 2 com glicemia de jejum acima de 200 mg/dl tem grande chance de evoluir para um mau desfecho de quadro porque apresentam mais chance de ter complicações oftalmológicas e pior QV. Dessa forma, sendo a glicemia jejum uma medida simples, de baixo custo, e que usualmente todos os pacientes possuem, independentemente do nível de atenção em que são acompanhados, é capaz de indicar as chances que os pacientes com diagnóstico de DM 2 já estabelecido tem de evoluir negativamente. No presente estudo, pacientes com RD leve apresentaram piores níveis glicêmicos, pior capacidade de resiliência e QV quando comparados a pacientes com RD moderada a grave. A hiperglicemia crônica e a dificuldade de lidar com as limitações e mudanças da doença podem ter um papel importante na evolução das complicações. Dessa forma, é muito importante que os profissionais de saúde, seja em que nível estiverem, orientem seus pacientes para um bom manejo do DM, com controle glicêmico estrito e realização de práticas não medicamentosas.OBJECTIVE: To evaluate poor glycemic control, quality of life (Qol), resilience capacity and Diabetic Retinopathy (DR) in a sample of type 2 diabetic patients who undergo follow-up at a referral clinic in a city in southern Brazil. METHODS: The study was performed with 220 type 2 diabetic patients, evaluated from June 2015 to October 2017, who performed the gold standard test for DR, fluorescein angioretinography (FA), in a county in the south of Brazil. A self-administered questionnaire containing socio-demographic, physical and mental health data was used. The Qol was assessed by WHOQOL-Breef, resilience by Wagnild & Young's Resilience Scale and the presence of common mental disorders by SRQ20. Data on comorbidities, medication use and glycemic levels of up to 30 days before AGF were obtained from patients' records. RESULTS: Poor glycemic control was observed in 22.3% of the patients and was associated with a lower socioeconomic level (p <0.01 and CI 1.39-8.46), with a worse Qol (p <0.01 and CI 1.25-6.64) and mild RD (p <0.01 and CI 1.51-13.45) and moderate (p <0.01 and CI 1.01-7.91).The prevalence of DR was 73.3%, of which 18.76% had mild DR and 81.24% had moderate or severe DR. Patients with mild DR presented fasting blood glucose levels on average 49.97 (p <0.01, CI -83.27, -16.67) higher than those without DR, and on average 20.50 (p = 0 , 01 IC -50.60, -9.58) above patients with moderate to severe DR. The resilience capacity of patients with moderate to severe DR was on average 9.32 (p = 0.01, CI 2.05, 16.59) above those with mild DR. In relation to Qol, a psychological domain, patients with moderate to severe DR had a mean of 6.79 (p = 0.02, CI - 0.72; 12.85) points above those with mild DR; in the social domain, the same group had 9.27 (p = 0.04, CI 0.21, 18.33) times higher; and in WHOQOL total 6,33 (p = 0.02, CI 1.05; 11.60) times also when compared to those with mild RD. CONCLUSIONS: Type 2 diabetic patients with fasting blood glucose above 200 mg/dl have a high probability of progressing to a poor consequence because they are more likely to have ophthalmological complications that can lead to worse Qol. Therefore, fasting blood glucose is a simple, low-cost measure, usually performed by all patients, regardless of the level of care they are attended, is capable of indicating the chances that patients with a diagnosis of DM 2 already established must evolve negatively. In the present study, patients with mild DR presented worse glycemic levels, worse resilience capacity and QoL when compared to patients with moderate to severe DR. Chronic hyperglycemia and the difficulty of dealing with the limitations and changes of the disease may play an important role in the evolution of complications. Thus, it is very important that health professionals, at whatever level, direct their patients to a good management of DM, with strict glycemic control and non-drug practices.Universidade Catolica de PelotasCentro de Ciencias da SaudeBrasilUCPelPrograma de Pos-Graduacao em Saude ComportamentoPINHEIRO, Karen Amaral Tavares1890638995246800http://lattes.cnpq.br/1890638995246800SOUZA, Luciano Dias de Mattos2246299367752231http://lattes.cnpq.br/2246299367752231PINHEIRO, Cézar Arthur Tavares6350037064205069http://lattes.cnpq.br/6350037064205069MORAES, Maurício6743414261752798http://lattes.cnpq.br/6743414261752798GIUSTI, Daniela Abrahão2020-08-02T22:23:29Z2018-12-14info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfGIUSTI, Daniela Abrahão. Mau controle glicêmico, qualidade de vida, resiliência e retinopatia diabética em pacientes diabéticos tipo 2 avaliados em clínica de referência no sul do Brasil. 2018. 109 f.Tese( Programa de Pos-Graduacao em Saude Comportamento) - Universidade Catolica de Pelotas, Pelotas.http://tede.ucpel.edu.br:8080/jspui/handle/jspui/817porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações do UCpelinstname:Universidade Católica de Pelotas (UCPEL)instacron:UCPEL2020-09-29T21:40:08Zoai:tede.ucpel.edu.br:jspui/817Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www2.ufpel.edu.br/tede/http://tede.ucpel.edu.br:8080/oai/requestbiblioteca@ucpel.edu.br||cristiane.chim@ucpel.tche.bropendoar:2020-09-29T21:40:08Biblioteca Digital de Teses e Dissertações do UCpel - Universidade Católica de Pelotas (UCPEL)false |
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Mau controle glicêmico, qualidade de vida, resiliência e retinopatia diabética em pacientes diabéticos tipo 2 avaliados em clínica de referência no sul do Brasil GIUSTI, Daniela Abrahão diabetes tipo 2; mau controle glicêmico; retinopatia diabética; qualidade de vida; capacidade de resiliência type 2 diabetes, poor glycemic control, diabetic retinopathy, quality of life, resilience capacity. CIENCIAS DA SAUDE::SAUDE COLETIVA |
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OBJETIVO: Avaliar mau controle glicêmico, qualidade de vida (QV), capacidade de resiliência e Retinopatia Diabética (RD) em uma amostra de pacientes diabéticos tipo 2 (DM2) que realizam acompanhamento em clínica de referência em cidade do sul do Brasil. MÉTODOS: O estudo foi realizado com 220 pacientes diabéticos tipo 2, avaliados no período de junho 2015 a outubro de 2017, que realizaram o exame padrão ouro para RD, angiorretinografia fluoresceínica (AGF), em município no sul do Brasil. Questionário autoaplicado contendo dados sociodemográficos, de saúde física e mental foi utilizado. A QV foi avaliada pelo WHOQOL–Breef, a resiliência pela Resilience Scale de Wagnild & Young e a presença de transtornos mentais comuns pelo SRQ20. Foram obtidos no prontuário dos pacientes dados sobre comorbidades, uso de medicações e níveis glicêmicos de até 30 dias antes da AGF. RESULTADOS: O mau controle glicêmico foi verificado em 22,3% dos pacientes e apresentou-se associado ao menor nível socioeconômico (p< 0,01 e IC 1,39- 8,46), à pior QV (p < 0,01 e IC 1,25-6,64) e RD leve (p < 0,01 e IC 1,51-13,45) e moderada (p < 0,01 e IC 1,01-7,91). A prevalência de RD foi de 73,3%, sendo 18,76% apresentaram RD leve e 81,24% RD moderada ou grave. Pacientes com RD Leve apresentaram níveis de glicemia de jejum em média 49,97 (p <0,01, IC -83,27; -16,67) mais elevados que aqueles sem RD e, em média 20,50 (p = 0,01 IC -50,60; -9,58) acima dos pacientes com RD moderada a grave. A capacidade de resiliência dos pacientes com RD moderada a grave foi em média 9,32 (p = 0,01, IC 2,05;16,59) acima dos que apresentam RD leve. Em relação a QV, domínio psicológico os pacientes com RD moderada a grave obtiveram médias 6,79 (p = 0,02, IC -0,72;12,85) pontos acima dos portadores de RD leve; no domínio social esse mesmo grupo apresentou médias 9,27 (p = 0,04, IC 0,21;18,33) vezes maior; e no WHOQOL total 6,33 (p = 0,02, IC 1,05;11,60) vezes também quando comparados aos com RD leve. CONCLUSÕES: Pacientes diabéticos tipo 2 com glicemia de jejum acima de 200 mg/dl tem grande chance de evoluir para um mau desfecho de quadro porque apresentam mais chance de ter complicações oftalmológicas e pior QV. Dessa forma, sendo a glicemia jejum uma medida simples, de baixo custo, e que usualmente todos os pacientes possuem, independentemente do nível de atenção em que são acompanhados, é capaz de indicar as chances que os pacientes com diagnóstico de DM 2 já estabelecido tem de evoluir negativamente. No presente estudo, pacientes com RD leve apresentaram piores níveis glicêmicos, pior capacidade de resiliência e QV quando comparados a pacientes com RD moderada a grave. A hiperglicemia crônica e a dificuldade de lidar com as limitações e mudanças da doença podem ter um papel importante na evolução das complicações. Dessa forma, é muito importante que os profissionais de saúde, seja em que nível estiverem, orientem seus pacientes para um bom manejo do DM, com controle glicêmico estrito e realização de práticas não medicamentosas. |
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