Mecanismos de defesa imaturos como preditor de pior resposta ao tratamento de pacientes com depressão maior e transtorno de personalidade do cluster B comórbido

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Scaini, Carolina Rheingantz
Data de Publicação: 2021
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações do UCpel
Texto Completo: http://tede.ucpel.edu.br:8080/jspui/handle/jspui/936
Resumo: Objetivo: Avaliar o impacto dos mecanismos de defesa no baseline sobre os sintomas depressivos ao final de psicoterapia breve e seis meses de acompanhamento entre pacientes deprimidos com e sem transtornos de personalidade (TPs) do Cluster B. Métodos: Trata-se de um estudo quase-experimental aninhado em um ensaio clínico randomizado, que incluiu uma amostra clínica de adultos (18–60 anos) com diagnóstico de transtorno depressivo maior (TDM) através da Mini International Neuropsychiatric Interview. Para avaliar os TPs foi utilizado o Millon Clinical Multiaxial Inventory III. Os mecanismos de defesa foram analisados através do Defense Style Questionnaire 40 e a intensidade dos sintomas depressivos foi medida pelo Inventário de Depressão de Beck. Os dados foram analisados no programa estatístico SPSS 22.0. Para comparar os escores das defesas no baseline entre os pacientes com e sem TPS do Cluster B foi utilizado o Teste T. Para avaliar a associação entre os escores das defesas no baseline e dos sintomas depressivos após intervenção e seis meses de acompanhamento foi utilizada a correlação de Pearson. A análise ajustada foi realizada por regressão linear. Resultados: A amostra final foi composta por 177 pacientes com diagnóstico de TDM, dos quais 39,5% apresentavam TPs do Cluster B. A pontuação média das defesas imaturas no baseline entre os pacientes com TPs do Cluster B foi significativamente maior quando comparado aos indivíduos sem TPs (p = 0,003). Os resultados mostraram que somente entre os pacientes com TPs, as defesas imaturas no baseline previram a persistência de sintomas depressivos após intervenção (adj. R2 = 0,501; β = 0,530; p <0,001) e seis meses de acompanhamento (adj. R2 = 0,335; β = 0,516; p <0,001). Conclusão: Os dados apontam que o maior uso de defesas imaturas entre os pacientes deprimidos com TPs do Cluster B pode predizer pior resposta a psicoterapia breve. Este estudo mostrou a importância da análise das defesas imaturas no baseline para auxiliar na avaliação diagnóstica e prognóstica, ao fornecer indicativos sobre a possibilidade de existir TP comórbido, além de contribuir para a identificação de indivíduos com maior risco de apresentar pior resultado terapêutico, e assim, auxiliar na escolha de intervenções mais adequadas desde o contato inicial com o paciente. Palavras-chave: depressão, sintomas depressivos, transtorno de personalidade, mecanismos de defesa.
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spelling Mecanismos de defesa imaturos como preditor de pior resposta ao tratamento de pacientes com depressão maior e transtorno de personalidade do cluster B comórbidodepressão; sintomas depressivos; transtorno de personalidade; mecanismos de defesadepression; depressive symptoms; personality disorder; defense mechanismsCIENCIAS DA SAUDE::MEDICINAObjetivo: Avaliar o impacto dos mecanismos de defesa no baseline sobre os sintomas depressivos ao final de psicoterapia breve e seis meses de acompanhamento entre pacientes deprimidos com e sem transtornos de personalidade (TPs) do Cluster B. Métodos: Trata-se de um estudo quase-experimental aninhado em um ensaio clínico randomizado, que incluiu uma amostra clínica de adultos (18–60 anos) com diagnóstico de transtorno depressivo maior (TDM) através da Mini International Neuropsychiatric Interview. Para avaliar os TPs foi utilizado o Millon Clinical Multiaxial Inventory III. Os mecanismos de defesa foram analisados através do Defense Style Questionnaire 40 e a intensidade dos sintomas depressivos foi medida pelo Inventário de Depressão de Beck. Os dados foram analisados no programa estatístico SPSS 22.0. Para comparar os escores das defesas no baseline entre os pacientes com e sem TPS do Cluster B foi utilizado o Teste T. Para avaliar a associação entre os escores das defesas no baseline e dos sintomas depressivos após intervenção e seis meses de acompanhamento foi utilizada a correlação de Pearson. A análise ajustada foi realizada por regressão linear. Resultados: A amostra final foi composta por 177 pacientes com diagnóstico de TDM, dos quais 39,5% apresentavam TPs do Cluster B. A pontuação média das defesas imaturas no baseline entre os pacientes com TPs do Cluster B foi significativamente maior quando comparado aos indivíduos sem TPs (p = 0,003). Os resultados mostraram que somente entre os pacientes com TPs, as defesas imaturas no baseline previram a persistência de sintomas depressivos após intervenção (adj. R2 = 0,501; β = 0,530; p <0,001) e seis meses de acompanhamento (adj. R2 = 0,335; β = 0,516; p <0,001). Conclusão: Os dados apontam que o maior uso de defesas imaturas entre os pacientes deprimidos com TPs do Cluster B pode predizer pior resposta a psicoterapia breve. Este estudo mostrou a importância da análise das defesas imaturas no baseline para auxiliar na avaliação diagnóstica e prognóstica, ao fornecer indicativos sobre a possibilidade de existir TP comórbido, além de contribuir para a identificação de indivíduos com maior risco de apresentar pior resultado terapêutico, e assim, auxiliar na escolha de intervenções mais adequadas desde o contato inicial com o paciente. Palavras-chave: depressão, sintomas depressivos, transtorno de personalidade, mecanismos de defesa.Objective: To evaluate the impact of defense mechanisms at baseline on depressive symptoms at the end of brief psychotherapy and at six-month follow-up among depressed patients with and without Cluster B personality disorders (PDs). Methods: This quasi-experimental study nested in a randomized clinical trial included a clinical sample of adults (18–60 years) diagnosed with major depressive disorder by the Mini International Neuropsychiatric Interview. The Millon Clinical Multiaxial Inventory III was used to assess the PDs. Defense mechanisms were analyzed using the Defense Style Questionnaire 40 and the intensity of depressive symptoms was measured by the Beck Depression Inventory. Data was analyzed using SPSS 22.0. The T-test was applied to compare the mechanism defense scores among depressed patients with and without Cluster B PDs. Pearson's correlation was used to evaluate the association between defense scores at baseline and depressive symptoms after intervention and at six-month follow-up. The adjusted analysis was performed by linear regression. Results: The final sample consisted of 177 patients diagnosed with MDD, and among these, 39.5% had Cluster B PDs. The mean score of immature defenses at baseline among patients with PDs was significantly higher when compared to individuals without PDs (p = 0.003). The results showed that, in patients with Cluster B PDs, the immature defenses at baseline predicted the persistence of depressive symptoms after intervention (adj. r2 = 0.501; β = 0.530; p <0.001) and at six-month follow-up (adj. r2 = 0.335; β = 0.516; p <0.001). Conclusion: The data has shown that only among depressed individuals with Cluster B PDs, the immature defenses were predictors of worse response to brief psychotherapy. This study has demonstrated the relevance of the analysis of immature defense mechanisms at baseline to aid in the diagnosis and prognosis, as it not only provides indications of a possible comorbid PD, but also contributes to the identification of patients at higher risk of worse therapeutic results, and consequently, ensures the most effective clinical management. Keywords: depression, depressive symptoms, personality disorder, defense mechanismsCoordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPESUniversidade Catolica de PelotasCentro de Ciencias da SaudeBrasilUCPelPrograma de Pos-Graduacao em Saude ComportamentoSilva, Ricardo Azevedo daVieira, Igor SoaresMondin, Thaíse CamposSouza, Luciano Dias de MattosScaini, Carolina Rheingantz2022-05-03T19:37:15Z2021-12-14info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfScaini, Carolina Rheingantz. Mecanismos de defesa imaturos como preditor de pior resposta ao tratamento de pacientes com depressão maior e transtorno de personalidade do cluster B comórbido. 2021.109 f. Dissertação( Programa de Pos-Graduacao em Saude Comportamento) - Universidade Catolica de Pelotas, Pelotas.http://tede.ucpel.edu.br:8080/jspui/handle/jspui/936porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações do UCpelinstname:Universidade Católica de Pelotas (UCPEL)instacron:UCPEL2022-05-04T04:00:19Zoai:tede.ucpel.edu.br:jspui/936Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www2.ufpel.edu.br/tede/http://tede.ucpel.edu.br:8080/oai/requestbiblioteca@ucpel.edu.br||cristiane.chim@ucpel.tche.bropendoar:2022-05-04T04:00:19Biblioteca Digital de Teses e Dissertações do UCpel - Universidade Católica de Pelotas (UCPEL)false
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