Refugiados ambientais: estudo sobre a posição do Estado brasileiro frente aos conflitos ambientais (1988-2020)

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Piñeiro, Emilia da Silva
Data de Publicação: 2022
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações do UCpel
Texto Completo: http://tede.ucpel.edu.br:8080/jspui/handle/jspui/980
Resumo: A compreensão dos conflitos ambientais, bem como dos refugiados ambientais já são uma realidade que beira a nossa porta, pois constatamos que cada vez mais, a lógica do modelo de desenvolvimento capitalista e evidenciam a necessidade da luta por Justiça Ambiental. Assim, essa tese propõe analisar o posicionamento do Estado frente aos conflitos minerários que envolvem populações denominadas como “refugiados ambientais” no Brasil. Partimos do seguinte questionamento: qual a atuação do Estado após a Constituição Federal de 1988-2020 frente aos conflitos minerários envolvendo deslocamentos forçados? Tal contexto expõe que mesmo após o período de ouro do chamado “boom das commodities” não ocorreu redução de impactos e expulsões envolvendo populações por projetos minerários. Ao contrário, houve intensificação aguda de refugiados ambientais sinalizando também a chancela estatal ao modelo de desenvolvimento capitalista no tratamento destes casos e conflitos, independente do período de governos denominados progressistas ou não. Os fatores levantados pelo estudo, sustentam a tese que o Estado brasileiro não atuou na defesa e proteção do meio ambiente preconizado pela Constituição Federal de 1988, mas está conciliado com um modelo de desenvolvimento econômico excludente e desigual, o que se constata na ausência de políticas que reduza os impactos socioambientais para o que denominamos refugiados ambientais. Metodologicamente o estudo teve as seguintes etapas: 1) pesquisa bibliográfica e 2); análise documental a partir das seguintes bases e critérios: a) mapeamento dos conflitos ambientais (tipos, localidade, população afetada), b) relatórios da Comissão Pastoral da Terra (CPT), d) Relatórios do Observatório de Conflitos minerários da América Latina (OCMAL); e) relatório anual dos conflitos da mineração (2020), e) posição do Ministério Público Federal e; f) sistematização dos dados. Pelo que foi discutido, a situação dos deslocamentos forçados aos impactados pela mineração no Brasil, é determinado pelo padrão agressivo do neo extrativismo, que persistem no tempo a partir do impacto que proporcionam. Os conflitos socioambientais gerados, são proporcionais ao tamanho, capacidade de extração e investimento feito com a chancela do Estado.
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Tal contexto expõe que mesmo após o período de ouro do chamado “boom das commodities” não ocorreu redução de impactos e expulsões envolvendo populações por projetos minerários. Ao contrário, houve intensificação aguda de refugiados ambientais sinalizando também a chancela estatal ao modelo de desenvolvimento capitalista no tratamento destes casos e conflitos, independente do período de governos denominados progressistas ou não. Os fatores levantados pelo estudo, sustentam a tese que o Estado brasileiro não atuou na defesa e proteção do meio ambiente preconizado pela Constituição Federal de 1988, mas está conciliado com um modelo de desenvolvimento econômico excludente e desigual, o que se constata na ausência de políticas que reduza os impactos socioambientais para o que denominamos refugiados ambientais. Metodologicamente o estudo teve as seguintes etapas: 1) pesquisa bibliográfica e 2); análise documental a partir das seguintes bases e critérios: a) mapeamento dos conflitos ambientais (tipos, localidade, população afetada), b) relatórios da Comissão Pastoral da Terra (CPT), d) Relatórios do Observatório de Conflitos minerários da América Latina (OCMAL); e) relatório anual dos conflitos da mineração (2020), e) posição do Ministério Público Federal e; f) sistematização dos dados. Pelo que foi discutido, a situação dos deslocamentos forçados aos impactados pela mineração no Brasil, é determinado pelo padrão agressivo do neo extrativismo, que persistem no tempo a partir do impacto que proporcionam. Os conflitos socioambientais gerados, são proporcionais ao tamanho, capacidade de extração e investimento feito com a chancela do Estado.The understanding of environmental conflicts, as well as of environmental refugees is a reality that is already at our doorstep, as we see that increasingly, the logic of the capitalist development model and highlight the need to fight for Environmental Justice. Thus, this thesis proposes to analyze the position of the State in relation to mining conflicts involving populations referred to as "environmental refugees" in Brazil. We start from the following question: what is the role of the State after the 1988-2020 Federal Constitution in relation to mining conflicts involving forced displacement? This context exposes that even after the golden period of the socalled "commodities boom" there was no reduction in impacts and expulsions involving populations by mining projects. On the contrary, there was an acute intensification of environmental refugees, also signaling the state's endorsement of the capitalist development model in dealing with these cases and conflicts, regardless of the period of the so-called progressive governments or not. The factors raised by the study, support the thesis that the Brazilian State has not acted in the defense and protection of the environment advocated by the Federal Constitution of 1988, but is reconciled with a model of economic development exclusionary and unequal, which is evidenced in the absence of policies to reduce the social and environmental impacts for what we call environmental refugees. Methodologically the study had the following stages: 1) bibliographical research and 2); documentary analysis from the following bases and criteria: a) mapping of environmental conflicts (types, locality, affected population), b) reports of the Pastoral Land Commission (CPT), d) Reports of the Latin American Observatory of Mining Conflicts (OCMAL); e) annual report of mining conflicts (2020), e) position of the Federal Public Ministry and; f) systematization of data. From what has been discussed, the situation of forced displacement for those impacted by mining in Brazil is determined by the aggressive pattern of neoextractivism, which persists over time from the impact they provide. The socio-environmental conflicts generated are proportional to the size, extraction capacity and investment made with the State's approval.Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPESUniversidade Catolica de PelotasCentro de Ciencias Sociais e TecnologicasBrasilUCPelPrograma de Pos-Graduacao em Politica SocialCosta, César Augusto Soares daSanchéz, CelsoAnello, LúciaNunes, Tiago de GarciaPiñeiro, Emilia da Silva2023-02-17T19:06:59Z2022-12-23info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfPiñeiro, Emilia da Silva. Refugiados ambientais: estudo sobre a posição do Estado brasileiro frente aos conflitos ambientais (1988-2020). 2022. 158 f. Tese( Programa de Pos-Graduacao em Politica Social) - Universidade Catolica de Pelotas, Pelotas.http://tede.ucpel.edu.br:8080/jspui/handle/jspui/980porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações do UCpelinstname:Universidade Católica de Pelotas (UCPEL)instacron:UCPEL2023-02-19T03:00:08Zoai:tede.ucpel.edu.br:jspui/980Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www2.ufpel.edu.br/tede/http://tede.ucpel.edu.br:8080/oai/requestbiblioteca@ucpel.edu.br||cristiane.chim@ucpel.tche.bropendoar:2023-02-19T03:00:08Biblioteca Digital de Teses e Dissertações do UCpel - Universidade Católica de Pelotas (UCPEL)false
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