O pensamento arqueológico de Michel Foucault sobre materialidade e referencial / Michel Foucault’s archaeological thinking on materiality and referential
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2020 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Conjectura: filosofia e educação |
Texto Completo: | http://www.ucs.br/etc/revistas/index.php/conjectura/article/view/7119 |
Resumo: | Este texto reflete sobre o modo como Foucault aborda as noções de materialidade e referencial em seu livro A arqueologia do Saber (FOUCAULT, 2012). De modo mais específico, procura-se identificar séries de signos, isto é, frases ou palavras escritas e registradas na referida obra sobre materialidade e referencial, a fim de conhecer o entendimento de Foucault sobre elas. Do ponto de vista teórico-metodológico, opera-se em uma perspectiva analítico-argumentativa que objetiva percorrer, no terreno da linguagem, o conjunto de coisas ditas por Michel Foucault sobre as noções de materialidade e referencial à luz da abordagem arqueológica do discurso, proposta pelo próprio autor em A arqueologia do saber. Vale salientar que a busca pela identificação das séries de signos não visam explorar o sistema de significação dos significantes, mas em compreender como elas podem assumir, no discurso, a condição de enunciado. Assim, um procedimento preliminar, amparado na abordagem arqueológica, consiste em percorrer a diversidade documental (fonte de investigação), haja vista identificar as séries de signos que funcionam, no discurso investigado, em um modo particular de existência, isto é, na condição de enunciados. Orientando-se por estes pressupostos, fez-se o mapeamento dos conceitos de materialidade e referencial no livro A arqueologia do saber; em seguida a explicitação e análise do modo como Foucault os compreende. Do estudo realizado, conclui-se que a análise discursiva, na perspectiva arqueológica, não está sujeita ao mesmo regime sígnico, materializado na relação entre os pares significante-significado, frase-sentido, proposição-referente; antes, liga-se a um referencial constituído pelo conjunto de relações enunciativas, tecidas a partir das condições de possibilidade e de regras próprias de utilização: relações entre enunciados, temas, posições de sujeito e materialidades distintas. Tais relações estão sujeitas a um regime de materialidade repetível, que permite reiterar-se em sua identidade, apesar das diferenças de enunciação, ou distinguir-se, mesmo que sob a existência de expressões semânticas, gramaticais ou formais idênticas. |
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O pensamento arqueológico de Michel Foucault sobre materialidade e referencial / Michel Foucault’s archaeological thinking on materiality and referentialfilosofia; ética; materialidade; referencial; FoucaultEste texto reflete sobre o modo como Foucault aborda as noções de materialidade e referencial em seu livro A arqueologia do Saber (FOUCAULT, 2012). De modo mais específico, procura-se identificar séries de signos, isto é, frases ou palavras escritas e registradas na referida obra sobre materialidade e referencial, a fim de conhecer o entendimento de Foucault sobre elas. Do ponto de vista teórico-metodológico, opera-se em uma perspectiva analítico-argumentativa que objetiva percorrer, no terreno da linguagem, o conjunto de coisas ditas por Michel Foucault sobre as noções de materialidade e referencial à luz da abordagem arqueológica do discurso, proposta pelo próprio autor em A arqueologia do saber. Vale salientar que a busca pela identificação das séries de signos não visam explorar o sistema de significação dos significantes, mas em compreender como elas podem assumir, no discurso, a condição de enunciado. Assim, um procedimento preliminar, amparado na abordagem arqueológica, consiste em percorrer a diversidade documental (fonte de investigação), haja vista identificar as séries de signos que funcionam, no discurso investigado, em um modo particular de existência, isto é, na condição de enunciados. Orientando-se por estes pressupostos, fez-se o mapeamento dos conceitos de materialidade e referencial no livro A arqueologia do saber; em seguida a explicitação e análise do modo como Foucault os compreende. Do estudo realizado, conclui-se que a análise discursiva, na perspectiva arqueológica, não está sujeita ao mesmo regime sígnico, materializado na relação entre os pares significante-significado, frase-sentido, proposição-referente; antes, liga-se a um referencial constituído pelo conjunto de relações enunciativas, tecidas a partir das condições de possibilidade e de regras próprias de utilização: relações entre enunciados, temas, posições de sujeito e materialidades distintas. Tais relações estão sujeitas a um regime de materialidade repetível, que permite reiterar-se em sua identidade, apesar das diferenças de enunciação, ou distinguir-se, mesmo que sob a existência de expressões semânticas, gramaticais ou formais idênticas. Universidade de Caxias do SulFaheina, Evelyn Fernandes Azevedo2020-12-07info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionAvaliado por Paresapplication/pdfhttp://www.ucs.br/etc/revistas/index.php/conjectura/article/view/711910.18226/21784612.v25.e020001Conjectura: filosofia e educação; v. 25 (2020); e020001CONJECTURA: filosofia e educação; v. 25 (2020); e0200012178-46120103-1457reponame:Conjectura: filosofia e educaçãoinstname:Universidade de Caxias do Sul (UCS)instacron:UCSporhttp://www.ucs.br/etc/revistas/index.php/conjectura/article/view/7119/pdfDireitos autorais 2020 CONJECTURA: filosofia e educaçãoinfo:eu-repo/semantics/openAccess2020-12-07T19:01:21ZRevista |
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