Travestis e lógica genitalista: da negação à marginalização de um gênero feminino

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Cordeiro, Virgínia Severo
Data de Publicação: 2021
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UCS
Texto Completo: https://repositorio.ucs.br/11338/10746
Resumo: O presente trabalho discorre sobre as construções sociais acerca das identidades de gênero à luz da psicologia social, de modo que está intitulado de "Travestis e lógica genitalista: da negação à marginalização de um gênero feminino". Possui como objetivo geral identificar as possíveis implicações da lógica genitalista na identidade de gênero de mulheres trans e travestis. Para tanto, a revisão de literatura "a transgeneridade e travestilidade" que aborda os dois conceitos diferenciando-os; "breve construção histórica da lógica genitalista sobre os corpos trans" que disserta acerca das construções sociais sobre os corpos dissidentes; "Saúde: a manutenção patologizante dos corpos trans e travestis" que refere-se a entrada dessa população nas políticas de saúde públicas bem como o processo de ambivalência saúde-doença. O delineamento utilizado é de cunho qualitativo, do tipo descritivo e exploratório, com análise de conteúdo de Laville e Dionne. Obteve-se como resultado três categorias de análise, sendo elas "manutenção patologizante dos corpos trans" (categoria a), "necropolítica trans" (categoria b) e a "marginalização cotidiana" (categoria c), as quais englobam 18 recortes de trechos dos artigos apresentados na tabela um, em fontes. Percebe-se que foi possível identificar algumas possíveis implicações da lógica genitalista na construção da identidade de gênero da população trans e travestis. Em síntese, parece que as construções sociais sobre o que se entende de corpo, servem de pano de fundo para a lógica genitalista, que pode reduzir a experiência subjetiva de cada sujeito, uma vez que a complexidade da existência humana ultrapassa categorizações fixas e imutáveis. As tentativas de enquadrar corpos dentro e fora da normalidade, acaba por custar a vida de travestis e pessoas trans em decorrência do preconceito, que é, inclusive, assegurado pelo DSM-5 como um processo social excludente que se retroalimenta: dita-se o normal até que as dissidências sintam-se desalojadas a ponto de rejeitar-se a si mesmas. Pronto, tem-se o diagnóstico de inadequação. Desse modo, faz-se importante que as ciências psis problematizarem as contribuições estrangeiras acerca da saúde da população brasileira de forma contextual, inclusive dentro da academia, para que não se perpetue o reducionismo dos corpos pela busca da universalização. Por fim, entendendo gênero como uma construção social historicamente incentivada, percebeu-se que a comunhão do gênero atrelado ao sexo (genitalia) reduz as perspectivas de fluidez das experiências de gênero. [resumo fornecido pelo autor]
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