Caracterização hidrogeológica do Sistema Aquífero Serra Geral (SASG) através da análise de testes de bombeamento

• Autor(a) principal: Severgnini, Bianca Regina
• Data de Publicação: 2020
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UCS
• Texto Completo: https://repositorio.ucs.br/11338/9645
• topic: Recursos naturais; Hidrogeologia; Águas subterrâneas; Aquíferos; Engenharia ambiental

Ao longo das últimas décadas, a propagação da poluição hídrica dos recursos superficiais, combinada com a ocorrência cada vez mais frequente de secas e estiagens, fez com que a procura por águas subterrâneas aumentasse, inclusive na região nordeste do estado do Rio Grande do Sul. O aquífero existente na região, o Sistema Aquífero Serra Geral (SASG), é um aquífero do tipo fraturado, heterogêneo e anisotrópico, o que torna extremamente complexos estudos relacionados e faz com que a compreensão sobre seus mecanismos e seu comportamento ainda seja bastante limitada. Nesse sentido, o principal objetivo desta pesquisa foi compreender o comportamento do aquífero presente na área de estudo, assim como determinar a interferência entre os poços analisados. Para isso, esse trabalho utilizou os dados de três testes de bombeamento para a estimativa dos parâmetros hidrodinâmicos através de diferentes métodos com o auxílio do software AquiferTest Pro 7.0 ©., sendo eles: Cooper & Jacob, Theis, Warren & Root, Moench, Recuperação de Theis e Tempo Equivalente de Agarwal. Além disso, os ajustes fornecidos pelos métodos também foram alvo de uma análise estatística, com o objetivo de determinar aquele que retornou os menores erros através da técnica soma dos erros quadrados. Os testes de bombeamento foram realizados em poços localizados em uma pequena bacia hidrográfica no município de Caxias do Sul e o rebaixamento e a recuperação do nível da água foram monitorados no poço bombeado e em outros dois poços de observação. De uma maneira geral, os resultados obtidos evidenciaram a heterogeneidade e anisotropia do aquífero estudado, considerando sua inconstância e a curta distância entre os poços. Os valores de T ficaram acima da média para a região e abaixo das médias máximas, o que significa que os poços estão alocados em zona de considerável transmissividade do SASG, porém, mesmo assim, sua potencialidade continua sendo fraca. Já os valores de K indicaram que o local estudado se caracteriza como um meio semipermeável e que a capacidade de escoamento da água através das rochas é de média a baixa. Os resultados de S determinados através dos dados dos poços bombeados ficaram muito acima do que é normalmente encontrado em aquíferos fraturados, enquanto que aqueles encontrados para os poços de observação ficaram dentro ou muito próximos das faixas encontradas em locais com características geológicas semelhantes, indicando incertezas da determinação deste parâmetro hidrodinâmico em testes de poços únicos. O método que apresentou os menores erros tanto para os dados de rebaixamento, quanto para os dados de recuperação e, consequentemente, parâmetros hidrodinâmicos mais próximos dos reais, foi o modelo de dupla porosidade com efeito de pele de Moench, indicando que o emprego dos modelos de dupla porosidade é uma alternativa viável na avaliação de aquíferos fraturados. Já os ajustes obtidos através dos métodos clássicos não foram satisfatórios, tendo em vista que estes foram os que retornaram os maiores erros, comprovando a ineficiência desses em traduzir as descontinuidades de meios heterogêneos e anisotrópicos. Além disso, foi possível confirmar que a avaliação de aquíferos através dos dados de rebaixamento obtidos em poços bombeados pode não ser muito precisa, considerando que estes apresentaram erros superiores quando comparados aos poços de observação. Em suma, os resultados obtidos forneceram informações importantes para melhor compreensão do SASG e também para a relação entre os poços estudados, além de elucidar algumas questões relativas às avaliações feitas a partir da execução de testes de bombeamento, o que pode colaborar para o aperfeiçoamento dos processos de gestão da água subterrânea. [resumo fornecido pelo autor]