O serviço social e a questão socioambiental: uma discussão necessária e propositiva

• Autor(a) principal: Machado, Neide Maria Serpa
• Data de Publicação: 2021
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UCS
• Texto Completo: https://repositorio.ucs.br/11338/9001
• topic: Serviço social; Politica pública; Capitalismo

O presente estudo é um Trabalho de Conclusão do Curso de Serviço Social cujo tema central propõe abordar a questão ambiental como expressão da questão social a partir da compreensão da totalidade da realidade social contemporânea, tendo por pano de fundo, o sistema hegemônico capitalista. Com a crise ecológica atual, a sociedade mundial se deparou com o maior desafio no que tange à necessidade de mudar ações frente a esta questão. Diante de tal crise, considerada socioambiental, o Serviço Social, enquanto profissão que se inscreve no tecido das relações sociais, não deve ficar indiferente a esta temática. Assim, o problema de pesquisa consiste em compreender de que forma o profissional Assistente Social vem contribuindo frente a problemática socioambiental na sociedade contemporânea. Buscamos na trajetória desta pesquisa aprofundar a problematização das manifestações da questão socioambiental numa perspectiva sócio histórica, para refletirmos sobre as possíveis contribuições interventivas do (a) assistente social. Com base na perspectiva materialista dialética de Marx, destacando as categorias historicidade, contradição, mediação, totalidade e trabalho, procurou-se analisar refletidamente os desdobramentos e novos contornos da questão socioambiental, embalada pelo capitalismo que tem como premissa a acumulação de riquezas mediante a força de trabalho humano que abastece e gera renda aos donos dos meios de produção. Para realizar a pesquisa bibliográfica e documental, foram utilizadas fontes variadas, como legislações, artigos, livros, documentos de Conferências nacionais e internacionais, entre outros. A pesquisa parte da análise da relação existente entre homem, natureza e trabalho desde os tempos em que este buscava na natureza seu meio para a subsistência, até a produção e reprodução capitalista da atualidade e as respostas do Estado brasileiro a essas problemáticas. Buscou-se compreender também, sobre como o Assistente Social tem se inserido nas questões socioambientais e quais os desafios para o trabalho deste profissional frente a essas questões, buscando discutir sobre a importância e a necessidade de conhecer e ampliar o debate sobre a temática na área do Serviço Social. Em conclusão, percebe-se que o ecossistema tem sofrido as consequências do capitalismo e vem sendo cotidianamente destruído. Sob a égide do capital, a humanidade vem aprofundando sua trajetória de destruição da natureza, em níveis cada vez mais inquietantes. As evidências deste processo encontram-se na escassez dos recursos não renováveis, nos níveis de aquecimento planetário, nos efeitos catastróficos dos dejetos industriais e poluentes diversos, na produção incessante de mercadorias descartáveis, numa demonstração inconteste de que o modo de produção capitalista não exerce um domínio adequado e planejado da natureza, revelando uma contradição crescente entre as necessidades de expansão da produção e as condições do planeta para prover esse desenvolvimento. Ainda nessa análise, compreendemos que a questão socioambiental perpassa como uma das expressões da questão social, objeto de trabalho do (a) assistente social, o que lhe atribui o dever da intervenção também neste âmbito, identificando o quanto a profissão ascende para novos direcionamentos e potencialidades nas formas de intervenção. Neste campo de complexidades, a mediação e as estratégias do profissional do Serviço Social tem a competência de provocar potentes transformações na sociedade. Contudo, há necessidade de incorporar a questão socioambiental no ensino teórico e prático profissional, sobretudo nos espaços de discussão da categoria, podendo contribuir, coletivamente, para fortalecer a organização política da população para exercer o controle social, bem como para edificação de uma análise crítica sobre a crise socioambiental na busca por outra forma de sociabilidade. [resumo fornecido pelo autor]