O Estigma da Hanseniase na Atualidade de Quixeramobim

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Sousa, Olindina Maria Mesquita
Data de Publicação: 1997
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UECE
Texto Completo: https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=10544
Resumo: O relacionamento diario com os profissionais do servico de hanseniase faz ver e ouvir varias realidades e atitudes de alguns pacientes deste programa. Casos de pacientes que quiseram suicidar-se, ficaram intrigados com a equipe profissional; de familiares cuja reacao foi de extrema rejeicao, assim como casos de completa aceitacao e normalidade, tanto dos pacientes quanto dos familiares, fizeram com que a curiosidade do pesquisador fosse despertada. A pesquisa foi realizada da seguinte maneira: foram feitas cinco entrevistas individuais e dois grupos focais, sendo um de doentes e um de familiares. A hipotese geradora desta pesquisa e a de que persistem, mesmo que de forma subliminar, formas diversas de preconceitos que dao uma caracteristica mais sutil aos estigmas seculares relacionados a hanseniase. A ideia original, a partir das observacoes informais, e que a hanseniase tem significado diferente em cada pessoaa quem contamina, assim como no contexto em que estas pessoas estao inseridas. Ate porque esta e uma das doencas consideradas estigmatizantes. Textos antigos se referem a lepra como carne podre, mau carma (punicao por erros cometidos). Diversas doencas e agravos a saude, bem como suas sequelas, tem sido objetivo de estigmatizacao social, como por exemplo, as doencas mentais, epilepsia, deformidadese deficiencias fisicas, e recentemente a AIDS. O estigma associado a hanseniase, a lepra, chama a atencao devido a sua prevalencia e intensidade nas mais diferentes sociedades e atraves de diversos periodos historicos. O objetivo desse trabalho e descobrir se ha conscientizacao ou nao nas pessoas de que hanseniase e lepra sao a mesma coisa, alem de detectar preconceitos existentes sobre ambas; tentando evidenciar falas e expressoes de significancia entre figura e sentido para o tema abordado. A previsao teria sido para quatro grupos focais. Entretanto, fatores circunstanciais como preconceito, falta de interesse pelo assunto, vergonha de se expor, falta de tempo, etc., tornaram inviavel o projeto em seu todo. O grupo focal da familia dos doentes tinha quatro pessoas, tres esposas e a quarta e filha de um hanseniano e tambem acometida pela doenca. A execucao de cinco entrevistas individuais foi muito valiosa. O trabalho foi dificil de realizar: a populacao em geral nao demonstra interesse pelo assunto. Os pacientes so participaram gracas a colaboracao da equipe profissional. A necessidade de assegurar transporte de ida e volta para os pacientes tornou-se imperiosa para viabilizar as reunioes. Destaca-se que um dos metodos qualitativos mais adequados para abordar o assumto em questao: estigma da hanseniase, seriam derivados de estudos sobre representacoes sociais e/ou estudos etnograficos. Optou-se por um estudo do tipo qualitativo, apoiado no uso de tecnicas e instrumentos de entrevistas coletivas e individuais. O estudo assumiu tambem caracteristicas quantitativa sobre em sua realizacao. O numero de pessoas que fizeram a relacao do binomio hanseniase x lepra foi significativo. A estigmatizacao social, ou seja, as reacoes de evitamento ou de afastamento por parte das pessoas que convivem com os pacientes nao se mostrou frequente, talvez porque ocorreu a ocultacao do diagnostico. Gandra preve em seu trabalho que a lepra deixara de ser estigmatizante quando se desenvolver uma terapeutica capaz de evitar deformacoes e mutilacoes. Acrescentariamos que um trabalho educativo intenso poderia estimular os pacientes a procurarem o servico de saude em tepo habil para um diagnostico precoce, evitando assim sequelas e reacoes de ocutacao da doenca.
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