Apresentação

• Autor(a) principal: Silva, Gutemberg de Vilhena
• Data de Publicação: 2022
• Tipo de documento: Artigo
• Idioma: por
• Título da fonte: Conhecer (Fortaleza)
• Texto Completo: https://revistas.uece.br/index.php/revistaconhecer/article/view/8597

A interface entre Geografia, Território e Política Pública tem encontrado terreno fértil nas Ciências Sociais, ao menos nas últimas quatro décadas, a partir da consideração de que diversos atores produzem e reproduzem relações que afetam politicamente as interações espaciais dos e entre os países (Castro, 2021). Isso porque, no espaço político (Castro, 2018),o Estado deixou de ser um recorte explicativo para inúmeras questões colocadas a quase meio século para a sociedade. E é justamente aqui que reside grande parte dos atuais arranjos e das tensões políticas entre as nações e seus impactos territoriais no debate sobre fronteiras internacionais (Benedetti, 2022; M. Ferrari et al., 2020; Foucher, 2012, 2021; Braticevic et al., 2017); a questão federativa e o debate sobre os municípios (Brandt, 2010; Cigolini, 2015; S. Ferrari, 2016; Ribeiro, 2010); a insurgência e a contrarresistência das minorias (Mondardo, 2022); e inúmeras outras questões que permeiam o espaço político.Atualmente, um dos desafios centrais no debate entre Geografia, Território e Política Pública é entender os desdobramentos das diversas ações visando à gestão territorial, a partir da qual estratégias territoriais de atores variados divergem, convergem, moldam-se e impõem a necessidade de aportes teóricos e estudos analíticos cada vez mais aprofundados diante do tema em tela, por exemplo. A política, enquanto arena de conflito, é assimilada como o campo das ações emanadas dos poderes centrais, regionais e locais em diferentes territórios. Atualizar as análises das políticas públicas sob o “olhar” da geografia compreende não apenas considerar, hoje, as políticas de Estado, mas empreender uma avaliação das demandas e questões mais importantes em cada território usando múltiplas escalas (Castro, 2005; Rodrigues, 2014). Concordamos com Martin (2001): a valorização da dimensão espacial dos problemas e da ação pública pode implicar desafios e oportunidades para que o geógrafo se destaque como intelectual crítico mais ativo nos processos de elaboração de políticas públicas.Para colaborar e ampliar algumas discussões mencionadas, este dossiê de Conhecer: Debate entre o Público e o Privado reúne artigos com questões atinentes ao território e às políticas públicas sob a perspectiva da Geografia.