IDENTIDADE, DIFERENÇA E SENTIDO: O PERCURSO DO OLHAR E DA PENA NA NARRATIVA SOBRE O OUTRO
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2019 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Revista Linguagem em Foco (Online) |
Texto Completo: | https://revistas.uece.br/index.php/linguagememfoco/article/view/1557 |
Resumo: | Este trabalho trata das relações identitárias de sujeitos de culturas diferentes em contato, narradas na Carta de Caminha. Perscrutam-se as nomeações e as categorizações feitas pelo sujeito (os portugueses) enquanto sujeito-destinatário de uma dada realidade, que consistem num processo que opera com os sentidos fazendo escolhas capazes de configurar, o mais proximamente possível, um mundo anteriormente concebido, por isso mitológico e real – na medida em que se sustenta desde um longo tempo anterior no imaginário popular – ao mesmo tempo em que produz, pelos mesmos procedimentos, a imagem do sujeito destinador (o outro, o índio). O conceito de Greimas (1987) em Da imperfeição (a tela de aparências que se descreve deixa entrever outros sentidos)1, bem define a dificuldade em se lidar com o figurativo que não diz de si, que quase dissimula e conduz a percepção a uma reabilitação. O contato intercultural propõe, no entanto, uma dupla orientação à noção de “apreensão”: uma, através da percepção e do sensível (estesia); outra, através da cultura, seus paradigmas e sua evolução (estética). Para Merleau-Ponty (1967, p.42), entre a primeira e a segunda orientação ocorre uma complexificação, vai-se mais longe em termos de produção de sentido, até esbarrar-se na questão: “As coisas, eu as observo ou sou observado por elas?”2 O “mergulho” em outra formação cultural traz o contato com o novo, porém em que momento do percurso da percepção e da estesia pode-se classificar algo como “novo”? Os primeiros resultados apontam para imagens pré-concebidas do outro ou, quando não, imagens refratadas pelos conceitos cristalizados – que não deixam de ser pré-conceitos. |
id |
UECE-3_a0bda924d12fbdc33e71e7224a180a89 |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:ojs.revistas.uece.br:article/1557 |
network_acronym_str |
UECE-3 |
network_name_str |
Revista Linguagem em Foco (Online) |
repository_id_str |
|
spelling |
IDENTIDADE, DIFERENÇA E SENTIDO: O PERCURSO DO OLHAR E DA PENA NA NARRATIVA SOBRE O OUTROSemióticaIdentidadeDiferençaSentidoPreconceitoEste trabalho trata das relações identitárias de sujeitos de culturas diferentes em contato, narradas na Carta de Caminha. Perscrutam-se as nomeações e as categorizações feitas pelo sujeito (os portugueses) enquanto sujeito-destinatário de uma dada realidade, que consistem num processo que opera com os sentidos fazendo escolhas capazes de configurar, o mais proximamente possível, um mundo anteriormente concebido, por isso mitológico e real – na medida em que se sustenta desde um longo tempo anterior no imaginário popular – ao mesmo tempo em que produz, pelos mesmos procedimentos, a imagem do sujeito destinador (o outro, o índio). O conceito de Greimas (1987) em Da imperfeição (a tela de aparências que se descreve deixa entrever outros sentidos)1, bem define a dificuldade em se lidar com o figurativo que não diz de si, que quase dissimula e conduz a percepção a uma reabilitação. O contato intercultural propõe, no entanto, uma dupla orientação à noção de “apreensão”: uma, através da percepção e do sensível (estesia); outra, através da cultura, seus paradigmas e sua evolução (estética). Para Merleau-Ponty (1967, p.42), entre a primeira e a segunda orientação ocorre uma complexificação, vai-se mais longe em termos de produção de sentido, até esbarrar-se na questão: “As coisas, eu as observo ou sou observado por elas?”2 O “mergulho” em outra formação cultural traz o contato com o novo, porém em que momento do percurso da percepção e da estesia pode-se classificar algo como “novo”? Os primeiros resultados apontam para imagens pré-concebidas do outro ou, quando não, imagens refratadas pelos conceitos cristalizados – que não deixam de ser pré-conceitos.EdUECE2019-08-20info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttps://revistas.uece.br/index.php/linguagememfoco/article/view/1557Revista Linguagem em Foco; Vol. 7 No. 2 (2015): Linguagem em Foco - Volume Temático: Linguagem e Subjetividade; 83 - 94Revista Linguagem em Foco; v. 7 n. 2 (2015): Linguagem em Foco - Volume Temático: Linguagem e Subjetividade; 83 - 942674-82662176-7955reponame:Revista Linguagem em Foco (Online)instname:Universidade Estadual do Ceará (UECE)instacron:UECEporhttps://revistas.uece.br/index.php/linguagememfoco/article/view/1557/1663Copyright (c) 2019 Rita de Cássia Aparecida Pacheco Limbertihttps://creativecommons.org/licenses/by/4.0info:eu-repo/semantics/openAccessLimberti, Rita de Cássia Aparecida Pacheco2021-03-23T17:44:42Zoai:ojs.revistas.uece.br:article/1557Revistahttps://revistas.uece.br/index.php/linguagememfocoPUBhttps://revistas.uece.br/index.php/linguagememfoco/oailinguagememfoco@uece.br||2674-82662176-7955opendoar:2021-03-23T17:44:42Revista Linguagem em Foco (Online) - Universidade Estadual do Ceará (UECE)false |
dc.title.none.fl_str_mv |
IDENTIDADE, DIFERENÇA E SENTIDO: O PERCURSO DO OLHAR E DA PENA NA NARRATIVA SOBRE O OUTRO |
title |
IDENTIDADE, DIFERENÇA E SENTIDO: O PERCURSO DO OLHAR E DA PENA NA NARRATIVA SOBRE O OUTRO |
spellingShingle |
IDENTIDADE, DIFERENÇA E SENTIDO: O PERCURSO DO OLHAR E DA PENA NA NARRATIVA SOBRE O OUTRO Limberti, Rita de Cássia Aparecida Pacheco Semiótica Identidade Diferença Sentido Preconceito |
title_short |
IDENTIDADE, DIFERENÇA E SENTIDO: O PERCURSO DO OLHAR E DA PENA NA NARRATIVA SOBRE O OUTRO |
title_full |
IDENTIDADE, DIFERENÇA E SENTIDO: O PERCURSO DO OLHAR E DA PENA NA NARRATIVA SOBRE O OUTRO |
title_fullStr |
IDENTIDADE, DIFERENÇA E SENTIDO: O PERCURSO DO OLHAR E DA PENA NA NARRATIVA SOBRE O OUTRO |
title_full_unstemmed |
IDENTIDADE, DIFERENÇA E SENTIDO: O PERCURSO DO OLHAR E DA PENA NA NARRATIVA SOBRE O OUTRO |
title_sort |
IDENTIDADE, DIFERENÇA E SENTIDO: O PERCURSO DO OLHAR E DA PENA NA NARRATIVA SOBRE O OUTRO |
author |
Limberti, Rita de Cássia Aparecida Pacheco |
author_facet |
Limberti, Rita de Cássia Aparecida Pacheco |
author_role |
author |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Limberti, Rita de Cássia Aparecida Pacheco |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Semiótica Identidade Diferença Sentido Preconceito |
topic |
Semiótica Identidade Diferença Sentido Preconceito |
description |
Este trabalho trata das relações identitárias de sujeitos de culturas diferentes em contato, narradas na Carta de Caminha. Perscrutam-se as nomeações e as categorizações feitas pelo sujeito (os portugueses) enquanto sujeito-destinatário de uma dada realidade, que consistem num processo que opera com os sentidos fazendo escolhas capazes de configurar, o mais proximamente possível, um mundo anteriormente concebido, por isso mitológico e real – na medida em que se sustenta desde um longo tempo anterior no imaginário popular – ao mesmo tempo em que produz, pelos mesmos procedimentos, a imagem do sujeito destinador (o outro, o índio). O conceito de Greimas (1987) em Da imperfeição (a tela de aparências que se descreve deixa entrever outros sentidos)1, bem define a dificuldade em se lidar com o figurativo que não diz de si, que quase dissimula e conduz a percepção a uma reabilitação. O contato intercultural propõe, no entanto, uma dupla orientação à noção de “apreensão”: uma, através da percepção e do sensível (estesia); outra, através da cultura, seus paradigmas e sua evolução (estética). Para Merleau-Ponty (1967, p.42), entre a primeira e a segunda orientação ocorre uma complexificação, vai-se mais longe em termos de produção de sentido, até esbarrar-se na questão: “As coisas, eu as observo ou sou observado por elas?”2 O “mergulho” em outra formação cultural traz o contato com o novo, porém em que momento do percurso da percepção e da estesia pode-se classificar algo como “novo”? Os primeiros resultados apontam para imagens pré-concebidas do outro ou, quando não, imagens refratadas pelos conceitos cristalizados – que não deixam de ser pré-conceitos. |
publishDate |
2019 |
dc.date.none.fl_str_mv |
2019-08-20 |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/article info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
format |
article |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
https://revistas.uece.br/index.php/linguagememfoco/article/view/1557 |
url |
https://revistas.uece.br/index.php/linguagememfoco/article/view/1557 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.relation.none.fl_str_mv |
https://revistas.uece.br/index.php/linguagememfoco/article/view/1557/1663 |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
Copyright (c) 2019 Rita de Cássia Aparecida Pacheco Limberti https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 info:eu-repo/semantics/openAccess |
rights_invalid_str_mv |
Copyright (c) 2019 Rita de Cássia Aparecida Pacheco Limberti https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
application/pdf |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
EdUECE |
publisher.none.fl_str_mv |
EdUECE |
dc.source.none.fl_str_mv |
Revista Linguagem em Foco; Vol. 7 No. 2 (2015): Linguagem em Foco - Volume Temático: Linguagem e Subjetividade; 83 - 94 Revista Linguagem em Foco; v. 7 n. 2 (2015): Linguagem em Foco - Volume Temático: Linguagem e Subjetividade; 83 - 94 2674-8266 2176-7955 reponame:Revista Linguagem em Foco (Online) instname:Universidade Estadual do Ceará (UECE) instacron:UECE |
instname_str |
Universidade Estadual do Ceará (UECE) |
instacron_str |
UECE |
institution |
UECE |
reponame_str |
Revista Linguagem em Foco (Online) |
collection |
Revista Linguagem em Foco (Online) |
repository.name.fl_str_mv |
Revista Linguagem em Foco (Online) - Universidade Estadual do Ceará (UECE) |
repository.mail.fl_str_mv |
linguagememfoco@uece.br|| |
_version_ |
1797068887457529856 |