REGULARIZAÇÃO DA VAZÃO E SUSTENTABILIDADE DE AGROECOSSISTEMAS NO ESTUÁRIO DO RIO SÃO FRANCISCO

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Cunha, Cleidinilson de Jesus
Data de Publicação: 2021
Tipo de documento: Artigo
Título da fonte: GeoUECE
Texto Completo: https://revistas.uece.br/index.php/GeoUECE/article/view/6911
Resumo: O comprometimento do equilíbrio dos ecossistemas interfere na reorganização dos sistemas produtivos (agroecossistemas) e estabelece consequências à sustentabilidade das futuras gerações. A construção de barragens e a regularização da vazão tem implicação direta no sistema hidrológico do Baixo São Francisco (BSF), com reflexos nos processos de erosão e sedimentação concebendo no contexto da relação homem-natureza novas referências com o meio, colocando em risco o modo de vida tradicional da população ribeirinha, alterando sua percepção em relação ao estuário e as relações que se estabelecem com esse espaço de vida. O principal objetivo do trabalho consistiu em estudar o impacto da regularização da vazão do rio São Francisco na sustentabilidade dos agroecossistemas do estuário e entorno, suas consequências na dinâmica ambiental e na organização socioeconômica e cultural da população local. A abordagem sistêmica, a partir da metodologia MESMIS e da avaliação das propriedades dos agroecossistemas como proposto por Conway (1983 e 1987) e Marten (1988), constituiu como importante ferramenta para a compreensão da interação dos elementos do sistema ambiental do estuário, bem como a identificação e discussão dos impactos na estrutura, funcionalidade e avaliação das propriedades (produtividade, estabilidade e equidade) dos agroecossistemas, ocupando a área de estudo 1.399,3 Km², focando os municípios de Penedo e Piaçabuçu no Estado de Alagoas e Brejo Grande, Ilha das Flores e Neópolis no Estado de Sergipe. A regularização da vazão provocou mudanças na dinâmica ambiental e elementos naturais associados, reduzindo a agrobiodiversidade, elevando níveis de salinidade, comprometendo a sustentabilidade dos agroecossistemas e a oferta de alimentos para a fauna aquática, interferindo no processo de renovação das várzeas, provocando não somente a redução de oferta do pescado, mas também aumentando a pressão sobre o ecossistema em virtude da explotação dos recursos pesqueiros. Outros fatores ainda contribuem para impactar a dinâmica ambiental, como as variadas formas de uso e ocupação do espaço representado por agroecossistemas tradicionais e de rizicultura e o uso de técnicas predatórias de pesca e captura de caranguejo.
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