A parrhesia como ética/estética da existência em Caim de José Saramago

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Marques, Marcos Fellipe Costa
Data de Publicação: 2017
Outros Autores: El Fahl, Alana de Oliveira Freitas
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: A Cor das Letras
Texto Completo: http://periodicos.uefs.br/index.php/acordasletras/article/view/1689
Resumo: No último romance do escritor português José Saramago (1922-2010), Caim (2009), o discurso religioso é retomado como tema através de uma releitura paródica de textos bíblicos fundantes da tradição judaico-cristã. No romance, narrador e herói passeiam por cenas bíblicas questionando interpretações sedimentadas na cultura pelas teologias oficiais e dogmas da tradição. As críticas construídas no romance têm como alvo privilegiado os discursos religiosos, sobretudo a moral criada a partir de tais discursos. Este artigo tem como objetivo demonstrar como, no romance Caim a parrhesia, o franco falar, funciona como possibilidade ética diante de construções discursivas monológicas dogmáticas e retóricas. Para isso, discutiremos a relação entre o discurso literário de Saramago e o discurso religioso dogmático, destacaremos a função da paródia para apresentar novas versões de discursos já sedimentados na cultura para enfim discutir o conceito de parrhesia em Michel Foucalt (1926-1984) e possibilidades interpretativas do romance supracitado a partir desse conceito.
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