O vocativo nas formas de tratamento: análise de fragmentos do romance Meu destino é pecar, de Nelson Rodrigues
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Data de Publicação: | 2019 |
Outros Autores: | , |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | A Cor das Letras |
Texto Completo: | http://periodicos.uefs.br/index.php/acordasletras/article/view/4743 |
Resumo: | O objetivo deste artigo é analisar, especificamente, de que maneira o vocativo pode ser entendido como forma de tratamento, dentre os seus diversos níveis – formas pronominalizadas, nominais, vocativas e referenciais – ou, conforme propõe Silva (2008), como um indicador da dêixis social e como atividade estratégica de (des)cortesia comunicativa. Nesse sentido, entendemos que o vocativo, normalmente, na gramática, é tido como um termo que interpela ou chama o interlocutor, que se encontra separado da oração, ao passo que, na pragmática, os interactantes podem utilizá-lo na interação como forma de tratamento, ganhando uma dimensão contextual mais complexa e dinâmica no que se refere ao uso da linguagem, e também para expressar (des)cortesia verbal. Para a análise das formas vocativas (também chamadas de fórmulas apelativas), utilizamos fragmentos do romance Meu destino é pecar, de Nelson Rodrigues. A importância deste estudo se explica na medida em que o vocativo como forma de tratamento é uma atividade argumentativo-estratégica que excede as explicações de simetria e poder relativo (BROWN; LEVINSON, 1987[1978]), e das prescrições do socialmente convencionalizado. Assim, veremos que as relações de solidariedade e poder, como postulam Brown e Gilman (1960), nem sempre são as que determinam as formas de tratamento nas interações sociais. Finalmente, consideramos que as formas de tratamento expressam de modo significativo as relações sociais, e que tais atividades só podem ser compreendidas e abordadas contextualmente, interação a interação, conforme as finalidades estratégico-pragmáticas dos interactantes. |
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O vocativo nas formas de tratamento: análise de fragmentos do romance Meu destino é pecar, de Nelson RodriguesO objetivo deste artigo é analisar, especificamente, de que maneira o vocativo pode ser entendido como forma de tratamento, dentre os seus diversos níveis – formas pronominalizadas, nominais, vocativas e referenciais – ou, conforme propõe Silva (2008), como um indicador da dêixis social e como atividade estratégica de (des)cortesia comunicativa. Nesse sentido, entendemos que o vocativo, normalmente, na gramática, é tido como um termo que interpela ou chama o interlocutor, que se encontra separado da oração, ao passo que, na pragmática, os interactantes podem utilizá-lo na interação como forma de tratamento, ganhando uma dimensão contextual mais complexa e dinâmica no que se refere ao uso da linguagem, e também para expressar (des)cortesia verbal. Para a análise das formas vocativas (também chamadas de fórmulas apelativas), utilizamos fragmentos do romance Meu destino é pecar, de Nelson Rodrigues. A importância deste estudo se explica na medida em que o vocativo como forma de tratamento é uma atividade argumentativo-estratégica que excede as explicações de simetria e poder relativo (BROWN; LEVINSON, 1987[1978]), e das prescrições do socialmente convencionalizado. Assim, veremos que as relações de solidariedade e poder, como postulam Brown e Gilman (1960), nem sempre são as que determinam as formas de tratamento nas interações sociais. Finalmente, consideramos que as formas de tratamento expressam de modo significativo as relações sociais, e que tais atividades só podem ser compreendidas e abordadas contextualmente, interação a interação, conforme as finalidades estratégico-pragmáticas dos interactantes.UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA2019-10-01info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttp://periodicos.uefs.br/index.php/acordasletras/article/view/474310.13102/cl.v20i1.4743A Cor das Letras; v. 20 n. 1 (2019): Estudos Linguísticos e Filológicos; 143-1542594-96751415-8973reponame:A Cor das Letrasinstname:Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS)instacron:UEFSporhttp://periodicos.uefs.br/index.php/acordasletras/article/view/4743/pdfCopyright (c) 2019 Universidade Estadual de Feira de Santanainfo:eu-repo/semantics/openAccessde Oliveira, Fabiana MeirelesCaggiano Blanco, Yedda Alves de Oliveirada Silva, Luiz Antônio2020-07-21T01:44:55Zoai:ojs3.uefs.br:article/4743Revistahttp://periodicos.uefs.br/index.php/acordasletrasPUBhttp://periodicos.uefs.br/index.php/acordasletras/oairevistacordasletras@uefs.br||revistacordasletras@uefs.br1415-89732594-9675opendoar:2020-07-21T01:44:55A Cor das Letras - Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS)false |
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