EL GOCE TOTALITARIO — SALÒ DE PASOLINI
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2017 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | spa |
Título da fonte: | A Cor das Letras |
Texto Completo: | http://periodicos.uefs.br/index.php/acordasletras/article/view/1510 |
Resumo: | Há duas características fundamentais que definem o sentido espiri-tual e civilizatório da tortura. Uma delas é de ordem política. Em termos ex-tremamente rudimentares, isso pode ser formulado mediante a exemplaridade criminal com que certos setores que estão na vanguarda da organização política e militar do estado de direito anunciam seu próprio poder de sedição como a base para uma nova ordem de fato local ou global. É por causa dessa razão que a tortura — seja ela do tipo como a praticada du-rante a Inquisição colonial do séc. XVI, seja ela da sorte como a praticada nas penitenciárias coloniais da Guerra Global atual — precisa ocultar a sua brutalidade primitiva, sangrenta e sacrificial da sociedade, enquanto que, ao mesmo tempo, precisa assegurar a exibição de si mesma como uma demons-tração pública de poder que é tão absoluta quanto arbitrária. Saló fornece uma denúncia da tortura, mas simultaneamente interpreta a tortura como a escrita secreta de uma modernidade que legitima e dissemina tortura enquanto linguagem. E, por último, este filme também anuncia o advento de um novo fascismo global: o fascismo global que encara nossa face hoje. |
id |
UEFS-1_c7837f54992751c68364c48e5af83496 |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:ojs3.uefs.br:article/1510 |
network_acronym_str |
UEFS-1 |
network_name_str |
A Cor das Letras |
repository_id_str |
|
spelling |
EL GOCE TOTALITARIO — SALÒ DE PASOLINIHá duas características fundamentais que definem o sentido espiri-tual e civilizatório da tortura. Uma delas é de ordem política. Em termos ex-tremamente rudimentares, isso pode ser formulado mediante a exemplaridade criminal com que certos setores que estão na vanguarda da organização política e militar do estado de direito anunciam seu próprio poder de sedição como a base para uma nova ordem de fato local ou global. É por causa dessa razão que a tortura — seja ela do tipo como a praticada du-rante a Inquisição colonial do séc. XVI, seja ela da sorte como a praticada nas penitenciárias coloniais da Guerra Global atual — precisa ocultar a sua brutalidade primitiva, sangrenta e sacrificial da sociedade, enquanto que, ao mesmo tempo, precisa assegurar a exibição de si mesma como uma demons-tração pública de poder que é tão absoluta quanto arbitrária. Saló fornece uma denúncia da tortura, mas simultaneamente interpreta a tortura como a escrita secreta de uma modernidade que legitima e dissemina tortura enquanto linguagem. E, por último, este filme também anuncia o advento de um novo fascismo global: o fascismo global que encara nossa face hoje.UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA2017-02-26info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttp://periodicos.uefs.br/index.php/acordasletras/article/view/151010.13102/cl.v11i1.1510A Cor das Letras; v. 11 n. 1 (2010): Literatura e cinema; 193-2042594-96751415-8973reponame:A Cor das Letrasinstname:Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS)instacron:UEFSspahttp://periodicos.uefs.br/index.php/acordasletras/article/view/1510/pdfCopyright (c) 2017 Universidade Estadual de Feira de Santanainfo:eu-repo/semantics/openAccessSubirats, Eduardo2018-02-19T02:52:44Zoai:ojs3.uefs.br:article/1510Revistahttp://periodicos.uefs.br/index.php/acordasletrasPUBhttp://periodicos.uefs.br/index.php/acordasletras/oairevistacordasletras@uefs.br||revistacordasletras@uefs.br1415-89732594-9675opendoar:2018-02-19T02:52:44A Cor das Letras - Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS)false |
dc.title.none.fl_str_mv |
EL GOCE TOTALITARIO — SALÒ DE PASOLINI |
title |
EL GOCE TOTALITARIO — SALÒ DE PASOLINI |
spellingShingle |
EL GOCE TOTALITARIO — SALÒ DE PASOLINI Subirats, Eduardo |
title_short |
EL GOCE TOTALITARIO — SALÒ DE PASOLINI |
title_full |
EL GOCE TOTALITARIO — SALÒ DE PASOLINI |
title_fullStr |
EL GOCE TOTALITARIO — SALÒ DE PASOLINI |
title_full_unstemmed |
EL GOCE TOTALITARIO — SALÒ DE PASOLINI |
title_sort |
EL GOCE TOTALITARIO — SALÒ DE PASOLINI |
author |
Subirats, Eduardo |
author_facet |
Subirats, Eduardo |
author_role |
author |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Subirats, Eduardo |
description |
Há duas características fundamentais que definem o sentido espiri-tual e civilizatório da tortura. Uma delas é de ordem política. Em termos ex-tremamente rudimentares, isso pode ser formulado mediante a exemplaridade criminal com que certos setores que estão na vanguarda da organização política e militar do estado de direito anunciam seu próprio poder de sedição como a base para uma nova ordem de fato local ou global. É por causa dessa razão que a tortura — seja ela do tipo como a praticada du-rante a Inquisição colonial do séc. XVI, seja ela da sorte como a praticada nas penitenciárias coloniais da Guerra Global atual — precisa ocultar a sua brutalidade primitiva, sangrenta e sacrificial da sociedade, enquanto que, ao mesmo tempo, precisa assegurar a exibição de si mesma como uma demons-tração pública de poder que é tão absoluta quanto arbitrária. Saló fornece uma denúncia da tortura, mas simultaneamente interpreta a tortura como a escrita secreta de uma modernidade que legitima e dissemina tortura enquanto linguagem. E, por último, este filme também anuncia o advento de um novo fascismo global: o fascismo global que encara nossa face hoje. |
publishDate |
2017 |
dc.date.none.fl_str_mv |
2017-02-26 |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/article info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
format |
article |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
http://periodicos.uefs.br/index.php/acordasletras/article/view/1510 10.13102/cl.v11i1.1510 |
url |
http://periodicos.uefs.br/index.php/acordasletras/article/view/1510 |
identifier_str_mv |
10.13102/cl.v11i1.1510 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
spa |
language |
spa |
dc.relation.none.fl_str_mv |
http://periodicos.uefs.br/index.php/acordasletras/article/view/1510/pdf |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
Copyright (c) 2017 Universidade Estadual de Feira de Santana info:eu-repo/semantics/openAccess |
rights_invalid_str_mv |
Copyright (c) 2017 Universidade Estadual de Feira de Santana |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
application/pdf |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA |
publisher.none.fl_str_mv |
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA |
dc.source.none.fl_str_mv |
A Cor das Letras; v. 11 n. 1 (2010): Literatura e cinema; 193-204 2594-9675 1415-8973 reponame:A Cor das Letras instname:Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS) instacron:UEFS |
instname_str |
Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS) |
instacron_str |
UEFS |
institution |
UEFS |
reponame_str |
A Cor das Letras |
collection |
A Cor das Letras |
repository.name.fl_str_mv |
A Cor das Letras - Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS) |
repository.mail.fl_str_mv |
revistacordasletras@uefs.br||revistacordasletras@uefs.br |
_version_ |
1798321159761035264 |