Produção dos róticos em sequências consonantais [CR] e [RC] no português de contato com o pomerano
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2020 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | A Cor das Letras |
Texto Completo: | http://periodicos.uefs.br/index.php/acordasletras/article/view/4974 |
Resumo: | O presente trabalho investiga a influência do pomerano na produção dos segmentos róticos em sequências consonantais [CR] e [RC] no português falado no município de São Lourenço do Sul (RS). Para tanto, são analisadas as produções de dez participantes, cinco delas bilíngues, falantes do português e do pomerano, e cinco monolíngues, falantes do português, constituindo o grupo controle. Foram realizados três experimentos para produção dos dados: descrição de imagens, nomeação de imagens e leitura de palavras. Esses experimentos perpassavam um continuum de estilo, no qual o primeiro emulava um ambiente mais naturalístico, a fim de observar um registro mais natural da fala; o segundo e o terceiro experimentos, por sua vez, apresentavam um controle mais experimental, em que os itens lexicais foram previamente selecionados, distribuídos de acordo com as variáveis posição do rótico, ponto de articulação de C, vozeamento de C, tonicidade e vogal nuclear da sílaba. Assim, obteve-se um número de produções regular entre as participantes, bem como controlou-se a atuação de variáveis linguísticas. Os resultados revelaram emprego quase categórico do tepe na posição pré-vocálica, tanto no grupo bilíngue quanto no monolíngue. Na posição pós-vocálica, por outro lado, verificou-se que, enquanto as monolíngues produziram número elevado de tepes, as bilíngues demonstraram grande variação, produzindo em número considerável de vibrantes múltiplas, aproximantes e fricativas palato-alveolares desvozeadas. O Teste de Qui-Quadrado com resíduos padronizados detectou uma correlação entre o emprego dessas variantes e o grupo bilíngue. Além disso, detectou uma correlação entre o emprego do tepe e o grupo monolíngue. Propôs-se, como conclusão, que o pomerano exerceu influência sobre esses resultados, dado que, na língua de imigração, o tepe não ocupa a posição pós-vocálica, o que pode ter influenciado os falantes a evitar o emprego dessa variante na posição de coda. |
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Produção dos róticos em sequências consonantais [CR] e [RC] no português de contato com o pomeranoO presente trabalho investiga a influência do pomerano na produção dos segmentos róticos em sequências consonantais [CR] e [RC] no português falado no município de São Lourenço do Sul (RS). Para tanto, são analisadas as produções de dez participantes, cinco delas bilíngues, falantes do português e do pomerano, e cinco monolíngues, falantes do português, constituindo o grupo controle. Foram realizados três experimentos para produção dos dados: descrição de imagens, nomeação de imagens e leitura de palavras. Esses experimentos perpassavam um continuum de estilo, no qual o primeiro emulava um ambiente mais naturalístico, a fim de observar um registro mais natural da fala; o segundo e o terceiro experimentos, por sua vez, apresentavam um controle mais experimental, em que os itens lexicais foram previamente selecionados, distribuídos de acordo com as variáveis posição do rótico, ponto de articulação de C, vozeamento de C, tonicidade e vogal nuclear da sílaba. Assim, obteve-se um número de produções regular entre as participantes, bem como controlou-se a atuação de variáveis linguísticas. Os resultados revelaram emprego quase categórico do tepe na posição pré-vocálica, tanto no grupo bilíngue quanto no monolíngue. Na posição pós-vocálica, por outro lado, verificou-se que, enquanto as monolíngues produziram número elevado de tepes, as bilíngues demonstraram grande variação, produzindo em número considerável de vibrantes múltiplas, aproximantes e fricativas palato-alveolares desvozeadas. O Teste de Qui-Quadrado com resíduos padronizados detectou uma correlação entre o emprego dessas variantes e o grupo bilíngue. Além disso, detectou uma correlação entre o emprego do tepe e o grupo monolíngue. Propôs-se, como conclusão, que o pomerano exerceu influência sobre esses resultados, dado que, na língua de imigração, o tepe não ocupa a posição pós-vocálica, o que pode ter influenciado os falantes a evitar o emprego dessa variante na posição de coda.UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA2020-04-30info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttp://periodicos.uefs.br/index.php/acordasletras/article/view/497410.13102/cl.v21i1.4974A Cor das Letras; v. 21 n. 1 (2020): Estudos Linguísticos e Filológicos; 132-1542594-96751415-8973reponame:A Cor das Letrasinstname:Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS)instacron:UEFSporhttp://periodicos.uefs.br/index.php/acordasletras/article/view/4974/pdfCopyright (c) 2020 Universidade Estadual de Feira de Santanainfo:eu-repo/semantics/openAccessSilva, Felipe Bilharva da2020-05-01T00:54:24Zoai:ojs3.uefs.br:article/4974Revistahttp://periodicos.uefs.br/index.php/acordasletrasPUBhttp://periodicos.uefs.br/index.php/acordasletras/oairevistacordasletras@uefs.br||revistacordasletras@uefs.br1415-89732594-9675opendoar:2020-05-01T00:54:24A Cor das Letras - Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS)false |
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