As distintas faces da menoridade na Mesa Inquisitorial: uma análise dos testemunhos de meninos sodomizados por padres (Lisboa, 1638)
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2022 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Revista de História da UEG |
Texto Completo: | https://www.revista.ueg.br/index.php/revistahistoria/article/view/12321 |
Resumo: | O artigo[1] analisa como os inquisidores receberam os testemunhos de meninos que denunciaram distintas práticas sexuais, incluindo a sodomia, perpetradas por dois padres, à Inquisição, na primeira metade do século XVII. Em 1638, João Botelho, frade professo da Ordem de São Jerônimo havia cerca de 20 anos, da qual tinha sido expulso, mestre de canto, que alcançou o grau de procurador do Mosteiro do Mato, e Francisco Dias Palma, que tinha o hábito de Santiago, foram encarcerados, respectivamente, pelos tribunais do Santo Ofício de Lisboa e de Évora. Enquanto o processo de Botelho teve início com as denúncias dos garotos, que o acusaram de práticas nefandas, o de Dias Palma foi instaurado a partir dos testemunhos de homens adultos, que o acusaram de tentar sodomizar um menino de 12 anos, logo chamado à Mesa. Numa época em que os sentidos de infância e de inocência eram muito diferentes dos atuais, e quando as hierarquias sociais eram bem demarcadas, qual foi o olhar inquisitorial quanto às acusações dos menores em ambos os processos? Considerando que o status social das famílias dos meninos era heterogêneo, buscamos perscrutar se os menores e seus depoimentos foram avaliados igualmente pelos juízes inquisitoriais. Palavras-Chave: Portugal. Inquisição. Sodomia. Meninos. Sacerdotes. [1] Agradeço a gentileza dos amigos: Luiza Tonon, doutoranda na Faculdade de Formação de Professores – FFP/UERJ, e Dr. Dino León Fernández, da Universidad Nacional Mayor de San Marcos, em Lima, Peru, que leram e corrigiram atentamente os resumos deste artigo, em inglês e em espanhol, respectivamente. |
id |
UEG-1_49f0876a9a4575918418bca975d51441 |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:ojs.pkp.sfu.ca:article/12321 |
network_acronym_str |
UEG-1 |
network_name_str |
Revista de História da UEG |
repository_id_str |
|
spelling |
As distintas faces da menoridade na Mesa Inquisitorial: uma análise dos testemunhos de meninos sodomizados por padres (Lisboa, 1638)The different faces of minors at the Inquisition: an analysis of the testimonies of boys sodomized by priests (Lisbon, 1638)Los diferentes rostros de la minoridad en la Mesa Inquisitorial: un análisis de los testimonios de niños sodomizados por sacerdotes (Lisboa, 1638)O artigo[1] analisa como os inquisidores receberam os testemunhos de meninos que denunciaram distintas práticas sexuais, incluindo a sodomia, perpetradas por dois padres, à Inquisição, na primeira metade do século XVII. Em 1638, João Botelho, frade professo da Ordem de São Jerônimo havia cerca de 20 anos, da qual tinha sido expulso, mestre de canto, que alcançou o grau de procurador do Mosteiro do Mato, e Francisco Dias Palma, que tinha o hábito de Santiago, foram encarcerados, respectivamente, pelos tribunais do Santo Ofício de Lisboa e de Évora. Enquanto o processo de Botelho teve início com as denúncias dos garotos, que o acusaram de práticas nefandas, o de Dias Palma foi instaurado a partir dos testemunhos de homens adultos, que o acusaram de tentar sodomizar um menino de 12 anos, logo chamado à Mesa. Numa época em que os sentidos de infância e de inocência eram muito diferentes dos atuais, e quando as hierarquias sociais eram bem demarcadas, qual foi o olhar inquisitorial quanto às acusações dos menores em ambos os processos? Considerando que o status social das famílias dos meninos era heterogêneo, buscamos perscrutar se os menores e seus depoimentos foram avaliados igualmente pelos juízes inquisitoriais. Palavras-Chave: Portugal. Inquisição. Sodomia. Meninos. Sacerdotes. [1] Agradeço a gentileza dos amigos: Luiza Tonon, doutoranda na Faculdade de Formação de Professores – FFP/UERJ, e Dr. Dino León Fernández, da Universidad Nacional Mayor de San Marcos, em Lima, Peru, que leram e corrigiram atentamente os resumos deste artigo, em inglês e em espanhol, respectivamente.This paper brings an analysis about how the inquisitors received the testimonies of boys who had denounced in the Inquisitorial Tribunal different sexual practices, including sodomy, perpetrated by two priests in the first half of the 17th century. In 1638, João Botelho, who was a professed friar of the Hieronymites for about 20 years – until he was expelled –, a singing master, and had achieved the degree of procurator of the Monastery of Mato; and Francisco Dias Palma, priest of the Order of Santiago, were imprisoned, respectively, by the Holy Office of Lisbon and Évora. Botelho’s lawsuit began with the boys’ denunciations, who accused him of sodomitical practices, and Dias Palma’s one began with the testimonies of adult men, who accused him of trying to sodomize a 12-year-old boy, who was called to the Holy Office to confess the priest’ sexual practices. At a time when childhood and innocence meanings were very different from nowadays’ comprehensions, and when social hierarchies were well demarcated, what was the inquisitorial look at the accusations of minors in both processes? Considering that the social status of the boys’ families was heterogeneous, we sought to scrutinize whether the minors and their testimonies were equally evaluated by the inquisitorial judges. Keywords: Portugal. Inquisition. Sodomy. Boys. Priests.El artículo hace un análisis del accionar de los inquisidores sobre los testimonios de los niños que denunciaron diferentes prácticas sexuales, incluida la sodomía. Estos ataques fueron perpetrados por dos sacerdotes, en la primera mitad del siglo XVII. El primero fue en 1638, João Botelho, ex-fraile profeso de la Orden de São Jerónimo durante unos 20 años, maestro de canto, quien fue procurador del Monasterio de Mato. El segundo, el clérigo de la Orden de Santiago, fray Francisco Dias Palma. Ambos fueron encarcelados por los tribunales del Santo Oficio de Lisboa y Évora, respectivamente. El proceso de Botelho se inició por las acusaciones de los niños, quienes lo denunciaron por prácticas sodomíticas, mientras que el de Dias Palma, empezó a partir de los testimonios de hombres, quienes le delataron de intentar sodomizar a un niño de 12 años, quien también lo denunció a la Mesa. El siglo XVII, es una época en la cual los significados de infancia e inocencia son muy diferentes a la actualidad, y a la vez, las jerarquías sociales están bien delimitadas. En esta investigación fue necesario realizar una interrogante importante ¿Cuál fue la mirada inquisitorial a las acusaciones de los menores en ambos procesos? Hay que recordar que el estatus social de las familias de los niños eran bastantes heterogéneas y, asimismo, se busca comprender si los menores y sus testimonios fueron igualmente evaluados por los jueces inquisitoriales. Palabras Claves: Portugal. Inquisición. Sodomía. Niños. Sacerdotes.Universidade Estadual de Goiás2022-01-31info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttps://www.revista.ueg.br/index.php/revistahistoria/article/view/1232110.31668/revistaueg.v11i01.12321Revista de História da UEG; v. 11 n. 01 (2022): Dossiê "Poder, intolerância e disciplina em um mundo global": duzentos anos da extinção do Santo Ofício Português (1821-2021); e1122052316-437910.31668/revistaueg.v11i01reponame:Revista de História da UEGinstname:Universidade Estadual de Goiás (UEG)instacron:UEGporhttps://www.revista.ueg.br/index.php/revistahistoria/article/view/12321/9010http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0info:eu-repo/semantics/openAccessGomes, Veronica de Jesus2022-07-01T12:01:07Zoai:ojs.pkp.sfu.ca:article/12321Revistahttps://www.revista.ueg.br/index.php/revistahistoria/PUBhttps://www.revista.ueg.br/index.php/revistahistoria/oai||revistaueg-historia@yahoo.com.br|| revhistueg@gmail.com2316-43792316-4379opendoar:2022-07-01T12:01:07Revista de História da UEG - Universidade Estadual de Goiás (UEG)false |
dc.title.none.fl_str_mv |
As distintas faces da menoridade na Mesa Inquisitorial: uma análise dos testemunhos de meninos sodomizados por padres (Lisboa, 1638) The different faces of minors at the Inquisition: an analysis of the testimonies of boys sodomized by priests (Lisbon, 1638) Los diferentes rostros de la minoridad en la Mesa Inquisitorial: un análisis de los testimonios de niños sodomizados por sacerdotes (Lisboa, 1638) |
title |
As distintas faces da menoridade na Mesa Inquisitorial: uma análise dos testemunhos de meninos sodomizados por padres (Lisboa, 1638) |
spellingShingle |
As distintas faces da menoridade na Mesa Inquisitorial: uma análise dos testemunhos de meninos sodomizados por padres (Lisboa, 1638) Gomes, Veronica de Jesus |
title_short |
As distintas faces da menoridade na Mesa Inquisitorial: uma análise dos testemunhos de meninos sodomizados por padres (Lisboa, 1638) |
title_full |
As distintas faces da menoridade na Mesa Inquisitorial: uma análise dos testemunhos de meninos sodomizados por padres (Lisboa, 1638) |
title_fullStr |
As distintas faces da menoridade na Mesa Inquisitorial: uma análise dos testemunhos de meninos sodomizados por padres (Lisboa, 1638) |
title_full_unstemmed |
As distintas faces da menoridade na Mesa Inquisitorial: uma análise dos testemunhos de meninos sodomizados por padres (Lisboa, 1638) |
title_sort |
As distintas faces da menoridade na Mesa Inquisitorial: uma análise dos testemunhos de meninos sodomizados por padres (Lisboa, 1638) |
author |
Gomes, Veronica de Jesus |
author_facet |
Gomes, Veronica de Jesus |
author_role |
author |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Gomes, Veronica de Jesus |
description |
O artigo[1] analisa como os inquisidores receberam os testemunhos de meninos que denunciaram distintas práticas sexuais, incluindo a sodomia, perpetradas por dois padres, à Inquisição, na primeira metade do século XVII. Em 1638, João Botelho, frade professo da Ordem de São Jerônimo havia cerca de 20 anos, da qual tinha sido expulso, mestre de canto, que alcançou o grau de procurador do Mosteiro do Mato, e Francisco Dias Palma, que tinha o hábito de Santiago, foram encarcerados, respectivamente, pelos tribunais do Santo Ofício de Lisboa e de Évora. Enquanto o processo de Botelho teve início com as denúncias dos garotos, que o acusaram de práticas nefandas, o de Dias Palma foi instaurado a partir dos testemunhos de homens adultos, que o acusaram de tentar sodomizar um menino de 12 anos, logo chamado à Mesa. Numa época em que os sentidos de infância e de inocência eram muito diferentes dos atuais, e quando as hierarquias sociais eram bem demarcadas, qual foi o olhar inquisitorial quanto às acusações dos menores em ambos os processos? Considerando que o status social das famílias dos meninos era heterogêneo, buscamos perscrutar se os menores e seus depoimentos foram avaliados igualmente pelos juízes inquisitoriais. Palavras-Chave: Portugal. Inquisição. Sodomia. Meninos. Sacerdotes. [1] Agradeço a gentileza dos amigos: Luiza Tonon, doutoranda na Faculdade de Formação de Professores – FFP/UERJ, e Dr. Dino León Fernández, da Universidad Nacional Mayor de San Marcos, em Lima, Peru, que leram e corrigiram atentamente os resumos deste artigo, em inglês e em espanhol, respectivamente. |
publishDate |
2022 |
dc.date.none.fl_str_mv |
2022-01-31 |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/article info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
format |
article |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
https://www.revista.ueg.br/index.php/revistahistoria/article/view/12321 10.31668/revistaueg.v11i01.12321 |
url |
https://www.revista.ueg.br/index.php/revistahistoria/article/view/12321 |
identifier_str_mv |
10.31668/revistaueg.v11i01.12321 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.relation.none.fl_str_mv |
https://www.revista.ueg.br/index.php/revistahistoria/article/view/12321/9010 |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0 info:eu-repo/semantics/openAccess |
rights_invalid_str_mv |
http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0 |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
application/pdf |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
Universidade Estadual de Goiás |
publisher.none.fl_str_mv |
Universidade Estadual de Goiás |
dc.source.none.fl_str_mv |
Revista de História da UEG; v. 11 n. 01 (2022): Dossiê "Poder, intolerância e disciplina em um mundo global": duzentos anos da extinção do Santo Ofício Português (1821-2021); e112205 2316-4379 10.31668/revistaueg.v11i01 reponame:Revista de História da UEG instname:Universidade Estadual de Goiás (UEG) instacron:UEG |
instname_str |
Universidade Estadual de Goiás (UEG) |
instacron_str |
UEG |
institution |
UEG |
reponame_str |
Revista de História da UEG |
collection |
Revista de História da UEG |
repository.name.fl_str_mv |
Revista de História da UEG - Universidade Estadual de Goiás (UEG) |
repository.mail.fl_str_mv |
||revistaueg-historia@yahoo.com.br|| revhistueg@gmail.com |
_version_ |
1750315396025548800 |