Ler a vida e se ler a partir de uma obra paradidática: um projeto de educação linguística crítica envolvendo os temas gênero, sexualidade, raça e arranjos familiares com estudantes da educação básica

• Autor(a) principal: Oliveira Júnior, Paulo Almeida de
• Data de Publicação: 2022
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações da UEG
• Texto Completo: http://www.bdtd.ueg.br/handle/tede/1072
• topic: Educação linguística crítica; Raça; Gênero e sexualidade; Leitura paradidática - Arranjos familiares; Race; Gender and sexuality; Paradidatic reading - Family arrangements; Critical linguistic education; CIENCIAS HUMANAS::EDUCACAO; LINGUISTICA::TEORIA E ANALISE LINGUISTICA

Este estudo analisa uma pesquisa-ação (THIOLLENT, 2006, 2011) conduzida por um professor e pesquisador-acadêmico que buscou problematizar questões abordadas por um livro paradidático, com estudantes do último ano do ensino fundamental, numa cidade interiorana de Goiás. Tem por objetivo central problematizar temas de gênero, sexualidade, raça e arranjos familiares, através da leitura de vidas dos/as estudantes e do livro paradidático “Vento Forte, de sul e norte” de Manuel Filho, gerados dentro de um projeto institucional de leitura com base na educação linguística crítica. Tais problematizações estão suscitadas com base nos temas de raça (QUIJANO, 2005, FERNANDES, 2008; NASCIMENTO; FONSECA, 2013), gênero e sexualidade (WEEKS, 2019; LOURO, 2019; DANTAS, 2010; CUGINI, 2020) e arranjos familiares (FACO; MELCHIORI, 2009; CAETANO et al, 2016; BIROLI, 2014; LACERDA, 2006). As praxiologias acadêmicas que conduzem esta pesquisa estão sustentadas por abordagens críticas da Linguística Aplicada (MOITA LOPES, 2003/ 2006/ 2009; KUMARAVADIVELU, 2006; RAJAGOPALAN, 2003, 2006; KLEIMAN, 2013; PENNYCOOK, 2006/ 1998; FRANK, 2021; OLIVEIRA, 2014, 2016, 2021), da pedagogia crítica (FREIRE, 2021a/ 2021b; hooks, 2017) e da Leitura crítica e formação leitora crítica (CORADIM, 2008; BRAHIM, 2007). O suporte metodológico é a pesquisa-ação (THIOLLENT, 2006, 2011) que se deu a partir de um projeto de leitura intitulado: Aprendendo a ser Junco. O material empírico produzido deriva dos encontros do projeto de leitura com interações gravadas em áudio, atividades escritas de problematizações sobre os temas e fichas de leitura do livro paradidático construídos pelos/as participantes da pesquisa. Os resultados indicam que as manutenções dos poderes hegemônicos estão continuamente presentes nas relações sociais, em especial na escola e nas instituições familiares e religiosas. Contudo, as problematizações sobre temas de diversidade racial, gênero, sexual e família geraram nos/as participantes pontos de reflexão sobre suas ações, que podem contribuir (ou não) para desestruturação das práticas dominadoras, por meio da linguagem.