Sobrescritos barrocos : a composição estética de documentos da Capitania de Goiás - século XVIII

• Autor(a) principal: Bernardes, Mariana de Sousa
• Data de Publicação: 2017
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações da UEG
• Texto Completo: http://www.bdtd.ueg.br/handle/tede/1024
• topic: História cultural; Goiás; Irmandades; Caligrafia; Estética; Barroco; Cultural history; Goiás; Brotherhoods; Calligraphy; Aesthetics; Baroque; CIENCIAS HUMANAS::HISTORIA; CIENCIAS HUMANAS::SOCIOLOGIA

A presente pesquisa aborda a composição estética dos livros de irmandades religiosas e dos documentos administrativos da capitania de Goiás no século XVIII, os quais possuem ornamentos caligráficos, iluminuras e ilustrações. A seleção das fontes delimitou três compromissos de irmandades do arraial de Cocal, região norte da capitania e um compromisso de Vila Boa, sede administrativa do governo. E, dos manuscritos oficiais, extraídos do Arquivo Ultramarino, há os mapas de rendimento concernentes ao período dos três primeiros capitães-gerais, após o desmembramento entre Goiás e São Paulo. A fundamentação a partir de categoria estética se justifica por entender estes escritos adornados como representações dos processos de tradução cultural de um projeto de civilização orquestrado pelo império português às circunstâncias do território, o Cerrado. A proposta dessa perspectiva histórico-cultural visa à exposição de aspectos do Antigo Regime e da escrita ocidental e das expressões barrocas compreendidas na materialidade dos textos e na sensibilidade dos contextos pertencentes à sociedade colonial goiana. O panorama historiográfico trata das relações de conflitos interétnicos, dos problemas na implantação das escolas régias, das práticas sociais e religiosas, por exemplo, a organização urbana dos povoados e da igreja católica. Neste trabalho, foram utilizados os instrumentos conceituais relativos ao barroco, de Walter Benjamin, sobre alegoria e imagem-escrita e, de Vilém Flusser, sobre a autenticidade em traduções culturais. Quanto ao aspecto sociológico, se destaca Gilberto Freyre com o orientalismo e o sadismo na formação brasileira; e Norbet Elias com o autocontrole nas sociedades de corte; e Sérgio Buarque com os tipos ideais. Todos estes autores corroboram para a estrutura hipotética da pesquisa sobre esta sociedade que primava pelas manifestações de pensamento imediato, valentia e medo em detrimento dos pensamentos abstratos, erudição e caligrafia.