Geografia da violência contra mulheres : espacialização da violência contra mulheres no município de Goiás/GO 2018 a 2023

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Souza, Leticia Garces de
Data de Publicação: 2024
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações da UEG
Texto Completo: http://www.bdtd.ueg.br/handle/tede/1537
Resumo: O presente estudo, realizado no âmbito do programa de pós-graduação em Geografia, da Universidade Estadual de Goiás - UEG, Campus Cora Coralina, analisou a espacialização da violência contra mulheres no município de Goiás/GO, durante o período de 2018 a 2023. Adotou-se uma ótica interdisciplinar de abordagem sobre a possibilidade do corpo feminino, o corpo como espaço, em sua multiplicidade, como categoria de análise, parte de um olhar feminista da geografia, para compreender a produção e reprodução do espaço e sua relação com a violência contra mulheres, analisando os espaços diversos que são permitidos e negados e onde ocorrem as violências. Fez-se uso da pesquisa bibliográfica e documental sobre o tema, por uma abordagem que parte de discussões pós-estruturalistas e, consequentemente, pelo feminismo decolonial, uma opção epistemológica e ontológica, compreendendo o espaço geográfico relacionado à escala dos corpos das mulheres, o “corpo-mulheres” e sua relação com a violência. A restrição do espaço social ou político, configurando em mais uma engrenagem de manutenção da opressão e violência, uma vez que o sistema cisheteropatriarcal invisibiliza a luta e conquista de mulheres. A desigualdade e consequente violência de gênero perpetrada por esse sistema se apresenta nas raízes das violações de direitos, das opressões e violências contra as mulheres. Apresentamos os dados gerais a nível nacional e estadual, exibidos no relatório produzido pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP, 2023). As informações basilares da análise principal, de acordo com o recorte proposto, partiram do Observatório da Secretaria de Estado da Segurança Pública de Goiás – OSSPGO (GOIÁS, 2023), como complemento e contraponto, utilizou ainda os dados obtidos junto ao Centro Especializado de Atenção à Mulheres – CEAM de Goiás/GO (CEAM 2023), os dados revelam que a desigualdade estruturada e estruturante do cisheteropatriarcado, enraizada nas interseções de gênero e raça, produzem e reproduzem violências e permeia os espaços público e privado, naturalizando papéis performativos de vítima e agressor. A subnotificação da violência, especialmente nos espaços rurais, revela a urgência de uma análise mais aprofundada e de medidas políticas e sociais que enfrentem de maneira efetiva as raízes sistêmicas da violência de gênero. Nesse sentido, é imperativo não apenas reconhecer a violência como uma questão estrutural, mas também promover uma mudança radical nas estruturas de poder e nos discursos dominantes que perpetuam a opressão sobre os corpos-mulheres.
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Fez-se uso da pesquisa bibliográfica e documental sobre o tema, por uma abordagem que parte de discussões pós-estruturalistas e, consequentemente, pelo feminismo decolonial, uma opção epistemológica e ontológica, compreendendo o espaço geográfico relacionado à escala dos corpos das mulheres, o “corpo-mulheres” e sua relação com a violência. A restrição do espaço social ou político, configurando em mais uma engrenagem de manutenção da opressão e violência, uma vez que o sistema cisheteropatriarcal invisibiliza a luta e conquista de mulheres. A desigualdade e consequente violência de gênero perpetrada por esse sistema se apresenta nas raízes das violações de direitos, das opressões e violências contra as mulheres. Apresentamos os dados gerais a nível nacional e estadual, exibidos no relatório produzido pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP, 2023). As informações basilares da análise principal, de acordo com o recorte proposto, partiram do Observatório da Secretaria de Estado da Segurança Pública de Goiás – OSSPGO (GOIÁS, 2023), como complemento e contraponto, utilizou ainda os dados obtidos junto ao Centro Especializado de Atenção à Mulheres – CEAM de Goiás/GO (CEAM 2023), os dados revelam que a desigualdade estruturada e estruturante do cisheteropatriarcado, enraizada nas interseções de gênero e raça, produzem e reproduzem violências e permeia os espaços público e privado, naturalizando papéis performativos de vítima e agressor. A subnotificação da violência, especialmente nos espaços rurais, revela a urgência de uma análise mais aprofundada e de medidas políticas e sociais que enfrentem de maneira efetiva as raízes sistêmicas da violência de gênero. Nesse sentido, é imperativo não apenas reconhecer a violência como uma questão estrutural, mas também promover uma mudança radical nas estruturas de poder e nos discursos dominantes que perpetuam a opressão sobre os corpos-mulheres.The present study, conducted within the framework of the geography postgraduate program at the State University of Goiás - UEG, Cora Coralina Campus, analyzed the spatialization of violence against women in the municipality of Goiás/GO, during the period from 2018 to 2023. An interdisciplinary perspective was adopted to approach the possibility of the female body, the body as space, in its multiplicity, as a category of analysis, stemming from a feminist perspective within geography, aiming to understand the production and reproduction of space and its relationship with violence against women, examining the various spaces that are permitted and denied and where violence occurs. Bibliographic and documentary research on the topic was conducted, drawing from a post-structuralist and decolonial feminist approach, an epistemological and ontological option, intending to comprehend the geographical space related to the scale of women's bodies, the "women's body," and its relation to violence. The restriction of social or political space constitutes another cog in the maintenance of oppression and violence, as the cisheteropatriarchal system invisibilizes the struggle and achievements of women. The inequality and consequent gender-based violence perpetrated by this system lie at the root of rights violations, oppressions, and violence against women. General data at the national and state levels were presented, as displayed in the report produced by the Brazilian Forum on Public Security (FBSP, 2023). The foundational information of the main analysis, according to the proposed scope, originated from the Observatory of the State Secretariat of Public Security of Goiás - OSSPGO (GOIÁS, 2023), and as a complement and counterpoint, data obtained from the Specialized Center for Women's Care - CEAM of Goiás/GO (CEAM 2023) were used. The data reveal that the structured and structuring inequality of cisheteropatriarchy, rooted in the intersections of gender and race, produce, and reproduce violence and permeate both public and private spaces, naturalizing performative roles of victim and aggressor. The underreporting of violence, especially in rural areas, underscores the urgency of a more in-depth analysis and of political and social measures that effectively address the systemic roots of gender-based violence. In this sense, it is imperative not only to recognize violence as a structural issue but also to promote a radical change in power structures and dominant discourses that perpetuate oppression against women's bodies.Universidade Estadual de GoiásUEG ::Coordenação de Mestrado em GeografiaBrasilUEGPrograma de Pós-graduação Stricto sensu em GeografiaSilva, Edson Batista dahttps://orcid.org/0000-0002-8898-6470http://lattes.cnpq.br/2645504830222270Souza, Lorena Francisco dehttps://orcid.org/0000-0002-5300-5046http://lattes.cnpq.br/3662610483618187Silva, Edson Batista daSouza, Lorena Francisco deSalgado, Tathiana RodriguesSousa, Alemar Moreira deSouza, Leticia Garces de2024-06-19T18:15:56Z2024-04-12info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfSOUZA, Leticia Garces de. Geografia da violência contra mulheres: espacialização da violência contra mulheres no município de Goiás/GO 2018 a 2023. 2024. 164 f. 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