Variação pronominal de primeira pessoa do plural: "nós" e "a gente" na Cidade de Goiás

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Ribeiro, Luciana Cristina de Sousa
Data de Publicação: 2019
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações da UEG
Texto Completo: http://www.bdtd.ueg.br/handle/tede/778
Resumo: A variação dos pronomes-sujeito nós e a gente já foi objeto de estudo de várias pesquisas de cunho variacionista no âmbito do Português Brasileiro (doravante PB) (LOPES, 1998, 2003a, 2003b, 2004, 2007; RUBIO, 2011; SOUZA; BOTASSINI, 2009; ZILLES, 2007 e outras), especialmente por terem verificado a inserção da forma a gente figurando como alternativa a nós. O estudo está centrado na teoria da Sociolinguística Variacionista Laboviana (LABOV, 2008; WEINREICH; LABOV; HERZOG, 2006), bem como nos pressupostos acerca da gramaticalização clássica, com intuito de compreender o processo de cristalização do substantivo gente até a forma pronominal a gente, pautando-se, ainda, nos estudos de variação de ambas as variantes (CASTILHO, 1997, 2016; LOPES, 1998, 2003a, 2003b, 2004; VIANNA; LOPES, 2015, dentre outros). Partindo dessa temática, a presente pesquisa pretende investigar a variação pronominal de primeira pessoa do plural na comunidade de fala da Cidade de Goiás, objetivando compreender a influência dos aspectos linguísticos e sociais no uso das formas. Para a análise, foram selecionados vinte e quatro informantes, de duas amostras diferentes, estratificados por sexo e faixa etária. Doze entrevistas foram extraídas do banco de dados do Grupo de Estudos Funcionalistas (GEF/UFG), da Universidade Federal de Goiás, do seguinte modo: 6 informantes de cada sexo (3 em cada perfil etário), divididos em duas faixas etárias (25 a 43 anos e 44 anos acima); e outras doze entrevistas realizadas recentemente, constituindo o banco de dados Sociolinco, vinculado ao Grupo de Estudos e Pesquisas em Sociolinguística da Universidade Estadual de Goiás, Câmpus Cora Coralina, também com 6 informantes de cada sexo (3 em cada perfil etário), com faixa etária entre 25 e 40 anos e 41 a 60 anos. Os informantes, em sua maioria, são nascidos na cidade ou vieram residir no local com até 2 anos de idade e têm entre zero e quatro anos de escolaridade. Com o auxílio do programa GoldVarb X, os dados foram tratados estatisticamente. Para tanto, optou-se por realizar três rodadas principais: a primeira, com a junção de todos os dados (Corpus GEF/UFG e Sociolinco). Em seguida, foram realizadas mais duas rodadas, uma para cada amostra em separado, realizando, assim, uma análise em tempo real, a partir de um estudo de tendência (trend study). Desse modo, os resultados apontaram duas situações diversas: no primeiro Corpus, constituído com as entrevistas do GEF/UFG, o uso de nós é mais frequente. Já nos dados obtidos nas entrevistas do Sociolinco, o pronome a gente se sobressai. Em razão disso, pode-se aventar que, assim como no PB, a forma pronominal a gente, no âmbito da fala dos vilaboenses, encontra-se em um processo de mudança linguística, o que não faz com que nós esteja caindo em desuso, o que configura uma variação estável.
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O estudo está centrado na teoria da Sociolinguística Variacionista Laboviana (LABOV, 2008; WEINREICH; LABOV; HERZOG, 2006), bem como nos pressupostos acerca da gramaticalização clássica, com intuito de compreender o processo de cristalização do substantivo gente até a forma pronominal a gente, pautando-se, ainda, nos estudos de variação de ambas as variantes (CASTILHO, 1997, 2016; LOPES, 1998, 2003a, 2003b, 2004; VIANNA; LOPES, 2015, dentre outros). Partindo dessa temática, a presente pesquisa pretende investigar a variação pronominal de primeira pessoa do plural na comunidade de fala da Cidade de Goiás, objetivando compreender a influência dos aspectos linguísticos e sociais no uso das formas. Para a análise, foram selecionados vinte e quatro informantes, de duas amostras diferentes, estratificados por sexo e faixa etária. Doze entrevistas foram extraídas do banco de dados do Grupo de Estudos Funcionalistas (GEF/UFG), da Universidade Federal de Goiás, do seguinte modo: 6 informantes de cada sexo (3 em cada perfil etário), divididos em duas faixas etárias (25 a 43 anos e 44 anos acima); e outras doze entrevistas realizadas recentemente, constituindo o banco de dados Sociolinco, vinculado ao Grupo de Estudos e Pesquisas em Sociolinguística da Universidade Estadual de Goiás, Câmpus Cora Coralina, também com 6 informantes de cada sexo (3 em cada perfil etário), com faixa etária entre 25 e 40 anos e 41 a 60 anos. Os informantes, em sua maioria, são nascidos na cidade ou vieram residir no local com até 2 anos de idade e têm entre zero e quatro anos de escolaridade. Com o auxílio do programa GoldVarb X, os dados foram tratados estatisticamente. Para tanto, optou-se por realizar três rodadas principais: a primeira, com a junção de todos os dados (Corpus GEF/UFG e Sociolinco). Em seguida, foram realizadas mais duas rodadas, uma para cada amostra em separado, realizando, assim, uma análise em tempo real, a partir de um estudo de tendência (trend study). Desse modo, os resultados apontaram duas situações diversas: no primeiro Corpus, constituído com as entrevistas do GEF/UFG, o uso de nós é mais frequente. Já nos dados obtidos nas entrevistas do Sociolinco, o pronome a gente se sobressai. Em razão disso, pode-se aventar que, assim como no PB, a forma pronominal a gente, no âmbito da fala dos vilaboenses, encontra-se em um processo de mudança linguística, o que não faz com que nós esteja caindo em desuso, o que configura uma variação estável.The subject pronoun variation nós and a gente has already been studied by many variationist researchers in the area of Brazilian Portuguese (henceforth BP) (LOPES, 1998, 2003a, 2003b, 2004, 2007; RUBIO, 2011; SOUZA; BOTASSINI, 2009; ZILLES, 2007 among others) specially for having verified the insertion of the form a gente as a substitute for we. This study is based on the theory of Labov’s Variationist Sociolinguistics (LABOV, 2008; WEINREICH; LABOV; HERZOG, 2006), as well as on the assumptions about classical grammaticalization with the goal to understand the crystallization process of the noun gente until the pronominal form a gente, still based on studies of variation of both forms, (CASTILHO, 1997, 2016; LOPES, 1998, 2003a, 2003b, 2004; VIANNA; LOPES, 2015, among others). Based on this theme, the present research intends to investigate the first person plural pronominal variation in the speech community of the town of Goiás, aiming at understanding the influence of linguistic and social aspects in the use the forms. For the analysis, twenty-four informants, of two different samples, stratified by gender and age group, were selected. Twelve interviews were extracted from the database of the Functionalist Studies Group (GEF / UFG), Federal University of Goiás, as follows: 6 informants of each sex (3 in each age profile), divided into two age groups (25 to 43 years and 44 years and above); and other 12 interviews were recently conducted, constituting the Sociolinco database, linked to the Study and Research Group on Sociolinguistics of the State University of Goiás, Campus Cora Coralina, also with 6 informants of each gender (3 in each age profile), with ages between 25 and 40 years and 41 and 60 years. Most informants are born in the town or came to live in the place up to 2 years of age and have between zero and four years of schooling. With the aid of the GoldVarb X program, the data were treated statistically. For this, it was decided to perform three main rounds: the first, with the joining of all data (Corpus GEF/UFG and Sociolinco). Then, two more rounds were performed, one for each separate sample, thus performing a real-time analysis, based on a trend study. Thus, the results pointed to two different situations: in the first corpus, constituted with the GEF/UFG interviews, the use of nós is more frequent. While in the data obtained in the Sociolinco interviews, the pronoun a gente stands out. For this reason, it may be pointed out that, just as in BP, the pronominal form a gente, in the context of the vilaboense speech, is in a process of linguistic change, which does not cause nós to fall into disuse, which configure it as a stable variation.Universidade Estadual de GoiásUEG ::Coordenação de Mestrado em Língua, Literatura e InterculturalidadeBrasilUEGPrograma de Pós-Graduação Strito sensu em Língua, Literatura e Interculturalidade (POSLLI)Vieira, Marília Silvahttp://lattes.cnpq.br/2253650419657216Vieira, Marília Silvahttp://lattes.cnpq.br/2253650419657216Gonçalves, Sebastião Carlos Leitehttp://lattes.cnpq.br/0773948914322209Silva, Eduardo Batista dahttp://lattes.cnpq.br/3593397842632763Ribeiro, Luciana Cristina de Sousa2021-08-19T05:55:23Z2019-11-23info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfRIBEIRO, Luciana Cristina de Sousa. Variação pronominal de primeira pessoa do plural: "nós" e "a gente" na Cidade de Goiás. 2019. 129 f. Dissertação (Mestrado em Língua, Literatura e Interculturalidade) – Câmpus Cora Coralina, Universidade Estadual de Goiás, Goiás, GO, 2020.http://www.bdtd.ueg.br/handle/tede/778porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações da UEGinstname:Universidade Estadual de Goiás (UEG)instacron:UEG2021-08-19T05:55:23Zoai:tede2:tede/778Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://www.bdtd.ueg.br/PUBhttps://www.bdtd.ueg.br/oai/requestbibliotecaunucet@ueg.br||opendoar:2021-08-19T05:55:23Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações da UEG - Universidade Estadual de Goiás (UEG)false
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