Diversidade fitoplanctônica: o papel de mudanças na dinâmica de uso em veredas e riachos

• Autor(a) principal: Souza, João Paulo Francisco de
• Data de Publicação: 2018
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações da UEG
• Texto Completo: http://www.bdtd.ueg.br/handle/tede/355
• topic: Conservação; Diversidade; Veredas; Riachos; Traços; SEM; Conservation; Diversity; Palm swamps; Headwaters; Traits; SEM; CONSERVACAO DA NATUREZA::CONSERVACAO DE BACIAS HIDROGRAFICAS

Compreender como as comunidades são distribuídas no espaço e tempo é um dos temas mais estudados em ecologia. Além disso, diante das intensas ações antropogênicas na natureza, é de interesse do ecólogo entender como as diferentes espécies respondem a esses distúrbios. Um dos principais impactos que está mudando a paisagem natural é o uso da terra para agricultura, pecuária e habitação. Os diferentes usos da terra afetam ecossistemas terrestres e aquáticos moldando esses habitats e a distribuição dos organismos nesses sistemas. Nosso objetivo principal foi testar se há relação entre o uso da terra, condições físico-químicas da água e variáveis espaciais e analisar como elas atuam sobre a diversidade taxonômica e funcional do fitoplâncton em riachos de cabeceira e de veredas. Nós hipotetizamos que (i) o uso da terra tem efeito direto e significativo sobre as características limnológicas; (ii) o uso da terra e as variáveis limnológicas são estruturadas espacialmente e (iii) somente as variáveis ambientais (uso da terra e limnológicas) atuam sobre os índices de biodiversidade sendo essas não estruturados espacialmente. As amostragens foram realizadas em 41 habitats (rios de cabeceira e veredas) do bioma Cerrado durante a estação de seca de 2016 e 2017. Para estimar a diversidade taxonômica usamos riqueza de espécies, densidade, índice de Shannon-Wiener e biovolume. A riqueza funcional (FRic), dispersão funcional (FDis), uniformidade funcional (FEve) e a média ponderada dos traços da comunidade (CWM) foram utilizados para medir a diversidade funcional. Construímos um modelo de equação estrutural (SEM) para avaliar os efeitos diretos e indiretos nas variáveis abióticas (limnológicas, uso do solo e espaciais) e o efeito delas nas variáveis bióticas (índices de diversidade taxonômica e funcional). Entre as variáveis de uso da terra, apenas a mudança anual do uso da terra, foi selecionada no modelo, enquanto a condutividade foi a única selecionada entre as variáveis limnológicas. Em geral, o uso da terra foi estruturado espacialmente enquanto que o limnológico e o biológico não foram afetados diretamente pelo espaço, porém a diversidade foi indiretamente afetada pelo espaço por meio da mudança de uso do solo. Da mesma forma, o uso do solo também não teve impacto detectado nas variáveis limnológicas. O modelo de estruturado explicou a maior parte da variável taxonômica (r2adj = 0,8) e funcional (r2adj = 0,78). No entanto, a mudança de uso da terra representou a maior parte dessa variação deixando de lado as variáveis espaciais e limnológicas. Nossos resultados destacam a importância das variáveis de uso da terra, especialmente as mudanças no uso de um ano para outro, tenham repercussão na diversidade, afetando a diversidade taxonômica e funcional do fitoplâncton.