Efeito de borda em ecossistemas nativos e plantações de eucalipto sobre dinâmica do carbono no solo

• Autor(a) principal: Sousa, Ane Gabriele Vaz
• Data de Publicação: 2021
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações da UEG
• Texto Completo: http://www.bdtd.ueg.br/handle/tede/579
• topic: Florestas Estacionais; Carbono microbiano; matéria orgânica; Gradiente de distância da borda.; Seasonal Forests; Microbial carbon; organic matter; Edge distance gradient; CIENCIAS AGRARIAS

Para reduzir o aquecimento global, é necessário a busca por estratégias cuja finalidade seja à mitigação das emissões desses gases e sua absorção. Assim como as florestas são sumidouros de carbono, a microbiota também está envolvida com o armazenamento de carbono no solo. Todavia em consequência das atividades antrópicas as florestas são reduzidas muitas vezes a fragmentos, estes ficam sujeitos fortemente ao efeito de borda, recebendo muita pressão dos fatores externos afetando seu funcionamento. Deste modo, o objetivo do trabalho foi avaliar mudanças do estoque de carbono orgânico e microbiano assim como o microclima ao longo da borda de seis fragmentos florestais. Para a avaliação foram feitos estudos em dois diferentes sistemas florestais, sendo três fragmentos de floresta estacional semidecidual do Cerrado e três de florestas plantadas de Eucalyptus spp. localizadas na região sudeste de Goiás, Brasil O delineamento experimental de blocos ao acaso com parcelas subdivididas, sendo cada floresta um bloco diferente, os transectos representando as parcelas, e as subdivisões correspondem aos gradientes de distância borda/interior. Cada fragmento contou com três transectos de 100 metros cada, com dez parcelas formando um gradiente de distancias da borda a cada 10 metros, as parcelas contêm dimensão de 10 x 10 m. As variáveis de solo e microbiológicas testadas foram: carbono da biomassa microbiana (CBM), respiração microbiana (RM), quociente metabólico (qCO2), carbono orgânico total, quociente microbiano (qMIC %), matéria orgânica (MO) do solo e umidade gravimétrica do solo (Ug%). As variáveis microclimáticas aferidas foram: umidade relativa do ar (%); temperatura (°C), vento (km/h), luz (luz lux). Testou-se o efeito das distancias por meio de uma regressão. Para correlação entre todas as variáveis foi feita correlação e por fim uma análise de componentes principais (PCA). Os dois ambientes são significativamente diferentes, sendo que as FES são maiores sumidouros de carbono, assim como possuem um equilíbrio dinâmico maior por conta da biodiversidade presente. Quanto ao efeito dos fatores externos no interior dos fragmentos, observa grande influência principalmente no microclima local. Mas também é notada a ação sobre os microrganismos do solo. Foi observada ação do gradiente de distância da borda para as variáveis microbiológicas e microclimáticas analisadas, para das florestas estacionais semideciduais (FES). Já as florestas de eucalipto não responderam do mesmo modo que as florestas nativas, uma vez que as variáveis estudadas foram pouco afetadas pelo efeito de borda. A pesquisa mostra que quanto ao armazenamento de carbono no solo e ação da microbiota, os dois tipos de florestas respondem de modo distinto. Sendo que as FES armazenaram mais carbono e foram mais afetadas pela distancia da borda que o eucalipto, isto pode estar relacionado com a hominização do ambiente do eucalipto. Para tal e necessário a realização de mais pesquisas sobre o tema para melhor elucidar os resultados do presente estudo.