O processo de mudança do tratamento da lepra no Paraná (1950-1986) : representações e práticas
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2024 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UEL |
Texto Completo: | https://repositorio.uel.br/handle/123456789/16809 |
Resumo: | Resumo: Ao final do século XIX e a partir da Primeira República brasileira, o discurso médico fora muito requisitado para atender, sobretudo, à ideologia republicana de Ordem e Progresso Neste momento, diante das dificuldades encontradas para a profilaxia e tratamento de doenças como a lepra e também das dúvidas sobre as formas de con-tágio, construiu-se um discurso coerente à necessidade de separar os doentes da sociedade sadia A partir da década de 193 foram construídos inúmeros leprosá-rios, locais de segregação, mas também abrigos da grande maioria dos acometidos pela lepra Na segunda metade do século XX, a descoberta das Sulfonas surgira como possibilidade de cura e melhora no tratamento dos doentes, no entanto, o iso-lamento compulsório permanecera como política de profilaxia e tratamento da doen-ça até os anos 196 Considerado tal arcabouço histórico, a presente pesquisa obje-tiva analisar as discussões que impulsionaram o processo de desinstitucionalização do tratamento baseado no isolamento compulsório dos doentes de lepra (especifi-camente no estado do Paraná), bem como a institucionalização de um novo trata-mento entre os anos 195 e 1986 A metodologia utilizada consistiu no levantamento de fontes primárias escritas e bibliografias específicas da área de História e Medicina, sendo estas Leis e Decretos, jornais e os periódicos da área médica “Publicações do CELSA” e “Hansenologia Internationalis” e em fundamentação teórica com base nos trabalhos de autores como Berger, Costa, Cabral, Elias, Goffman, Luckmann, Olinto, Schneider, entre outros Os resultados obtidos demonstram que o discurso coerente à necessidade de isolar os doentes nos chamados leprosários fora muito reforçado até os anos 6, quando, no meio médico e político, notou-se a ineficácia da prática - visto os ônus econômicos e o medo propagado pelo estigma atribuído a doença, reforçado pelo isolamento Deste modo, a experiência com o uso das sulfonas e o desenvolvimento de intensos debates no meio médico, culminaram no lento estabelecimento de ações contra-estigmatizantes, resultantes em um tratamento mais humanizados e em possibilidades de altas e curas Tais resultados reforçaram a necessidade das mudanças no discurso e nas políticas do Estado e refletiram, nas décadas seguintes, em questões como: a mudança na nomenclatura da doença de lepra à hanseníase; a especialização e capacitação de profissionais para atendimento aos doentes; maior número de pesquisas sobre a doença – considerando, além da Medicina, a Psicologia e as Ciências Humanas – e o desenvolvimento de campanhas de conscientização sobre características e tratamento da doença, bem como a busca da reinserção dos indivíduos diagnosticados no convívio da soci-edade e de suas próprias famílias |
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O processo de mudança do tratamento da lepra no Paraná (1950-1986) : representações e práticasHistória socialMedicina institucionalizadaHanseníase1950-1986ParanáSocial historyLeprosyParaná - 1950-1986Resumo: Ao final do século XIX e a partir da Primeira República brasileira, o discurso médico fora muito requisitado para atender, sobretudo, à ideologia republicana de Ordem e Progresso Neste momento, diante das dificuldades encontradas para a profilaxia e tratamento de doenças como a lepra e também das dúvidas sobre as formas de con-tágio, construiu-se um discurso coerente à necessidade de separar os doentes da sociedade sadia A partir da década de 193 foram construídos inúmeros leprosá-rios, locais de segregação, mas também abrigos da grande maioria dos acometidos pela lepra Na segunda metade do século XX, a descoberta das Sulfonas surgira como possibilidade de cura e melhora no tratamento dos doentes, no entanto, o iso-lamento compulsório permanecera como política de profilaxia e tratamento da doen-ça até os anos 196 Considerado tal arcabouço histórico, a presente pesquisa obje-tiva analisar as discussões que impulsionaram o processo de desinstitucionalização do tratamento baseado no isolamento compulsório dos doentes de lepra (especifi-camente no estado do Paraná), bem como a institucionalização de um novo trata-mento entre os anos 195 e 1986 A metodologia utilizada consistiu no levantamento de fontes primárias escritas e bibliografias específicas da área de História e Medicina, sendo estas Leis e Decretos, jornais e os periódicos da área médica “Publicações do CELSA” e “Hansenologia Internationalis” e em fundamentação teórica com base nos trabalhos de autores como Berger, Costa, Cabral, Elias, Goffman, Luckmann, Olinto, Schneider, entre outros Os resultados obtidos demonstram que o discurso coerente à necessidade de isolar os doentes nos chamados leprosários fora muito reforçado até os anos 6, quando, no meio médico e político, notou-se a ineficácia da prática - visto os ônus econômicos e o medo propagado pelo estigma atribuído a doença, reforçado pelo isolamento Deste modo, a experiência com o uso das sulfonas e o desenvolvimento de intensos debates no meio médico, culminaram no lento estabelecimento de ações contra-estigmatizantes, resultantes em um tratamento mais humanizados e em possibilidades de altas e curas Tais resultados reforçaram a necessidade das mudanças no discurso e nas políticas do Estado e refletiram, nas décadas seguintes, em questões como: a mudança na nomenclatura da doença de lepra à hanseníase; a especialização e capacitação de profissionais para atendimento aos doentes; maior número de pesquisas sobre a doença – considerando, além da Medicina, a Psicologia e as Ciências Humanas – e o desenvolvimento de campanhas de conscientização sobre características e tratamento da doença, bem como a busca da reinserção dos indivíduos diagnosticados no convívio da soci-edade e de suas próprias famíliasDissertação (Mestrado em História Social) - Universidade Estadual de Londrina, Centro de Letras e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em História SocialAbstract: At the end of the nineteenth century and after the First Brazilian Republic, the medi-cal discourse was much in demand to attend, above all, to the republican ideology of Order and Progress At this moment, faced with the difficulties encountered for the prophylaxis and treatment of diseases such as leprosy and also the doubts about the forms of contagion, a coherent discourse was built up to the need to separate the patients from the healthy society From the 193s onwards, numerous leprosariums were built, places of segregation, but also shelters of the vast majority of those affected by leprosy In the second half of the 2th century, the discovery of Sulfones had emerged as a possibility of cure and improvement in the treatment of patients, however, compulsory isolation had remained a policy of prophylaxis and treatment of the disease until the 196s Considering this historical framework, the present This study aims to analyze the discussions that led to the process of deinstitutionalization of treatment based on the compulsory isolation of leprosy patients (specifically in the state of Paraná), as well as the institutionalization of a new treatment between the years 195 and 1986 The methodology used consisted of the collection of primary written sources and specific bibliographies of the area of History and Medicine, being these Laws and Decrees, newspapers and medical journals "Publications of CELSA" and "Hansenologia Internationalis" and theoretical basis based on the works by authors like Berger, Costa, Cabral, Elias, Goffman, Luckmann, Olinto, Schneider, among others The results show that the coherent discourse on the need to isolate patients in the so-called leprosariums was greatly reinforced until the 196s, when, in medical and political circles, the practice was ineffective - given the economic burden and fear propagated by the stigma attributed to disease, reinforced by isolation Thus, the experience with the use of sulfones and the development of intense debates in the medical environment, culminated in the slow establishment of counter-stigmatizing actions, resulting in a more humanized treatment and possibilities of discharge and cures These results reinforced the need for changes in state discourse and policies and reflected, in the following decades, on issues such as: the change in the nomenclature from leprosy to leprosy; the specialization and training of professionals to care for patients; in addition to Medicine, Psychology and Human Sciences - and the development of awareness campaigns about the characteristics and treatment of the disease, as well as the search for the reintegration of the diagnosed individuals in the society and their own familiesRolim, Rivail Carvalho [Orientador]Olinto, Beatriz AnselmoFerraz, Francisco César AlvesStabelini, Thaysa Lauara Loiola2024-05-01T15:15:02Z2024-05-01T15:15:02Z2019.0026.04.2019info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttps://repositorio.uel.br/handle/123456789/16809porMestradoHistória SocialCentro de Letras e Ciências HumanasPrograma de Pós-Graduação em História SocialLondrinareponame:Repositório Institucional da UELinstname:Universidade Estadual de Londrina (UEL)instacron:UELinfo:eu-repo/semantics/openAccess2024-07-12T04:19:52Zoai:repositorio.uel.br:123456789/16809Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.bibliotecadigital.uel.br/PUBhttp://www.bibliotecadigital.uel.br/OAI/oai2.phpbcuel@uel.br||opendoar:2024-07-12T04:19:52Repositório Institucional da UEL - Universidade Estadual de Londrina (UEL)false |
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