A representatividade do Sistema Estadual de Unidades de Conservação do Estado do Paraná

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Raquel Fila Vicente
Data de Publicação: 2006
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UEL
Texto Completo: http://www.bibliotecadigital.uel.br/document/?code=vtls000135428
Resumo: Apesar do estado do Paraná ter variadas condições ecológicas e, consequentemente, diversificadas formações vegetacionais, o atual Sistema Estadual de Unidades de Conservação não foi instituído levando em consideração estes aspectos. Usando análises de SIG (Sistema de Informações Geográficas) e caracterização da diversidade da paisagem vegetal, objetivando fornecer subsídios para planejamento de conservação, concluímos que as formações vegetacionais não estão adequadamente representadas. Também, considerando a necessidade de contribuir com os objetivos propostos na Convenção da Diversidade Biológica, analisamos a efetividade da proteção através da quantidade de Unidades de Conservação (UC) e do seu tamanho, complementando com análises de SIG e análise direta da qualidade, esta através das áreas consideradas satisfatórias por categoria de UC e por esfera governamental, de acordo com os dados do Programa ICMS Ecológico por Biodiversidade do governo estadual (programa de incentivo financeiro fiscal) conforme avaliação técnicocientífica anual, baseada na efetividade para conservação da biodiversidade, referente à apuração de 2005. Enquanto a Várzea Estacional e as formações da Floresta Ombrófila Densa têm elevada representação, as outras têm pouca ou mínima. A Floresta Ombrófila Mista tem apenas 0,4% de sua área original sob proteção integral, a Floresta Estacional Semidecidual tem 3,3%, o Cerrado tem 0,8% e a Estepe Gramíneo?lenhosa tem 0,4%. Nossos resultados mostraram que a área efetivamente protegida no estado do Paraná, por proteção integral, corresponde somente a 1,9%. A área total protegida corresponde a 10,7% do Estado e a área satisfatória total corresponde a 8,6% incluídas as áreas satisfatórias das Unidades de uso sustentável. São 392 Unidades, e destas, 190 são Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs) (48%), administradas pela iniciativa privada. As UCs municipais de uso sustentável tem o menor percentual de área satisfatória (25%). Como para a criação do Sistema Estadual de Unidades de Conservação não foram adotados critérios ecossistêmicos, que reconhecessem a variedade de habitats e sua interdependência, depreendese que a representação da diversidade biológica paranaense não está sendo eficiente. Nossos resultados sugerem que os esforços de conservação da biodiversidade deveriam ser direcionados para a representação de todas as diferentes formações vegetacionais e ecossistemas associados que ocorrem ao longo de seu território com a finalidade de manutenção do patrimônio natural a longo prazo, especialmente as formações mais ameaçadas, tais como as Florestas Ombrófila Mista Montana e Aluvial, Florestas Estacionais Semideciduais Montana e Aluvial, bem como a Estepe e o Cerrado, que possuem alta percentagem de áreas prioritárias, poucas áreas protegidas e escassos remanescentes, e necessitam de proteção imediata. Esforços para ampliação do número e área das Unidades de Conservação, especialmente de proteção integral, inclusive marinhas, são necessários, além de outras práticas conservacionistas, para salvaguardar a biodiversidade do Estado.
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spelling info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisA representatividade do Sistema Estadual de Unidades de Conservação do Estado do Paraná2006-05-18José Marcelo Domingues Torezan . João Batista Campos Oscar Akio ShibattaRaquel Fila VicenteUniversidade Estadual de Londrina. Centro de Ciências Biológicas. Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas.URLBRApesar do estado do Paraná ter variadas condições ecológicas e, consequentemente, diversificadas formações vegetacionais, o atual Sistema Estadual de Unidades de Conservação não foi instituído levando em consideração estes aspectos. Usando análises de SIG (Sistema de Informações Geográficas) e caracterização da diversidade da paisagem vegetal, objetivando fornecer subsídios para planejamento de conservação, concluímos que as formações vegetacionais não estão adequadamente representadas. Também, considerando a necessidade de contribuir com os objetivos propostos na Convenção da Diversidade Biológica, analisamos a efetividade da proteção através da quantidade de Unidades de Conservação (UC) e do seu tamanho, complementando com análises de SIG e análise direta da qualidade, esta através das áreas consideradas satisfatórias por categoria de UC e por esfera governamental, de acordo com os dados do Programa ICMS Ecológico por Biodiversidade do governo estadual (programa de incentivo financeiro fiscal) conforme avaliação técnicocientífica anual, baseada na efetividade para conservação da biodiversidade, referente à apuração de 2005. Enquanto a Várzea Estacional e as formações da Floresta Ombrófila Densa têm elevada representação, as outras têm pouca ou mínima. A Floresta Ombrófila Mista tem apenas 0,4% de sua área original sob proteção integral, a Floresta Estacional Semidecidual tem 3,3%, o Cerrado tem 0,8% e a Estepe Gramíneo?lenhosa tem 0,4%. Nossos resultados mostraram que a área efetivamente protegida no estado do Paraná, por proteção integral, corresponde somente a 1,9%. A área total protegida corresponde a 10,7% do Estado e a área satisfatória total corresponde a 8,6% incluídas as áreas satisfatórias das Unidades de uso sustentável. São 392 Unidades, e destas, 190 são Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs) (48%), administradas pela iniciativa privada. As UCs municipais de uso sustentável tem o menor percentual de área satisfatória (25%). Como para a criação do Sistema Estadual de Unidades de Conservação não foram adotados critérios ecossistêmicos, que reconhecessem a variedade de habitats e sua interdependência, depreendese que a representação da diversidade biológica paranaense não está sendo eficiente. Nossos resultados sugerem que os esforços de conservação da biodiversidade deveriam ser direcionados para a representação de todas as diferentes formações vegetacionais e ecossistemas associados que ocorrem ao longo de seu território com a finalidade de manutenção do patrimônio natural a longo prazo, especialmente as formações mais ameaçadas, tais como as Florestas Ombrófila Mista Montana e Aluvial, Florestas Estacionais Semideciduais Montana e Aluvial, bem como a Estepe e o Cerrado, que possuem alta percentagem de áreas prioritárias, poucas áreas protegidas e escassos remanescentes, e necessitam de proteção imediata. Esforços para ampliação do número e área das Unidades de Conservação, especialmente de proteção integral, inclusive marinhas, são necessários, além de outras práticas conservacionistas, para salvaguardar a biodiversidade do Estado.In spite of ecological ranges and many vegetation types present in Paraná state, the existing State Conservation Units System (CUS) does not take such diversity into account. Using Geographical Information Systems (GIS) and landscape diversity data, aiming to help building of conservation plans, we find that the overall ecosystem diversity are not adequately represented in CUS. Considering the goal stated in the Convention on Biological Diversity, we evaluated the effectiveness of ecosystem protection through analysis of the number and size of conservation units and using 2005 direct fieldobtained data from an Paraná state program of conservation units annual monitoring. This program is intended to pay incentives to the municipalities where approved conservation units are lying, named ?ICMS Ecológico?. While Seasonal Forest Wetlands appears with a high level of representation, other ecosystems have none or a minimal amount. The Mixed Rain Forest (Araucaria forests) have less than 0.4% of its original cover under integral protection, the Semidecidual Seasonal Forest have 3.3%, Cerrado have 0.8% and South Brazil Subtropical Grasslands have 0.4%. Our results show that the effectively protected area in Paraná state is 1.9%. Total area in conservation units is 10.7% of State area, with 8.6% being considered satisfactory by ICMS Ecológico Program, including ?sustainable use? units. However, municipal conservation units have lower satisfactory area percentage (25%). From 392 conservation units, 190 are private reserves. As long as the CUS was not created using ecosystembased criteria, that recognizes the habitat variability and their interdependence, the fact of the protection of Paraná State biological diversity is not being efficient. Our results suggests that all future conservation efforts must be directed to reach an adequate representation for all ecosystems in the State CUS, specially the most threatened ecosystems, such as Mixed Rain Forests, Seasonal Forests, Cerrado and Subtropical Grasslands, where lies many biologicalrich, high conservation priority sites. Efforts to enlarge the number and the size of the conservation units, along other conservation practices must be adopted, to save Paraná State biodiversity.http://www.bibliotecadigital.uel.br/document/?code=vtls000135428porreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UELinstname:Universidade Estadual de Londrina (UEL)instacron:UELinfo:eu-repo/semantics/openAccess2023-12-11T09:33:22Zoai:uel.br:vtls000135428Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.bibliotecadigital.uel.br/PUBhttp://www.bibliotecadigital.uel.br/OAI/oai2.phpbcuel@uel.br||opendoar:2008-11-26T17:58:56Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UEL - Universidade Estadual de Londrina (UEL)false
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