Polimorfismos genéticos do FOXP3 e CCR5, e níveis plasmáticos de TGFB1 : implicação na patogênese da leucemia linfóide aguda infanto-juvenil

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Oliveira, Carlos Eduardo Coral de
Data de Publicação: 2024
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UEL
Texto Completo: https://repositorio.uel.br/handle/123456789/14844
Resumo: Resumo: A leucemia linfoide aguda (LLA) é a neoplasia maligna mais comum em crianças, se origina a partir de um precursor hematopoiético, acometido para a linhagem de células B ou T, que sofreu uma alteração genética, comprometendo os processos normais de maturação, com bloqueio da diferenciação e estímulo a proliferação da célula transformada O acúmulo de mutações em genes, como aqueles do sistema imune e da regulação do ciclo celular, o desequilíbrio entre a diferenciação e a proliferação das células hematopoiéticas e os efeitos dos fatores de crescimento sobre a leucemogênese podem contribuir para o desenvolvimento e a evolução clínica da LLA As quimiocinas e seus receptores desempenham funções cruciais nas respostas imunes e foram implicadas no desenvolvimento de diferentes doenças e processos patológicos, incluindo o câncer, particularmente regulando o processo de metástase O receptor de quimiocinas CCR5 parece estar envolvido na patogênese do câncer, bem como um polimorfismo deletério em seu gene, denominado CCR5 delta32 foi associado ao risco de desenvolvimento de várias doenças Além disso, o papel das células T regulatórias (Tregs) no câncer tem sido amplamente investigado Envolvidas nos processos de tolerância e imunovigilância, as Tregs são caracterizadas pela expressão nominal do fator de transcrição FOXP3, e são induzidas pela presença de citocinas polarizadoras como o TGFB, IL-1 e IL-35 Tem sido demonstrada elevada presença de Tregs no sangue periférico de indivíduos com leucemia, embora os mecanismos que geram esta elevação não foram completamente elucidados Ainda, a região promotora do gene FOXP3 possui sequências sensíveis a fatores de transcrição ativados pela sinalização via TGFB, e pode apresentar polimorfismos genéticos, os quais foram associados a doenças autoimunes e alguns tipos de câncer Neste contexto, o papel do receptor de quimiocinas CCR5 foi revisado na literatura mundial com vistas a avaliar as implicações deste receptor na imunidade em relação ao microambiente tumoral, sua relação com células T regulatórias, e o envolvimento do polimorfismo rs333 (CCR5 delta32) na susceptibilidade a LLA e seu valor prognóstico para a evolução de risco da doença, em um estudo de associação O CCR5 deve exercer efeito indireto na progressão do câncer, pelo controle das respostas antitumorais, já que sua expressão parece promover o crescimento tumoral e contribuir para a metástase Efeitos descritos de um antagonista para o CCR5 foram capazes de inibir o crescimento tumoral, o que sugere seu uso como um possível alvo terapêutico do câncer Contudo, no estudo de associação caso-controle, o polimorfismo rs333 do CCR5 apresentou distribuição semelhante de genótipos heterozigotos entre o grupo controle e leucêmico, demonstrando não haver implicações deste polimorfismo na susceptibilidade a LLA e na relação ao status de risco da doença Adicionalmente, foram avaliados os polimorfismos rs3761548 e rs2232365 da região promotora do gene FOXP3 entre pacientes com LLA e controles e o possível envolvimento no risco a LLA, inclusive na associação com a evolução clínica dos pacientes As distribuições alélicas e genotípicas foram avaliadas e não houve diferenças significativas entre os grupos controle e leucêmico para os polimorfismos rs3761548 e rs2232365 do gene FOXP3 A presença dos alelos variantes e respectivos genótipos não foi associada à evolução clínica dos pacientes e, portanto, estes polimorfismos não foram considerados fatores de susceptibilidade genética para a LLA Ainda, foi investigada a expressão proteica do fator de crescimento TGFB1, no plasma de pacientes com LLA e controles livres de neoplasia, e buscou-se associar os níveis plasmáticos aos genótipos dos polimorfismos do gene FOXP3 Pacientes leucêmicos apresentaram níveis significativamente reduzidos de TGFB1 (p=7), em comparação aos controles livres de neoplasia Esta redução também foi observada na comparação entre os grupos controle e leucêmico de acordo com os genótipos dos polimorfismos rs3761548 e rs2232365 do gene FOXP3 Indivíduos portadores dos genótipos homozigotos variantes para os dois polimorfismos apresentaram níveis maiores de TGFB1 plasmático, embora diferença significativa tenha sido observada apenas para o polimorfismo rs3761548, no grupo controle Estes resultados reforçam a hipótese da desregulação na via ativada pelo TGFB na LLA, e isto poderia exercer efeitos moduladores na expressão de FOXP3 nas células leucêmicas Finalmente, o presente trabalho sugere que os polimorfismos genéticos da região promotora do FOXP3 e a concentração plasmática do TGFB1 devem estar associados a patogênese da LLA
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implicadas no desenvolvimento de diferentes doenças e processos patológicos, incluindo o câncer, particularmente regulando o processo de metástase O receptor de quimiocinas CCR5 parece estar envolvido na patogênese do câncer, bem como um polimorfismo deletério em seu gene, denominado CCR5 delta32 foi associado ao risco de desenvolvimento de várias doenças Além disso, o papel das células T regulatórias (Tregs) no câncer tem sido amplamente investigado Envolvidas nos processos de tolerância e imunovigilância, as Tregs são caracterizadas pela expressão nominal do fator de transcrição FOXP3, e são induzidas pela presença de citocinas polarizadoras como o TGFB, IL-1 e IL-35 Tem sido demonstrada elevada presença de Tregs no sangue periférico de indivíduos com leucemia, embora os mecanismos que geram esta elevação não foram completamente elucidados Ainda, a região promotora do gene FOXP3 possui sequências sensíveis a fatores de transcrição ativados pela sinalização via TGFB, e pode apresentar polimorfismos genéticos, os quais foram associados a doenças autoimunes e alguns tipos de câncer Neste contexto, o papel do receptor de quimiocinas CCR5 foi revisado na literatura mundial com vistas a avaliar as implicações deste receptor na imunidade em relação ao microambiente tumoral, sua relação com células T regulatórias, e o envolvimento do polimorfismo rs333 (CCR5 delta32) na susceptibilidade a LLA e seu valor prognóstico para a evolução de risco da doença, em um estudo de associação O CCR5 deve exercer efeito indireto na progressão do câncer, pelo controle das respostas antitumorais, já que sua expressão parece promover o crescimento tumoral e contribuir para a metástase Efeitos descritos de um antagonista para o CCR5 foram capazes de inibir o crescimento tumoral, o que sugere seu uso como um possível alvo terapêutico do câncer Contudo, no estudo de associação caso-controle, o polimorfismo rs333 do CCR5 apresentou distribuição semelhante de genótipos heterozigotos entre o grupo controle e leucêmico, demonstrando não haver implicações deste polimorfismo na susceptibilidade a LLA e na relação ao status de risco da doença Adicionalmente, foram avaliados os polimorfismos rs3761548 e rs2232365 da região promotora do gene FOXP3 entre pacientes com LLA e controles e o possível envolvimento no risco a LLA, inclusive na associação com a evolução clínica dos pacientes As distribuições alélicas e genotípicas foram avaliadas e não houve diferenças significativas entre os grupos controle e leucêmico para os polimorfismos rs3761548 e rs2232365 do gene FOXP3 A presença dos alelos variantes e respectivos genótipos não foi associada à evolução clínica dos pacientes e, portanto, estes polimorfismos não foram considerados fatores de susceptibilidade genética para a LLA Ainda, foi investigada a expressão proteica do fator de crescimento TGFB1, no plasma de pacientes com LLA e controles livres de neoplasia, e buscou-se associar os níveis plasmáticos aos genótipos dos polimorfismos do gene FOXP3 Pacientes leucêmicos apresentaram níveis significativamente reduzidos de TGFB1 (p=7), em comparação aos controles livres de neoplasia Esta redução também foi observada na comparação entre os grupos controle e leucêmico de acordo com os genótipos dos polimorfismos rs3761548 e rs2232365 do gene FOXP3 Indivíduos portadores dos genótipos homozigotos variantes para os dois polimorfismos apresentaram níveis maiores de TGFB1 plasmático, embora diferença significativa tenha sido observada apenas para o polimorfismo rs3761548, no grupo controle Estes resultados reforçam a hipótese da desregulação na via ativada pelo TGFB na LLA, e isto poderia exercer efeitos moduladores na expressão de FOXP3 nas células leucêmicas Finalmente, o presente trabalho sugere que os polimorfismos genéticos da região promotora do FOXP3 e a concentração plasmática do TGFB1 devem estar associados a patogênese da LLATese (Doutorado em Patologia Experimental) - Universidade Estadual de Londrina, Centro de Ciências Biológicas, Programa de Pós-Graduação em Patologia ExperimentalAbstract: Acute lymphoblastic leukemia (ALL) is the most common malignant neoplasia in children, which originates from a hematopoietic precursor committed for B or T cell lineage that has undergone a genetic alteration, affecting the normal processes of maturation, disrupting cell differentiation and encouraging proliferation of transformed cell The accumulation of mutations in genes, such as those of the immune system and cell cycle regulation, the imbalance between differentiation and proliferation of hematopoietic cells and the effects of growth factors on leukemogenesis may contribute to the development and clinical course of ALL Chemokines and their receptors play crucial roles in immune responses and have been implicated in the development of different diseases and pathological processes, including cancer, particularly by regulating the process of metastasis The chemokine receptor CCR5 appears to be involved in the pathogenesis of cancer, as well as a deleterious polymorphism in its gene, named CCR5 delta32 was associated with developing risk of several diseases Furthermore, the role of regulatory T cells (Tregs) in cancer has been widely investigated Involved in the processes of tolerance and immunosurveilance, Tregs are characterized by the nominal expression of the transcription factor FOXP3, and are induced by the presence of polarizing cytokines such as TGFB, IL-1 e IL-35 Is has been demonstrated high presence of Treg in peripheral blood of individuals with leukemia, although the mechanisms that produce this increase were not fully elucidated Nonetheless, the promoter region of FOXP3 gene has sensitive sequences to transcription factors activated by TGFB signaling pathway, and may have genetic polymorphisms, which have been linked to autoimmune diseases and some cancers In this context, the role of the chemokine receptor CCR5 has been reviewed in the literature in order to assess the implications of this receptor in immunity against tumor microenvironment, their relationship with regulatory T cells, and the involvement of polymorphism rs333 (CCR5 delta 32) in susceptibility to ALL and its prognostic value for the development of disease risk, in an association study The CCR5 may exert indirect effect on cancer progression, controlling the antitumor reponses, since its expression seems to promote tumor growth and contribute to metastasis Described effects of a CCR5 antagonist have been able to inhibit tumor growth, suggesting its possible use as a therapeutic target for cancer Furthermore, in a case-control association study, rs333 polymorphism of CCR5 showed a similar distribution of heterozygous genotypes between control and leukemic groups, indicating no implications of this polymorphism in susceptibility to ALL and in relation to the risk status of disease Additionally, it had been evaluated rs3761548 and rs2232365 polymorphisms in the promoter region of the FOXP3 gene between patients with ALL and controls and the possible involvement in risk ALL, including association with the clinical outcome of patients The allelic and genotypic frequencies were evaluated and there were no significant differences between the control and leukemic groups for rs3761548 and rs2232365 polymorphisms of the FOXP3 gene The presence of variant alleles and their genotypes was not associated with clinical progression and therefore these polymorphisms were not considered genetic susceptibility factors to ALL Notwithstanding, we investigated the growth factor TGFB1 protein expression in the plasma of patients with ALL and cancer free controls, and aimed to associate genotypes of FOXP3 polymorphisms with plasma TGFB1 levels Leukemic patients showed significantly reduced levels of TGFB1 (p=7) compared to cancer free controls This reduction was also observed in the comparison between the control and leukemic groups according to the genotypes of rs3761548 and rs2232365 polymorphisms of the FOXP3 gene Individuals with the homozygous variant genotypes for both polymorphisms showed higher levels of plasma TGFB1, although a significant difference was observed only for the polymorphism rs3761548 in the control group These results support the hypothesis of deregulation in pathway activated by the TGFB in ALL, and this could operate modulatory effects on the expression of FOXP3 in the leukemic cells Finally, this study suggests that genetic polymorphisms in the promoter region of FOXP3 and TGFB1 plasma levels may be associated with the pathogenesis of ALLWatanabe, Maria Angelica Ehara [Orientador]Perim, Aparecida de LourdesOno, Mário AugustoSuzuki, Karen Brajão de OliveiraTamarozzi, Carolina Batista ArizaGuembarovski, Roberta Losi [Coorientadora]Oliveira, Carlos Eduardo Coral de2024-05-01T14:37:57Z2024-05-01T14:37:57Z2013.0017.12.2013info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttps://repositorio.uel.br/handle/123456789/14844porDoutoradoPatologia ExperimentalCentro de Ciências BiológicasPrograma de Pós-Graduação em Patologia ExperimentalLondrinareponame:Repositório Institucional da UELinstname:Universidade Estadual de Londrina (UEL)instacron:UELinfo:eu-repo/semantics/openAccess2024-07-12T04:19:48Zoai:repositorio.uel.br:123456789/14844Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.bibliotecadigital.uel.br/PUBhttp://www.bibliotecadigital.uel.br/OAI/oai2.phpbcuel@uel.br||opendoar:2024-07-12T04:19:48Repositório Institucional da UEL - Universidade Estadual de Londrina (UEL)false
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