A comunidade como rede de proteção local no cuidado da pessoa idosa : vivências e afetos sobre o cuidar
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2024 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UEL |
Texto Completo: | https://repositorio.uel.br/handle/123456789/9104 |
Resumo: | Resumo: No Brasil há um número crescente de pessoas com 6 anos ou mais, ou seja, consideradas como idosas Devido a isso, proporcionalmente, observa-se também um aumento de pessoal que dependem de cuidados parciais ou integrais conforme o grau de dependência apresentado, demandando, portanto, de cuidadoras(es) Os direitos e políticas que compõem uma institucionalidade de proteção à pessoa idosa se iniciam a partir da Constituição Federal de 1988, na qual, a assistência social destaca-se como importante política pública que busca assegurar a autonomia e cidadania dessa população A Política Nacional de Assistência Social (PNAS) contempla a centralidade da família enquanto lócus de proteção social, a considerando como núcleo social básico de acolhida, autonomia e protagonismo, e tem como eixo estruturante o princípio de matricialidade sociofamiliar Assim, a família é considerada a principal instância de cuidados e proteção, tendo as mulheres como pilar central e maior executora desse papel Nessa direção, há uma transferência de responsabilidade do público (Estado) ao privado (família), tratando o cuidado e o envelhecimento como unidades privadas e individuais Porém, nem sempre a família será sinônimo de proteção como esperam as políticas públicas pois, além de todas as mudanças em relação a composição familiar atual, entendemos que a unidade familial é composta por relações complexas de conflitos, violências e também de desproteções Nesse cenário e, levando em conta a retração protetiva do Estado, a rede de proteção comunitária - podendo ser vizinhos, colegas, membros da mesma instituição religiosa e até líderes comunitários - muitas vezes se incumbe de realizar a função cuidadora de idosos do território Nesse trabalho, buscou-se analisar e se aproximar, por meio, das narrativas das (os) cuidadoras (es) que não possuem laços familiares, o que compreendem sobre o cuidado, as motivações e influências que contribuem para ocupar tal posição, bem como, as ambivalências e ressonâncias que surgem através da execução dessa função Para tanto, foram realizadas entrevistas com cinco cuidadoras e um cuidador que são acompanhados pelo serviço responsável pela Proteção Social Especial para Pessoas com Deficiência, Idosas e suas Famílias no município de Londrina (PR) que foram organizadas e analisadas a partir da proposta de Análise de Conteúdo proposta por Bardin As categorias foram construídas e analisadas a partir das falas das(o) participantes Dentre os resultados identificamos forte influência religiosa em relação ao cuidar, se aproximando de uma noção de prática caritativa, de solidariedade e de ajuda, se afastando, portanto, da noção de proteção social e cuidado enquanto garantia de direitos e dever do Estado Também foi possível observar impactos causados pela pandemia Covid-19 nas práticas e no cotidiano do cuidador, sendo necessário novas adaptações para enfrentar esse contexto Além de destacarmos as várias ressonâncias, sentires e ambivalências presentes na vida dos participantes, demonstrando assim o quão complexo é o cuidar A partir desses debates é possível reconhecer a urgência de tratar o cuidado como tema coletivo e social, tensionando o Estado a cumprir sua função protetiva e não apenas subsidiar o privado nessa empreitada |
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A comunidade como rede de proteção local no cuidado da pessoa idosa : vivências e afetos sobre o cuidarIdososCuidado e higieneEnvelhecimentoAssistência a velhiceIdososElderly - Care and hygieneAgingOld-age assistanceElderly - CaregiversResumo: No Brasil há um número crescente de pessoas com 6 anos ou mais, ou seja, consideradas como idosas Devido a isso, proporcionalmente, observa-se também um aumento de pessoal que dependem de cuidados parciais ou integrais conforme o grau de dependência apresentado, demandando, portanto, de cuidadoras(es) Os direitos e políticas que compõem uma institucionalidade de proteção à pessoa idosa se iniciam a partir da Constituição Federal de 1988, na qual, a assistência social destaca-se como importante política pública que busca assegurar a autonomia e cidadania dessa população A Política Nacional de Assistência Social (PNAS) contempla a centralidade da família enquanto lócus de proteção social, a considerando como núcleo social básico de acolhida, autonomia e protagonismo, e tem como eixo estruturante o princípio de matricialidade sociofamiliar Assim, a família é considerada a principal instância de cuidados e proteção, tendo as mulheres como pilar central e maior executora desse papel Nessa direção, há uma transferência de responsabilidade do público (Estado) ao privado (família), tratando o cuidado e o envelhecimento como unidades privadas e individuais Porém, nem sempre a família será sinônimo de proteção como esperam as políticas públicas pois, além de todas as mudanças em relação a composição familiar atual, entendemos que a unidade familial é composta por relações complexas de conflitos, violências e também de desproteções Nesse cenário e, levando em conta a retração protetiva do Estado, a rede de proteção comunitária - podendo ser vizinhos, colegas, membros da mesma instituição religiosa e até líderes comunitários - muitas vezes se incumbe de realizar a função cuidadora de idosos do território Nesse trabalho, buscou-se analisar e se aproximar, por meio, das narrativas das (os) cuidadoras (es) que não possuem laços familiares, o que compreendem sobre o cuidado, as motivações e influências que contribuem para ocupar tal posição, bem como, as ambivalências e ressonâncias que surgem através da execução dessa função Para tanto, foram realizadas entrevistas com cinco cuidadoras e um cuidador que são acompanhados pelo serviço responsável pela Proteção Social Especial para Pessoas com Deficiência, Idosas e suas Famílias no município de Londrina (PR) que foram organizadas e analisadas a partir da proposta de Análise de Conteúdo proposta por Bardin As categorias foram construídas e analisadas a partir das falas das(o) participantes Dentre os resultados identificamos forte influência religiosa em relação ao cuidar, se aproximando de uma noção de prática caritativa, de solidariedade e de ajuda, se afastando, portanto, da noção de proteção social e cuidado enquanto garantia de direitos e dever do Estado Também foi possível observar impactos causados pela pandemia Covid-19 nas práticas e no cotidiano do cuidador, sendo necessário novas adaptações para enfrentar esse contexto Além de destacarmos as várias ressonâncias, sentires e ambivalências presentes na vida dos participantes, demonstrando assim o quão complexo é o cuidar A partir desses debates é possível reconhecer a urgência de tratar o cuidado como tema coletivo e social, tensionando o Estado a cumprir sua função protetiva e não apenas subsidiar o privado nessa empreitadaDissertação (Mestrado em Psicologia) - Universidade Estadual de Londrina, Centro de Ciências Biológicas, Programa de Pós-Graduação em PsicologiaAbstract: In Brazil there is an increasing number of people aged 6 years or older, therefore considered elderly As a consequence of this, there is also a growing number of people who depend on partial or integral care, consequently increasing the demand for caregivers The rights and policies that make up an institutional framework for the protection of the elderly start in the 1988 Federal Constitution, in which social assistance stands out as a prime public policy that seeks to ensure the autonomy and citizenship of those The National Social Assistance Policy (PNAS) contemplates the centrality of the family as a locus of social protection, considering it as the fundamental social nucleus of reception, autonomy and protagonism, having its structuring axis in the principle of the socio-family matrix Therefore, the family is considered the primary instance of care and protection, with women as the central pillar and fundamental executor of this role In this direction, there is a transfer of responsibility from the public (State) to the private (family), treating care and aging as personal and individual units However, the family is not always identified as protective unity, as public policies contemplate because we understand that the family unit is made of complex relationships of conflicts, violence and also lack of protection, in addition to today's family configuration In this scenario, and taking into account the lack of protection of the State, the community act as a protection network - this can be neighbors, colleagues, members of the same religious institution, and even community leaders - being responsible for the caregiving of the elderly In this work, we analyze and approach, through narratives of caregivers apart from the family, what they understand about care, including motivations and influences that contribute to occupying such role, as well as, the ambivalences and resonances that arise through the achievement of this function For that, we interviewed six caregivers conducted by the service responsible for the "Special Social Protection for People with Disabilities, Elderly and Families" in Londrina (Parana), then organized and analyzed using the proposal of "Analysis of Content" by Bardin The categories were constructed and examined after the speeches of the participants Among the results, we identified an intrinsic religious influence concerning the care similar to a charitable practice, in solidarity and help, moving away, therefore, from the guarantee of the social protection and care, as a right and duty of the State It was also possible to observe the impacts caused by the Covid-19 pandemic on the practices and daily life of the caregiver, and adjustments made to face this context, in addition to highlighting the numerous resonances, feelings and ambivalences present in the participants' lives, therefore demonstrating the complexity of care Based on these debates, it is possible to recognize the urgency of treating care as a collective and social issue, stressing the State to fulfill its protective function and not just subsidize the private sector in this endeavorSilva, Rafael Bianchi [Orientador]Lima, Alexandre BonettiPaiva, Fernando Santana deMandelli, Jessica Pedrosa2024-05-01T11:47:01Z2024-05-01T11:47:01Z2022.0025.02.2022info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttps://repositorio.uel.br/handle/123456789/9104porMestradoPsicologiaCentro de Ciências BiológicasPrograma de Pós-Graduação em PsicologiaLondrinareponame:Repositório Institucional da UELinstname:Universidade Estadual de Londrina (UEL)instacron:UELinfo:eu-repo/semantics/openAccess2024-07-12T04:20:02Zoai:repositorio.uel.br:123456789/9104Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.bibliotecadigital.uel.br/PUBhttp://www.bibliotecadigital.uel.br/OAI/oai2.phpbcuel@uel.br||opendoar:2024-07-12T04:20:02Repositório Institucional da UEL - 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