Avaliação ecofisiológica de mudas de espécies arbóreas submetidas a diferentes fontes de nitrogênio e à interação com Brachiaria decumbens Stapf (Poaceae)

• Autor(a) principal: Silva, Ligia Maria Inocêncio da
• Data de Publicação: 2024
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UEL
• Texto Completo: https://repositorio.uel.br/handle/123456789/13244
• topic: Ecofisiologia vegetal; Plantas; Efeito do nitrogênio; Brachiaria decumbens; Reflorestamento; Plant ecophysiology; Plants, Effect of nitrogen on; Reforestation

Resumo: Apesar da importância do Nitrogênio (N) para a restauração de ambientes degradados, poucos estudos abordam as estratégias de uso deste nutriente por mudas de espécies arbóreas nativas neotropicais Um dos principais desafios a ser vencido no processo de restauração é o estabelecimento de mudas em áreas ocupadas por gramíneas invasoras, uma vez que essas plantas limitam o crescimento de espécies arbóreas nativas em função da elevada competição por recursos e pela ação alelopática A caracterização ecofisiológica de mudas arbóreas nativas e a verificação dos efeitos causados pela interação com gramíneas invasoras nessas mudas arbóreas são de grande importância em programas de restauração, uma vez que permite prever fatores que beneficiam ou não a sobrevivência e o desenvolvimento inicial dessas mudas no campo, garantindo assim o sucesso desses plantios Este estudo teve como objetivo caracterizar as estratégias de uso do N de duas espécies de plantas de diferentes grupos sucessionais utilizadas em programas de reflorestamento da Mata Atlântica, uma pioneira: Cecropia pachystachya Trécul (Urticaceae), e uma não-pioneira: Eugenia brasiliensis Lam (Myrtaceae), cultivadas com NO3- e/ou NH4+ Além disso, foram verificados os efeitos causados pela alelopatia e pela competição com Brachiaria decumbens Stapf, no metabolismo, na fisiologia e no crescimento dessas mudas arbóreas nativas C pachystachya apresentou alta sensibilidade ao NH4+, tendo sua taxa fotossintética e seu crescimento reduzidos quando as mudas foram expostas a esta fonte de N, diferente de E brasiliensis que apresentou alta tolerância ao NH4+ A caracterização das estratégias de uso de N das espécies nativas corroborou estudos prévios feitos em campo C pachystachya apresentou baixa atividade assimilatória de NO3- nas raízes, alta translocação de NO3- pela seiva do xilema e alta redução dessa fonte de N na folha Já E brasiliensis apresentou alta assimilação de N nas raízes, baixa assimilação de N foliar e consequente translocação de aminoácidos pela seiva do xilema A análise dos efeitos causados pela interação com B decumbens demostrou que C pachystachya apresentou alta sensibilidade aos aleloquímicos presentes no exsudado de raiz de B decumbens, tendo seu crescimento, sua fisiologia e seu metabolismo fortemente prejudicados, indicando que houve uma inibição de absorção de nutrientes pelas raízes Diferente disto, E brasiliensis mostrou-se pouco sensível à presença de aleloquímicos no solo Quando cultivadas com a braquiária, as duas espécies arbóreas tiveram seus parâmetros fisiológicos e seu crescimento prejudicados, além de uma alteração no metabolismo de N, o que deve estar relacionado à competição por nutrientes em adição ao efeito alelopático aos quais estas mudas estavam expostas Estes resultados permitem supor que as mudas da espécie pioneira teriam maior sucesso em solos com predominância de NO3-, difente da espécie não-pioneira que se desenvolveria melhor em solos contendo NH4+ predominantemente Em solos com histórico de ocupação por B decumbens, as mudas de E brasiliensis apresentariam maior sucesso Já em áreas de reflorestamente suscetível a presença de braquiária, nenhuma das espécies arbóreas é indicada para o plantio, umas vez que ambas foram sensíveis ao cultivo simultâneo com B decumbens