Parto vaginal após cesárea : um olhar psicanalítico sobre as vivências emocionais das mulheres

• Autor(a) principal: Nakaya, Karen Mayumi
• Data de Publicação: 2024
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UEL
• Texto Completo: https://repositorio.uel.br/handle/123456789/9187
• topic: Psicanálise; Parto normal após cesárea; Maternidade; Cesariana; Parto normal; Psychoanalysis; Vaginal birth after cesarean; Motherhood; Cesarean section; Natural childbirth

Resumo: Durante o período gravídico a mulher vivencia alterações físicas e emocionais que culminam com o parir A vivência suscita emoções intensas, todavia a escolha pelo tipo de parto, vaginal ou cesárea, nem sempre ocorre da forma almejada pela mulher O Brasil possui a segunda maior taxa de cesárea do mundo e um dos fatores que contribui para este cenário é a cesárea de repetição, baseado no tabu de que não é possível realizar um parto vaginal após cesárea (Vaginal Birth After Cesarean - VBAC) Diante deste cenário, pode-se refletir acerca de como as interferências na escolha da via de parto podem afetar a mulher Entretanto, até o momento, há poucos estudos publicados em nosso país, realizados por profissionais da área da psicologia e, especialmente, da psicanálise, que abordem as questões implicadas na escolha pela via de parto Sendo assim, o objetivo deste trabalho consiste em investigar as vivências emocionais relacionadas ao parir, em mulheres que vivenciaram o Parto Vaginal após Cesariana no parto anterior A pesquisa utilizou a metodologia clínico-qualitativa por meio de entrevistas semidirigidas com mulheres que vivenciaram um parto vaginal após cesáreas Os dados coletados, submetidos à análise temática de conteúdo , culminaram em 4 categorias: a) a escolha pela cesárea; b) cesárea: vivências emocionais; c) a busca pelo parto vaginal após cesárea; d) parto vaginal: vivências emocionais Uma série de influências, que vão além do conteúdo manifesto, interfere nas escolhas das mulheres pela via de parto Verificou-se que quando as vontades expressas e as emoções da mulher são subjugadas e relegadas a menor importância, a vivência pode ocorrer de forma mais conturbada , delegando-se o protagonismo de suas escolhas a outrem, num processo de dessubjetivação, impedindo a mulher de ser a protagonista de sua própria história Por outro lado, a escuta e o acolhimento favorecem a elaboração de emoções, sentimentos e desejos que outrora permaneciam adormecidos Assim, a mulher tem a possibilidade de ressignificar seus sentimentos e vivenciar uma experiência mais positiva A psicanálise contribui para que possamos compreender a vivência, não apenas do ponto de vista biológico, mas, também, pela demandas psíquicas e emocionais Ao ampliar a discussão sobre a vivência do parto e sobre as maneiras possíveis de acolher as mulheres neste momento, acredita-se na possibilidade de contribuir para que novas formas e novas possibilidades de prestar uma assistência respeitosa, acolhedora e compreensiva se estabeleçam